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Artigo Científico

Por:   •  1/3/2018  •  4.399 Palavras (18 Páginas)  •  342 Visualizações

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Segundo (Cagliari, 2009, p. 137) a leitura é a realização do objetivo da escrita. Ao afirmarmos que a escola, muitas vezes, procura didatizar a linguagem por meio de metodologias que não a pressupõem como uma realidade viva e dinâmica acaba tornando os processos de ensinar a ler e escrever uma atividade estéril desvinculada do seu objetivo maior, que é proporcionar a formação do sujeito competente no uso da língua.

Leminski (1985) faz uma critica interessante acerca da tentativa da escola de didatizar o trabalho da língua sem a consideração do contexto e dos sentidos que essa língua possui.

O que Leminski (1985) que nos dizer? Talvez seja que é preciso colocar em dúvida a forma pela qual a escola vem desempenhando o seu papel na formação do sujeito. Além disso, ele nos alerta que a forma pela qual a escola encara seu papel, as metodologias que desenvolve e os conceitos com os quais trabalham influenciam diretamente no sucesso e no fracasso da relação que o aluno tem com as diversas manifestações da linguagem. Para a prática pedagógica a postura e o desejo de formar sujeitos competentes e plenos para o exercício da linguagem significa [...] superar o ensino da escrita como código e promovê-lo a condição de diálogo, assumindo o seu caráter político. (COELHO, 2010, p. 81).

Ensinar a ler e a escrever significa ensinar a especificidade do elemento simbólico da língua em seu contexto histórico, assim como os usos e as práticas sociais em seu contexto de produção e de interpretação.

O ato de alfabetizar letrando compõe uma atividade de ensino e aprendizagem muito complexa.

Em geral, na literatura sobre o tema em discussão temos diversas áreas de conhecimento que se dedicam ao estudo do processo de alfabetização e do processo de letramento.

2 Desenvolvimento

Ao longo do século, os conceitos foram sendo progressivamente ampliados em razoes sociais e políticas, a ponto de já não se considerar alfabetizado aquele que apenas domina as habilidades de codificação e decodificação.

Segundo Magda Soares (2003, p. 10,11) é considerado alfabetizado aquele que sabe usar o leitura e a escrita para exercer uma prática social em que a escrita é necessária.

Ainda Magda Soares:

A ampliação do conceito de alfabetização se manifesta também na escola. Até muito recentemente, considerava-se que a entrada de criança no mundo da escrita se fazia apenas pela alfabetização pelo aprendizado das “primeiras letras” pelo desenvolvimento das habilidades de codificação e decodificação.

O uso da língua escrita, em práticas sociais de leitura e produção de textos seria uma etapa posterior a alfabetização, devendo ser desenvolvidos nas series seguintes.

Dentre outras definições pode-se dizer que a alfabetização, é um processo de se trabalhar com a escrita e leitura critica do mundo. Assim uma pessoa alfabetizada é entendida como aquela que domina as primeiras letras, que domina as habilidades básicas ou iniciais do ler e escrever.

Maga Soares (2003) afirma:

Atualmente tem se observado que mais uma vez enfrentamos momentos de necessária mudança, uma vez que os quadros conceituais estão sendo questionadas suas práticas na área de alfabetização de crianças no contexto escolar. O processo de alfabetização não se resume somente na aquisição de codificação e decodificação. O ato de ler é a capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e produzir conhecimentos. (SOARES, 2003, p. 10,11).

4 Levantamento de literatura

Com base na revisão de literatura é possível apresentar dois conceitos de alfabetização, um no sentido amplo e um no sentido restrito, que esta relacionado à forma como a alfabetização pode ser vista.

Magda Soares aponta que:

Tem se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado abrangente à alfabetização, considerando-a como um processo permanente, que se estenderia por toda a vida, que não se esgotaria na aprendizagem da leitura e da escrita. É verdade que se certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido. Entretanto, é preciso diferenciar um processo de aquisição da língua (oral e escrita) de um processo de desenvolvimento da língua; este último é que, sem dúvida, nunca é interrompido. (SOARES, 2007, p. 15, grifos do autor).

Sobre a fala do autor, alfabetizar não é só ler e escrever e sim a pessoa se desenvolver de acordo com as situações impostas, ou seja, adequar sua fala ao meio que está inserido.

A partir da citação acima Magna Soares (2007) nos leva a reflexão de que a necessidade de entender conceitualmente o processo de alfabetização se dá para evitar o risco de simplificação de termo. Amplamente, entende-se, conforme ela aponta anteriormente, que alfabetização é um processo longitudinal (que se dá por toda a vida do sujeito). Porém, ela destaca a imprecisão dessa afirmativa, pois se a alfabetização é um processo que nunca se esgota, então qual é o papel da escola que tem tempos e espaços definidos?

Soares (2007) considera:

Então que, tal como o duplo significado dos verbos ler e escrever Não implica veracidade de outro significado, assim também os dois pontos de vista sobre o conceito de alfabetização não implicam veracidade ou falsidade de um ou outro conceito. Sem dúvida, a alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, vice-versa, mas é também um processo de compreensão/expressão de significados por meio de um código escrito. Não se consideraria uma pessoa “alfabetizada” uma pessoa que fosse apenas capaz de decodificar símbolos sonoros, “lendo”, por exemplo, silabas ou palavras isoladas, assim como também não se consideraria “alfabetizada” uma pessoa incapaz de, por exemplo, usar adequadamente o sistema ortográfico de sua língua, ao se expressar por escrito.

Quando a autora Magda Soares fala do duplo significado dos verbos ler e escrever e dos dois pontos de vista sobre o conceito de alfabetização está com a razão, pois a alfabetização envolve muito mais do que esta sendo exposto pois deve-se pronunciar, escrever, ler, mas deve-se também ser capaz de interpretar, se expressar,envolver e transmitir seu conhecimento, suas idéias através de códigos escritos.

Em

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