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A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL ENQUANTO RECURSO LÚDICO PARA O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Por:   •  27/11/2018  •  5.744 Palavras (23 Páginas)  •  485 Visualizações

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humana. A criança que entra em contato com o universo da leitura tem mais facilidade para aprender e para conviver na escola. A leitura é uma realidade interdisciplinar que, em muitas de suas manifestações está relacionada com outros modos de expressão, que formam a bagagem comunicativa da criança desde seus primeiros anos, isto é, na Educação Infantil.

O prazer da literatura é antecedido pelo prazer da escrita, evoluindo para uma atitude de curiosidade leitora diante da vida. Por isso é importante procurar despertar o gosto pela leitura na criança desde a Educação Infantil, tornando se imprescindível potenciar uma criança ativa, curiosa para que vá construindo sua imagem do mundo em interação com a realidade, realidade com adultos e com seus companheiros.

Segundo a concepção sócio interacionista de Vygotsky a criança deve ser entendida como ser social e histórico que apresenta diferenças de procedência socioeconômico, cultural, familiar, racial, de gênero, de faixa etária e que necessitam ser conhecidas, respeitadas e valorizadas tendo como finalidade o desenvolvimento integral nos aspectos físico psicológico, intelectual e social contemplando a ação da família e da comunidade.

A criança aprende brincando e os conteúdos podem ser trabalhados através de histórias, brincadeiras e jogos, em atividades lúdicas, pois além de estimular a autoconfiança e a autonomia, proporciona situações de desenvolvimento da linguagem do pensamento e está criando espaços para a construção do seu conhecimento.

2. O QUE É LEITURA?

A leitura ainda é um dos desafios presente no contexto escolar, mas é muito necessária para a construção do indivíduo enquanto ser autônomo, crítico e ativo para lidar com a complexidade da sociedade em que se insere. Vivemos num país desigual, capitalista, injusto que vive dividido. Num extremo uma pequena parcela de indivíduos usufrui da riqueza e no outro ponto, o que sobra desse montante, se comparte com a massa popular. Essa má distribuição de renda promoveu a acentuada exclusão social.

Um dos fatores que fortalece essa realidade está na falta de conhecimento, de conscientização dos indivíduos. Muitos não tiveram o privilégio de se escolarizar ou foram mal alfabetizados, adquirindo assim o processo da leitura e escrita de forma técnica, enquanto instrumento de produção para atender a demanda do mundo do trabalho, sem, contudo refletir no mínimo sobre questões que permeiam o cotidiano dos indivíduos das classes populares.

Como se observa, o acesso à escrita se deu estritamente por meio do ensino do código, negando-se uma relação laboriosa, complexa e de domínio do indivíduo com a escrita e a leitura, e privilegiando-se, em contrapartida a homogeneidade dos alunos, que eram (são!) vistos como se estivessem todos em mesmo estágio cognitivo e como se pudessem todos desenvolver todos partir do treino de suas diversas “habilidades componentes”, separadamente. (FERREIRA, DIAS, 2002, p. 40).

Segundo entendimentos destes autores a compreensão da alfabetização continua desprezando a concepção de que a leitura é uma ação social e partilhada, que se constrói através da atividade de leitura contextualizando com os outros suas diversas experiências e subjetivismos. Segundo explica Costa (2006) estamos sempre lendo alguma coisa em nossa vida diária que pode ser textos, imagens, paisagens, etc. que são expressões simbólicas que evidenciam a diversidade dos modelos de linguagem penetrados histórica e socialmente entre os homens.

Analisando a ideia de Aquino e Pimenta (2010) o ato de ler se configura também num processo amplo, considerando-se que interpretar a realidade que cerca o leitor não se restringe somente com a escrita e a leitura, mas é possível seu desvelamento por meio de uma variedade de linguagens. Portanto se faz num processo enérgico, ou seja, quando se lê um determinado texto, é possível que além do leitor apreender o seu significado, ele pode trazer para sua experiência e visão de mundo como leitor de forma a colocar sua experiência de frente com as questões que cada autor traz em seu trabalho.

É importante ressaltar que a construção da linguagem constitui-se uma preocupação também das políticas públicas de educação, conforme se expressa no texto dos Parâmetros curriculares Nacionais, que direcionam para um contexto que perpassa a ação individual, fechada, restrita, abrindo-se para uma realidade social e cultural múltipla e de sentido.

Desta forma, Linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade em distintos momentos da sua história é um sistema de signos histórico e social que possibilita o homem significar o mundo e a realidade. Assim, aprender é aprender não só as palavras, mas, também, os seus significados culturais (BRASIL, 1997, p. 28).

A cada leitura essa influência mútua leitor/texto fortalece a produção de um novo texto, dando ensejo à expressão de uma linguagem individualizada. A leitura exige um maior grau de consciência e aplicação, uma participação efetiva do receptor-leitor. Seria, pois muito interessante que a Escola trabalhasse esse quesito voltado para a proposta de buscar desenvolver no aluno formas ativas e efetivas de ler. “Ler é mais do que decifrar o código linguístico. É construir sentido à partir do texto”. (SOARES, 2010, p. 46).

É através da leitura que se tem acesso a cidadania, a orientação para um entendimento mais profundo da vida em sociedade, à construção de uma personalidade mais crítica, mais livre e, portanto mais consciente de seus deveres e de seus direitos. São possibilidades que geram a autonomia que se pretendida para a criança. Graças à diversidade de textos disponíveis para as distintas áreas da sociedade, esses fatores se fortalecem na formação da criança.

Mas afinal o que seria ler? Qual a significação da leitura para o indivíduo? Buscando responder estas indagações, analisamos a definição por meio de Soares (2010) que conceitua a leitura como instrumento que permite dar sentido a determinado conteúdo, é decifrar de forma consciente a intenção do que se encontra redigido.

Se assim acontece, facilita-se a escrita de forma que o indivíduo envolve- se reciprocamente por meio de um texto, é construir uma determinada ideia com sentido e emprego determinados. Sua recomendação é de que a escola investisse com mais propriedade no ato da leitura, considerando ser o melhor para o aluno. Assim, se o aluno não satisfazer as outras áreas do conhecimento à contento, mas se tornar um ótimo leitor,

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