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A Psicomotricidade Relacional

Por:   •  7/4/2018  •  Dissertação  •  1.412 Palavras (6 Páginas)  •  276 Visualizações

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FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE-FAFIRE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

ALÍCIA VASCONCELOS

CARLA SILVA

DÉBORA CHAVES

MARIANA ROSAS

RODRIGO OLIVEIRA

PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

RECIFE

2017

PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

A psicomotricidade relacional caracteriza-se pela importância da comunicação corporal com o outro, consigo mesmo e com o objeto. Esta prática foi criada por André Lapierre com o intuito de que através de um jogo espontâneo e lúdico, privilegiando uma comunicação não-verbal no processo, os indivíduos possam expressar seus desejos, necessidades e dificuldades. De valor preventivo e terapêutico, tem a intenção de trabalhar aspectos psico-afetivos. Tal prática foca em elementos do sujeito evidenciadores do convívio social e da adaptabilidade ao meio.

A profissional entrevistada pela equipe, possui formação em pedagogia com especialização em psicopedagogia clínica e institucional. É psicanalista formada e psicomotricista relacional, e ainda escritora de livros infantis. Segundo seu relato, a formação para atuar na área de psicomotricidade relacional dura três anos e, assim como indicado para todos os profissionais de psicologia ou que façam um trabalho semelhante em contato com outros, é preciso haver um trabalho pessoal com o devido cuidado a própria estrutura para só então poder cuidar do outro. Havendo isto, é possível haver uma maior disponibilidade corporal e mental do terapeuta e, consequentemente, melhores resultados na relação estabelecida no processo grupal da psicomotricidade relacional.

A entrevistada discorreu acerca de sua atuação enquanto psicomotricista relacional em grupos, com os quais trabalha o corpo, a mente e a relação com o outro. Tal relação é vista através da maneira como o sujeito lida/enfrenta implicado na inter-relação com os demais, seu limite de frustração e com os desafios da dinâmica grupal. A importância dessa linguagem não-verbal é ressaltada por Lapierre, que afirma que o corpo e suas expressões, ajudam a dar base a personalidade através desse processo psicomotor.

Os clientes atendidos pela profissional dispunham de duas formas de cuidado diferentes: a terapia individual no consultório e a terapia em grupo de psicomotricidade relacional. A depender da necessidade do cliente, este poderá ou não ser encaminhado para a terapia grupal, tendo em vista as questões que podem surgir no processo assim como a avaliação realizada pela profissional.

Os grupos são formados por uma quantidade média de cinco a seis participantes. A profissional entrevistada disse trabalhar a psicomotricidade relacional com clientes de diversas idades, porém a variação da faixa etária dentro de cada grupo não se mostra tão acentuada (no máximo três anos de diferença). Preferencialmente, os participantes não se conhecem até o início da prática grupal, salvo casos em que um dos focos de estudo é a relação de dois clientes entre si, como irmãos, porém tal prática foi pontuada como fora do padrão da profissional.

A profissional psicomotricista faz uso de um espaço específico para a dinâmica. A sala em questão deve ser ampla e arejada, conter os instrumentos que serão utilizados no processo, e ser livre de objetos que comprometam a integridade dos participantes. Interrupções do processo devem ser evitadas, tais como entrada e saída de pessoas na sala. É importante ressaltar que as atividades são voluntárias, sem uso de ordens e direcionamento pela profissional que comanda o processo, incentivando ao máximo a criatividade dos clientes.

Diante de todo o trabalho que é realizado neste espaço, Santos (2015) cita três importantes diretrizes para o modelo de atuação da Psicomotricidade Relacional:

Sendo o jogo um modo pedagógico de possibilitar a exteriorização das emoções e sentimentos das crianças, a Psicomotricidade Relacional baseia-se nas seguintes diretrizes, importantes dentro da sua fundamentação: 1. Proporcionar experiências corporais variadas pela exploração do espaço, do corpo e dos objetos mediante o jogar e o fazer exercícios; 2. Priorizar o estímulo da vivência simbólica, sendo que o movimento é realizado com intenção de representação, imaginação e comunicação; 3. Facilitar o contato das crianças por meio da expressividade e oralidade proporcionando a socialização e exteriorização. (Santos, 2015)

A prática da terapia se inicia com o grupo em formato de círculo. A primeira comunicação ocorre de forma verbal, na qual é perguntado aos participantes como eles estão, como passaram a semana, se trazem coisas boas, se querem contar algo, se sentiram excesso de alguma coisa, etc. Após esse momento inicia-se a dinâmica do brincar de preferência de maneira não verbal que se utiliza de instrumentos simbólicos, como cordas, bastões, tecidos, caixas, papel, bola e bambolês, a fim de que os conflitos relacionais possam emergir no processo.

Em seu espaço de trabalho em grupo o brincar tem uma grande relevância para o processo. Os instrumentos que são utilizados muitas vezes com significados e simbolizações dão a dinâmica nas interações entre os sujeitos, sendo assim, sua utilização é observada e analisada pela profissional que, por sua vez, estabelece três regras básicas para as atividades: não machucar os integrantes do grupo, não destruir o material e não sair da sala. Ao não desrespeitar nenhuma destas condições os sujeitos têm liberdade para agirem como desejarem, inclusive não participando ativamente das dinâmicas.

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