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A LITERATURA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE DA CRIANÇA

Por:   •  20/4/2018  •  4.418 Palavras (18 Páginas)  •  318 Visualizações

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De acordo com Wanderley [1992], a definição para a literatura não será única, mas partirá de uma reunião de conceitos que são extraídos das próprias obras literárias. Da mesma forma, Culler [1999] estende a pergunta “o que é literatura?” como uma investigação das características distintas das obras conhecidas como literatura. Por essa razão os autores não procuram definir a literatura, mas sim descrevê-la, delineando traços essenciais e qualidades partilhadas pelas obras.

Podemos afirmar então, que a literatura infantil como “um dos aspectos da literatura, dentre várias modalidades artísticas”, que se preocupam com histórias para crianças, é forma literária voltada para a psique infantil, com vocabulários adequados ao conhecimento e a compreensão da criança.

Encontra-se também essa preocupação de cunho psicológico na definição d Bettelhein (2007) que entende por literatura infantil aquela que, objetiva “desenvolver a mente e a personalidade da criança” e não só divertir e informar, como a que se deve ter significado para a criança, isto é, transmitir as experiências da vida.

Por último, podemos afirmar que a literatura infantil é a abertura para a formação de uma nova mentalidade com intuito de transmitir valores, além de ser um instrumento de emoção, diversão ou prazer, desempenhado por histórias, mitos, lendas, poemas e etc; criadas pela imaginação poética ao nível da mente infantil que objetiva a educação humanística da criança ajudando a na formação do seu próprio estilo.

- Contextualizando a literatura infantil

Os primeiros livros direcionados as crianças foram feitos por professores e pedagogos, no final do século XVIII, com o objetivo de passar valores e criar hábitos. Atualmente, a literatura infantil não tem só este objetivo, hoje também é usada para propiciar uma nova visão a realidade, diversão e lazer. As crianças têm, na infância o momento da descoberta do mundo da leitura, através de uma leitura sem compromisso movida pelo prazer e curiosidade, é nesse momento que pode estimular o desenhar, a música, o sair o ficar, o pensar, o teatro, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou nova). (ABRAMOVICH, 1995).

Até as duas primeiras décadas do século XX, as obras didáticas produzidas para a infância, apresentavam um caráter ético- didático, ou seja, o livro tinha finalidade única de educar, apresentar modelos, moldar a criança de acordo com as expectativas dos adultos. A obra dificilmente tinha o objetivo de tornar a leitura como fonte de prazer, retratando a aventura pela aventura. Havia poucas histórias que falavam da vida de forma lúdica ou a afirmação da amizade centrada do companheirismo, no amigo da vizinhança, da escola, da vida.

Essa visão de mundo maniqueísta, calcada no interesse do sistema, passa a ser substituída por volta dos anos 70 e a literatura infantil passa por uma revalorização, contribuída em grande parte pelas obras de Monteiro Lobato, no que se refere ao Brasil. Ela então, se ramifica por todos os caminhos da atividade humana, valorizando a aventura, o cotidiano, a família, a escola, o esporte, as brincadeiras, as menorias raciais, penetrando até no campo da política e suas implicações.

O início da literatura infantil pode ser marcada com Perrault, entre os anos de 1628 e 1703, com os livros “Mãe Gansa”, “Cinderela”, “A Gata Borralheira”, “O Gato de Botas” e outros. Depois disso, apareceram os seguintes escritores: Andersen, Collodi, Irmãos Grimm, Lero is Carrol, Bush. No Brasil, a literatura infantil pode ser marcada com o livro de Andersen “O Patinho Feio”, no século XX. No Brasil tivemos escrevendo literatura infantil José Monteiro Lobato, com seu primeiro livro “Narizinho Arrebitado” e foi ele o primeiro escritor, que teve o respeito e o compromisso para com a infância, pois despertou um mundo de fantasias adormecidas no imaginário infantil, mais adiante, muitos outros que até hoje cativam milhares de crianças, despertando o gosto e o prazer de ler. (CADERMATORI, 1994, p. 23).

Hoje a dimensão de literatura infantil é muito mais ampla e importante. Ela proporciona à criança um desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. Segundo Abramovich (1997) quando as crianças ouvem histórias, passam visualizar de forma mais clara, sentimentos que têm em relação ao mundo. As histórias trabalham problemas típicos da infância, como medos, sentimentos de inveja e de carinho, curiosidade, dor, perda, além de ensinarem infinitos assuntos.

Neste sentido, quanto mais cedo à criança tiver contado com os livros e perceber o prazer que a leitura produz, maior será a probabilidade de ela tornar-se um adulto leitor. Da mesma forma através da leitura a criança adquire uma postura crítico-reflexivo, extremamente relevante a sua formação cognitiva.

Quando a criança ouve ou lê uma história e é capaz de comentar, indagar, duvidar ou discutir sobre ela, realiza uma interação verbal, que neste caso, vem ao encontro das noções de linguagem de Bakhtin (1992), para ele, o confrontamento de ideias, de pensamentos em relação aos textos, tem sempre um caráter coletivo social.

E é partindo desta visão da interação social e do diálogo que se pretende compreender a relevância da literatura infantil, que segundo afirma Coelho (2001, p.17) “é um fenômeno de linguagem resultante de uma experiência existencial, social e cultural”.

Com certeza a literatura percorreu um longo caminho, para hoje ser destaque na educação, mas diante de toda a história, seu grande ápice foi o autor Monteiro Lobato, que conseguiu resgatar o universo mágico que existe no imaginário de cada criança, e as fez sonhar com um mundo que só existe em seus sonhos, deste modo ajudou muitas crianças na boa formação de caráter, pois suas obras além de conter muita criatividade, retratam o certo e o errado de uma maneira sutil e delicada que somente quem é criança consegue interpretar.

- A importância da literatura infantil na educação infantil

A literatura “namora” com a educação, em especial para as crianças na educação infantil. Ela é fundamental para o desenvolvimento pleno, linguístico, intelectual e social. A literatura infantil é importante para a expressão verbal, o lúdico, imaginação e abstração. CADERMATORI explicita, que “o papel da literatura nos primeiros anos é fundamental para que se processe uma relação ativa entre falante e língua (CADERMATORI, 2006)”.

Isso se deve

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