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AS PRATICAS PEDAGOGICAS DE REGGIO EMILIA

Por:   •  28/3/2018  •  1.409 Palavras (6 Páginas)  •  342 Visualizações

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Ouvir o que a criança diz, está diretamente ligada a observação e a documentação, sendo a ultima composta por materiais confeccionados durante as seções, vídeos, anotações, slides, comentários, gravações e reflexões, que mais tarde é transformada em cartazes, ou outro tipo de suporte para a observação de todos que quiserem vê-los. Os pais estão constantemente dentro da escola, e podem observar e conhecer o registro documental dos seus filhos e de outras crianças até levarem para casa por um determinado período. Os trabalhos são de acesso livre, pois nas escolas de Reggio Emilia não há documento individual para que a criança possa levar para casa.

Não podemos deixar de observar a estrutura física da escola de Reggio Emilia, destacam-se a ausência de portas, não existe separação de ambientes, a integração dar-se por meio de mobílias que não impedem a visão e a movimentação das crianças, os vidros e paredes vazadas favorece a comunicação entre o ambiente interno e externo. Tudo que rodeia as pessoas na escola, os materiais, objetos, e as estruturas não são vistos como componentes cognitivos, mas, ao contrario, é visto como componentes que regulam e são regulados pelas as ações dos indivíduos que operam nela.

Valorizamos o espaço devido a seu poder de organizar, de promover relacionamentos agradáveis entre pessoas de diferentes idades, de criar um ambiente atraente, de oferecer mudanças, de promover escolhas e atividades, e a seu potencial para iniciar toda espécie de aprendizagem social, afetiva e cognitiva. Tudo isso contribui para uma sensação de bem-estar e segurança nas crianças. Também pensamos que o espaço deve ser uma espécie de aquário que espelhe as idéias, os valores, as atitudes e a cultura das pessoas que vivem nele. (MALAGUZZI, 1999, p. 157).

Os espaços que serão explorados e ocupados pelas crianças são cuidadosamente preparados e pensados para despertarem a postura investigativa, participativa em relação ao aprendizado. Malaguzzi diz,

O modo como nos relacionamos com as crianças influencia o que as motiva e o que aprendem. Seu ambiente deve ser preparado de modo interligar o campo cognitivo com os campos do relacionamento e da afetividade. Portanto, deve haver também conexão entre pensamento e ação e entre a autonomia individual e interpessoal. Os valores devem ser colocados em contextos, em processos comunicativos e na construção de uma ampla rede de intercâmbios recíprocos entre as crianças e entre elas e os adultos (MALAGUZZI, 1999, p.77).

Voltando as metodologias de ensino de Reggis Emilia, para que haja êxito e sintonia com o contexto cultural e social em que a comunidade escolar está inserida, devemos levar em consideração o que vem das crianças, e o que nos chama a atenção, é necessário considerar as crianças como ativas e competentes. A capacidade delas de levantar problemáticas interessantes a serem estudadas, significando a percepção delas como protagonistas. O professor deve se envolver com as crianças na investigação de suas curiosidades, possibilitando a participação não só da criança, mas da família e a comunidade.

Silva (2011) descreve estes dois princípios da seguinte forma:

A criança é protagonista ativa de seu próprio conhecimento: é ela dotada de extraordinária capacidade de aprendizagem e mudança, de múltiplos recursos afetivos, relacionais, sensoriais, intelectuais, que se explicitam numa troca incessante com o contexto cultural e social. (SILVA, 2011, p.24).

A participação: é um valor e uma estratégia que gera e alimenta sentimentos, uma cultura de solidariedade, de responsabilidade, e inclusão; produzir trocas e uma nova cultura. (SILVA, 2011 p.25).

O diálogo acertado entre os envolvidos diretamente com as crianças proporciona a troca e a aprendizagem, aproximando, incluído e abrindo espaços para todos se sentirem pertencentes a esta dinâmica escolar, onde a criança é o porquê e o centro de tudo, nesse sentido, dentro de uma abordagem que contempla princípios variados, talvez fosse esse modo de agir, potencializando e centralizando a criança que deu à cidade de Reggio Emilia um diferencial no desenvolvimento do trabalho com crianças pequenas.

Um dos pontos fundamentais da filosofia de Reggio Emília é a imagem da criança como alguém que experimenta o mundo, que se sente uma parte do mundo desde o momento do nascimento; uma criança que está cheia de curiosidade, cheia de desejo de viver; uma criança que tem muito desejo e grande capacidade de se comunicar desde o início da vida; uma criança que é capaz de criar mapas para a sua orientação simbólica, afetiva, cognitiva, social e pessoal. Por causa de tudo isso, uma criança pequena pode reagir com um competente sistema de habilidade, estratégias de aprendizagem e formas de organizar seus relacionamentos. (...) A nossa imagem é a de uma criança que é competente, ativa e crítica... (RINALDI, 2002, p. 76-77).

De fato enunciar a criança, como protagonista ativa de seu processo de crescimento é abrir um caminho, um espaço à sua participação própria, e de sua família no processo de aprendizagem e ensino. Mas para isso ocorrer, o olhar e a escuta do professor são fundamentais, por meio dessa postura, o professor deve buscar o entrelaçamento entre os interesses das crianças, da instituição que ela esta inserida, e das famílias, aproximando-os de suas criações pedagógicas. Deste modo, esta abordagem

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