A Importância da Leitura na Academia

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do fazer humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido (p.30).

Tipos de Leitura

Embora que se faça qualquer leitura com um intuito de aproveitar algum saber, o que Lakatos e Marconi (2003) considera leitura proveitosa, encontra-se diversos tipos de leitura. A seguir tem-se sob proposta dos mesmos autores alguns tipos de leitura.

Scanning

Traduzido para português significa varredura, mapeamento, rastreamento ou ainda explorar. Este tipo é caracterizado fundamentalmente por cingir na procura de tópicos sob guia de leitura de índices, alguns parágrafos com finalidade de encontrar palavras-chave, é útil para o efeito de busca de manuais.

Skimming

Que em português significa refinamento, este tipo de leitura é tendencioso, isto é, baseia-se nos títulos e subtítulos, palavras mestres, figuras caso se façam presente para se captar o sentido geral, a metodologia e a essência do trabalho qualquer que seja.

Do significado

Quanto a este tipo de leitura dá-se enfase apenas àquilo que é importante, uma vez destacado o que é importante faz se uma visão ampla do conteúdo, deixando de lado aspectos secundários.

De estudo ou informativo

Leva-se em consideração de tudo quanto lido, procura o significado de cada conteúdo abordado, recorrendo-se à todo auxilio possível, dicionários, gramaticas, internet, e mais outros para decifrar cada palavra podendo por isso ser necessário ler e reler.

Crítica

Construção independente de pontos de vista sobre o texto, recorrendo-se ao conhecimento anterior do leitor para construir tais declarativas. Neste caso julga-se a informações do texto mostrando a segurança da posição pessoal.

Importância da Leitura

Conforme diz Freire (1989, p.13) “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele”, há uma dinâmica circular onde o processo de leitura se faz permanente na vida do ser humano. O esforço de querer compreender uma determinada coisa passa pela sua leitura, e motivado pela vontade de tornar conhecido faz-se registros acerca dela e por sua vez a leitura de registros permite que o conhecimento ora adquirido seja aperfeiçoado, sustentado e assim a evolução do conhecimento.

É importante salientar que o fracasso da evolução da escrita e da ciência começado pelas antigas civilizações africanas deve-se por parte a ausência da sua leitura, a título de exemplos tem a escrita hieróglifo do Egipto que quase não se fala mais, a grande geometria das pirâmides egípcias, a geometria plana principiada por parcelamento de áreas de cultivo ao longo do vale do Nilo.

Importância da Leitura na Academia

A universidade é um local de privilégio, adoptado e reservado para fins de produção de conhecimento no âmbito académico. Face a esta realidade, a universidade utiliza várias formas de tornar a sua missão efectivada, uma delas é programar trabalhos de pesquisa bibliográfica onde o estudante é submetido em necessidade de ler, ler muito e ler várias fontes.

Enaltece portanto, Ruiz (2009) que a leitura é a base da investigação, esta posição assume que quem não tem domínio de leitura não pode de alguma forma saber resumir, não saberá entretanto como tomar notas e consequentemente não saberá estudar.

Leitura e Raciocínio Lógico

Raciocínio lógico é uma das características do trabalho científico, à ele não se pode chegar sem o conhecimento da literacia, considerada como a habilidade de ler e escrever que está ligada à escolaridade e sobretudo a educação cognitiva (Viana, Martins e Coquet, 2002).

A posição da ligação do raciocínio lógico com literacia é defendida por Lúria (1978, citado em Viana et al, 2002, p.58) ao afirmar que os iletrados não compreendem a relação lógica entre as partes do silogismo.

Leitura e o vocabulário

Na academia é muito importante a partilha de conhecimento, discussão crítica dos conteúdos, o meio base para efeito é argumentação com a qual se tem poder de apresentar de forma coerente as opiniões. Isto requer um bom vocábulo.

Não se pode ler com eficiência quando não tem vocabulário rico, e por outro não se pode ter um bom vocabulário sem leitura, esta tendência tem lugar quando há menos contacto com palavra escrita, isto é, quando se lê menos como refere Ruiz (2002), “a leitura amplia e integra os conhecimentos, desonerando a memória, abrindo cada vez mais os horizontes do saber, enriquecendo o vocabulário e a facilidade da comunicação” (p.35).

Leitura e o Perfil do Académico

Freire (1987) considera que a educação de sucesso é aquela que leva o aprendizado a consciência da evolução histórica, sociopolítico e económico da sociedade onde está inserido e nela participar como um sujeito activo e transformador e não apenas como um mero transformado.

Considerando as tendências do séc. XXI, a aprendizagem centrado no aluno, torna-se a responsabilidade do aluno aprender a aprender directamente das fontes sendo que no ambiente académico atinge-se com leitura crítica como afirma o autor “A compreensão do texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e contexto” (Freire, 1989, p.11).

Espera-se que no final de um curso superior, o académico seja habilitado a leitura e interpretação do mundo e a partir desta produzir outros trabalhos que não sejam exactamente as produzidas durante as aulas ao decorrer do curso, isto é, capaz de produzir a sua própria ciência. Com base em pesquisas ser um pequeno recurso de conhecimentos e não um mero deposito ou caminho por onde conhecimento é depositado ou passa (Ruiz, 2002, p.35).

Com isso, o académico seria no entanto aquele que é capaz de transformar o conhecimento