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A GEOGRAFIA E VIOLÊNCIA URBANA

Por:   •  6/12/2018  •  1.185 Palavras (5 Páginas)  •  361 Visualizações

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Outro tipo de violência é a racionalidade econômica, pois trata “gente” como objeto de consumo e não como seres iguais. Essa violência conte também a ideia de classificar quem não pode comprar como responsável pela sua falta de recursos financeiros. Se compreendermos o ser humano como portador da capacidade humana de pensar, teríamos formas de encontrar soluções ou, pelo menos, minimizar a violência urbana.

Com todas as transformações culturais da modernidade no urbano, a relação de padrão de vida refere-se a produção, mas, principalmente ao consumo de mercadorias. Porem, qualidade de vida implica na participação do conjunto, mas também em ter saúde, ar e agua puros, alimentos saudáveis. Assim, contrapõem-se ideias de desenvolvimento, no seu sentido mais amplo e no seu sentido de progresso material.

Na realidade, os modelos de urbanização e urbanidade nunca foram e ate agora, atingidos em nenhum lugar do mundo. São modelos que pressupõem o progresso dos bens materiais e o denominado padrão de vida urbano, mas não melhoria da qualidade de vida.

Com essa face contraditória, os problemas urbanos são considerados desvios do modelo e não sua face real

- a exclusão social dos benefícios da urbanização e vista como um problema atribuído, em geral aos indivíduos, enquanto a classificação e a hierarquização das cidades dependem do numero de moradores urbanos.

- A falta de moradia e de emprego e admitida em decorrência do descompasso entre crescimento da população e do emprego.

- A falta de emprego é atribuída ao modo como os indivíduos não se preparam para entrar no mercado e, enquanto isso, se desmantelam as universidades e as escolas de ensino fundamental e médio, tornadas mercadorias.

- Os problemas de poluição, são atribuídos aos indivíduos que jogam lixo nas ruas, que usam automóveis, as geladeiras etc. e não aos produtores das mercadorias.

- A violência contra as pessoas, suas posses e propriedades e o medo generalizado de viver no mundo urbano.

Para cada um dos problemas, tenta-se encontrar uma solução:

- Para a falta de moradias, criam-se mercados especiais de financiamento da habitação, já vistos como novos problemas;

- Para a poluição, buscam-se mecanismos para limitar o uso de automóvel, o que cria novos problemas, porque não são analisados em conjunto, os meios de circulação pública.

- Para resíduos, aumentam-se os reciclos.

- Para a falta de emprego, admite-se alteração nas normas da legislação trabalhistas que retira direitos, historicamente admitidos etc;

- Para combater a violência, fala-se em equipar a policia e aumentar a vigilância.

Em síntese, ao se tentar qualificar uma forma de analisar a violência urbana , temos de considerar a exclusão de uma grande parte da sociedade como violência. Violência social contra uma grande parcela da sociedade. Exclusão que ocorre tanto na obtenção dos bens materiais quanto na possibilidade de pensar.

Pode-se também pensar na violência urbana, relacionada à ausência da urbanidade, ou seja, à falta de instrumentos que permitam ao citadino participar da vida na cidade.

Não basta somente cartografar os lugares onde ocorre o maior volume de violência e explicar suas características; convém também analisar a forma como hoje se pensa, cada vez mais no consumo como portador do bem, esquecendo-se de pensar no ser humano e em sua capacidade maior, que é a capacidade de pensar.

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