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A Psicomotricidade

Por:   •  26/11/2018  •  7.033 Palavras (29 Páginas)  •  227 Visualizações

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Na literatura, diversos autores embasam a relevância dos estímulos sensório-motores e a as intervenções pontuais para que a criança possa garantir sua capacidade e continuidade no processo de desenvolvimento.

De acordo com Oliveira (apud COSTA, 2011:27):

“A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na pré-escola. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, a situação no espaço, a dominar seu tempo, a adquirir habilidades de coordenação de seus gestos e movimentos. ”

Nesta abordagem, o objetivo desse estudo, é a pesquisa e a tomada de consciência acerca da seriedade do trabalho psicomotor para o desenvolvimento intelectual e afetivo da criança deficiente visual.

No intuito de alcançar os pressupostos, utilizou-se como recurso metodológico, a pesquisa bibliográfica, realizada a partir de investigação, minuciosa de materiais já publicados na literatura e em artigos científicos devidamente divulgados em meios eletrônicos.

O artigo foi enriquecido com uma pesquisa de campo, com a intenção de verificar a relação entre os elementos da psicomotricidade e o processo de desenvolvimento global, percorrendo o campo da reabilitação e educação básica (anos iniciais – alfabetização) valendo-se de um questionário para esquadrinhar o grau de conhecimento e proveito da psicomotricidade na educação.

A finalização do texto, foi fundamentado nas concepções de autores como: Costa (2011), Coste (1997), Demeur; L. Staes (1991), Duarte (1993), Fagali (2000), Levin (2000), Oliveira (1997) e Vygotsky (1993, 1984).

Para compor o desenvolvimento do artigo, e melhor esclarecido, foi dividido em capítulos. No primeiro será elucidado a questão da educação especial e uma abordagem geral acerca da educação inclusiva. Num segundo capítulo trataremos da deficiência visual, suas subcategorias e quadro clínico/educacional, bem como seu processo histórico e avanços educacionais. Trataremos a respeito da psicomotricidade e seu papel fundamental no desenvolvimento global do ser humano no terceiro capítulo. O quarto capítulo abordará a importância da estimulação precoce para o desenvolvimento psicomotor. No último capítulo a apresentação dos dados de pesquisa serão expostos e comentados, com fundamentação teórica. E finalmente as considerações finais acerca do processo de desenvolvimento e da estimulação precoce em indivíduos com deficiência visual.

DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO 1: A DEFICIÊNCIA ATRAVÉS DOS TEMPOS; PARADIGMA DA INCLUSÃO

Como aconteceu com todos os tipos de deficiência, a história da deficiência visual na humanidade é comum, em relação ao preconceito e ao estigma de não ser útil para a sociedade. Os conceitos acerca da deficiência visual foram evoluindo de acordo com as crenças, cultura, momento histórico, concepção de indivíduo e mudanças sociais que ocorreram nos diferentes momentos históricos.

Na bíblia, podemos encontrar diversas passagens que tratam a cegueira, com curas e milagres, que eram encarados como remissão de pecados e “saindo da escuridão”.

Assim sendo, na antiguidade as pessoas com deficiência mental, física e sensorial eram denotadas com uma variedade de termos pejorativos como incompletos, estropiados, aleijados, débeis, anormais ou disformes. Tratando-se do cego, sempre foram considerados incapazes de realizar qualquer tipo de atividade, ter qualquer tipo de autonomia e dependentes para realizar atividades da vida diária, eram maltratados e por vezes negligenciados, quando não eram eliminados por algumas culturas. Em contraponto, em determinadas culturas como na Grécia, os cegos eram tomados como seres superiores, profetas, que por não terem a visão, desenvolviam melhor os outros sentidos, dando um ar misterioso, sendo considerado miraculoso. Alguns eram considerados “oráculos”, que poderiam prever profecias a bel prazer dos deuses.

Vistos como degenerescência da raça humana, num período em que prevalecia o princípio da seleção da coletividade humana, onde apenas os melhores eram selecionados para reprodução e vida em sociedade, tais pessoas eram abandonadas ou eliminadas.

Com a chegada da Idade Moderna, por volta dos anos 1500, a filosofia Humanista que em sentido amplo, tem o intuito de valorizar o ser humano e a condição humana, é relacionada com generosidade e preocupação em valorizar os atributos e as realizações humanas, começa a despertar a consciência dos problemas relacionados ao homem, baseados na evolução das ciências.

No período pós Revolução Francesa, os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, a construção de uma consciência social e movimentos de direitos humanos, partem do princípio da vida humana com dignidade, assegurando às minorias o exercício da cidadania a democracia. Transformações político-sócio-culturais se atuam permitindo a coexistência de formas diferenciadas de ser ou de vir a ser.

É intrigante saber que a antiga concepção em relação a deficiência entrepõe-se a todos os períodos históricos e precisamente se refletem neste final de era. Somos incessantemente surpreendidos pela ideia de que a deficiência é um mal que sobrecai na família, mal com fundo religioso, doença, incapacidade generalizada, objeto de maldição ou obra do divino.

A partir do século XVI, surgem ideias acerca do campo educacional, geridas pelo médico italiano Gerolínea Cardono, com a possibilidade de leitura através do tato. Em 1784, é criada em Paris a primeira escola para cegos, o Instituto Real dos Cegos, por Valentin Haüy, que comoca em prática sua invenção, com um sistema de leitura em alto relevo com letras em caracteres comuns. No século seguinte as ideias educacionais começam a tomar conta dos demais continentes, com escolas baseadas na mesma proposta educacional, chegando finalmente ao Brasil desenvolvido por Louis Braille, possibilitando maiores chances de desenvolvimento global do indivíduo cego. A concretização desse ideal se culminou na criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos a 17 de setembro 1854, hoje Instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro.

Em resumo, a cultura propagada, a história, os costumes, as lendas favoreceram para que o desenvolvimento do indivíduo cego demorasse e fosse postergado de tal maneira que, por volta de 200 anos, tivemos um real avanço na questão educacional e na diminuição do preconceito. A carência de discernimento e compreensão em relação ao

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