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A MELHORA DO APRENDIZADO DO EDUCANDO COM HIPERATIVIDADE E/OU DÉFICIT DE ATENÇÃO

Por:   •  12/7/2018  •  4.320 Palavras (18 Páginas)  •  254 Visualizações

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O tratamento de dados, nesta pesquisa a análise e interpretação dos aspectos investigados serão fundamentadas nos pressupostos.

2 HISTÓRICO DO TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATICVIDADE - TDAH

O TDAH foi originariamente diagnosticado em 1902, quando um médico inglês descreveu várias mudanças no comportamento de crianças. De acordo com esse médico, não era possível explicar tais alterações por falhas ambientais, porém estavam relacionadas a algum desconhecido processo biológico.

Desde que fora feita a primeira descrição do TDAH, no início do século XX, essa condição clínica recebeu várias denominações ao longo do tempo. Já foi chamada de lesão cerebral mínima, disfunção cerebral, síndrome da criança hiperativa, distúrbio primário da atenção e distúrbio do déficit de atenção com ou sem hiperatividade.

Durante a II Guerra Mundial, na década de 40, estudos mostravam que danos ocorridos no Sistema Nervoso Central (SNC) causavam inquietação, desatenção e impaciência confirmando, dessa forma, o termo Lesão Cerebral Mínima (BENCZIK, 2000).

No ano de 1962, em um simpósio em Oxford se reuniram vários estudiosos da Lesão Cerebral Mínima. Foram apresentados vários trabalhos feitos com pessoas “doentes”, mas não conseguiram comprovar a existência de nenhuma lesão, somente verificaram que as alterações que eram características desse transtorno referiam-se às disfunções das vias nervosas e não das lesões. Nesse ano o quadro passou a ser chamado de Disfunção Cerebral Mínima (DCM), por não ser comprovada a hipótese da existência de uma lesão no sistema nervoso cerebral (ROHDE, BARBOSA, TRAMONTINA E POLANCZYK, 2000).

A Disfunção Cerebral Mínima (DCM) apresenta as seguintes manifestações clínicas: hiperatividade, agressividade, distúrbio de aprendizagem, de linguagem, falta de coordenação motora, déficit de concentração, instabilidade de humor, baixa tolerância à frustração.

No entanto, não foram estabelecidos critérios para definir cada um dos termos nem como diagnosticá-los. A mesma estava baseada na ausência de qualquer alteração objetiva. Obedecia-se a um critério de exclusão, sendo eliminadas as possibilidades de causa emocional, pedagógica, cultural, social ou por doenças que explicassem o quadro clínico (MOYSÉS E COLARES, 1992). Em 1960 a hiperatividade foi caracterizada como Síndrome de Conduta, que apresentava como sintoma a atividade motora excessiva.

Em 1980, os termos hiperatividade, distúrbio de aprendizagem e outras nomenclaturas da DCM foram considerados vagas e imprecisas pela Academia Americana de Psiquiatria, e como todas se referiam à esfera da atenção, foram então reunidas em uma nova síndrome, Atention Deficit Disorder (ADD) ou Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA).

Após diversas pesquisas e o resultado das mesmas, o DSM-III – Manual e Estatístico de Transtornos Mentais foi alterado a denominação para Distúrbio do Déficit de Atenção, destacando os aspectos cognitivos da síndrome, a impulsividade e a desatenção (falta de autocontrole).

Mas, devido a uma revisão feita em 1987 modificou a nomenclatura para Distúrbio de Hiperatividade com Déficit de Atenção, destacando a atividade motora (BENCZIK, 2000). Em 1994, DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (APA) alterou a nomenclatura para Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade, dando peso equivalente a dois grupos de sintomas para diagnóstico: 1) desatenção e 2) hiperatividade/impulsividade (BENCZIK, 2000).

E após várias investigações, na década de 80 a síndrome passou a ser entendida como um conjunto de sintomas de caráter cognitivo e comportamental, com grande comoção sobre a sociedade e gerador de debates no ambiente familiar, escolar e social da criança e/ou adolescente de modo geral.

Atualmente, a síndrome é determinada como transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), sendo esta nomenclatura difundida nos meios escolares, da psicologia, da neurologia, neuropediatria e psiquiatria. E apesar do quadro sintomático assemelhar-se nos diferentes sistemas de classificação utilizados hoje em psiquiatria, a nomenclatura diferencia-se entre o DSM IV e o CID 10, sendo no primeiro denominado de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e outros como transtornos hipercinéticos (ROHDE et. al, 2005).

As maiorias dos estudos sobre o Transtorno de Déficit de Atenção se referem às crianças, isto porque os critérios estão de acordo com o DSM – IV que se referem às características que são mais comuns em crianças. Por esse motivo, muitos adultos com o diagnóstico de distúrbio de déficit de atenção acabam não preenchendo tais critérios (SILVA, 2005).

Acreditava-se que os mencionados sintomas de distúrbio de déficit de atenção iriam desaparecer na adolescência ou, talvez no início da idade adulta. No entanto, alguns autores preferem afirmar que o transtorno persiste nos casos da vida adulta em torno de 50% a 70%, mas o quadro clínico sofre algumas alterações com o decorrer do tempo.

3. O QUE É O TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE -TDAH?

O TDAH É um transtorno neurobiológico, de causas genéticas que surge na infância, geralmente acompanhando o indivíduo por toda a vida. Suas características são a desatenção, inquietude e impulsividade.

É o transtorno mais comum nas crianças e adolescentes que são encaminhados para serviços de especialização. De acordo com pesquisas realizadas no Brasil (ROHDE E COLS., 2000) esse transtorno prevalece em média de 3 a 6% das crianças em idade escolar. Mas de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DMS-IV (APA, 1994), essa prevalência é de 3 a 5% em crianças.

O transtorno ocorre na maioria dos casos em meninos, variando de 9:1 em populações clínicas e 4:1 em populações epidemiológicas (Amaral e Guerreiro, 2001). Não havendo ainda nenhuma explicação para essa vulnerabilidade masculina (BENCZIK, 2000).

Os meninos, pela própria natureza do sexo, são mais ativos, inquietos. Basta ver as brincadeiras. Eles se atracam, correm o tempo todo. Na hora do recreio, as meninas normalmente conversam em grupos, enquanto os meninos chutam a lata de lixo. Para se divertir, eles precisam de atividade física mais intensa. (CYPEL, 2001, p 40)

3.1 Principais sintomas, Causas e Diagnóstico do TDAH

O TDAH na infância é associado

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