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Geografia Política

Por:   •  14/10/2017  •  1.776 Palavras (8 Páginas)  •  475 Visualizações

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É certo que o poder de mobilização viabilizado pelas redes sociais na internet é uma tendência a nível mundial. E porquê? Para explicar isso podemos pegar no exemplo da Primavera Árabe, que são as manifestações políticas articuladas desde o final de 2010 e que vão de encontro ao tema abordado no filme/documentário “The Square”, onde há o registro do calor do momento durante as manifestações populares que vieram a derrubar o presidente do Egipto Hosni Mubarak que estava há trinta anos no poder. No documentário também há o registro do que fizeram com o presidente eleito nas eleições de 2011, Mohamed Morsi acabou por ser retirado do poder também, pela imensa insatisfação do povo.

A organização e a manifestação da sociedade civil são necessárias para a construção de uma vida política activa de um país, de um povo, e dessa forma, têm promovido transformações consideráveis como a queda de ditadores (exemplo referido mais a cima do documentário). No Brasil, actualmente, a despeito de não se viver as mesmas condições políticas que os países da “Primavera Árabe”, depara-se constantemente com casos de corrupção e de má gestão dos assuntos públicos. Esses acontecimentos levaram à mobilização da sociedade brasileira para revelar o descontentamento através das manifestações que foram realizadas em 2013 e 2014 posteriormente.

Mas qual a diferença entre as manifestações da “Primavera Árabe” e as que ocorreram na sociedade Brasileira? A intensidade. O que ocorreu no Egipto, tem-se é um movimento que ganha as ruas de forma intensa, dias a fio, até mesmo com enfrentamentos contra o próprio Estado, que fora representado com as próprias forças policiais. É sabido que as “novas” redes sociais são uma mão importante para o impulso de uma revolução, não só as redes mas também como o audiovisual, onde qualquer pessoa com celular, ou câmera, consegue registrar imagens em tempo real do que está a acontecer, algo visto no documentário “The Square”, onde filmaram os acontecimentos como prova de que realmente aconteceu, visto que a mídia não mostrava realmente o que estava a acontecer.O mesmo caso aconteceu durante as manifestações do Brasil, a mídia mostrava imagens deturpadas onde a pessoa era levada a acreditar, mas, felizmente, as pessoas que foram para a rua registaram em vídeos e fotos o que realmente aconteceu. Registaram a força bruta exercida pela polícia nos manifestantes, muitas imagens tiveram até percurssão e viraram símbolos de revolução. O mesmo aconteceu com o Egipto, daí que a força das redes sociais considera-se importante hoje em dia, mas não pode-se ficar somente por trás de uma tela, há que ir à luta e “mostrar a cara” pelo que se luta, porque se não for assim não há mudanças e o povo quer sempre lutar por algo melhor.

Uma frase citada durante o filme “The Square” representa bem o que aqui quero dizer: “o povo é o poder”, ou seja, é o povo que tem o poder em mãos para fazer a mudança e não somente o Estado. É o povo que unido vai conseguir atingir os seus fins, se está descontente tem que ir para a rua, fazer ouvir a sua voz e ser respondido pelo elemento superior, até porque sem apoiantes o Estado é imputente. Todo o país tem a sua Praça Tharir, praça citada no filme, onde a população egípcia reune-se para protestar. Tem-se que observar a importância do simbolismo dessa praça que vai-se ganhando no documentário. O espaço torna-se um território disputado, pois ganha um status de poder e vemos isso bem ressaltado durante o filme “quem controla a praça, controla o poder”. Num contexto histórico é importante ressaltar que as manifestações populares actuais no Egipto não podem ser atendidas como uma “descoberta para a democracia”, pois, isto é ignorar séculos de luta pela libertação dos povos da região. Podemos exemplificar que desde o final da Segunda Guerra Mundial, o Egipto foi palco de diversas manifestações populares contra as autoridades vigentes. Também é importante ressaltar a chegada de Hosni Mubarak ao poderm em 1981 através de um movimento nacionalista que derrubou a monarquia no Egipto em 1952. A revolução egípcia trouxe a república e vários líderes foram responsáveis por importantes conquistas sociais e políticas.

Num determinado momento do documentário, o actor Khalid Abdalla denuncia a forma como a mídia do país tem manipulado as informações, tal como foi com as manifestações brasileiras, como já citado. As manifestações que ocorreram no Egipto e que transformaram e ainda transformam o cenário político do país fazem parte de um processo de liberdade que os povos do Norte de África vêm lutado por anos. Manifestações que também tomaram conta da Líbia, da Tunísia, da Argélia e de Marrocos, foram uma grande mobilização contra os abusos de poder, do uso da corrupção e de fraudes que perpetuam grupos que visam o próprio interesse. Medidas as suas devidas proporções, as manifestações brasileiras em Junho de 2013 em que se aquivalem e no que diferem das mobilizações árabes? Talvez a resposta dessa questão ajude-nos a entender e a como chegar no caminho de termos nações mais justas.

Considerações finais. Neste tema sobre as manifestações observa-se a existência de relações contagiosas alimentadas pelas redes sociais na internet e pela mídia internacional nos três casos de protestos (no Egipto, e as duas grandes manifestações no Brasil). Mas nos dois casos, Brasil e Egipto, temos uma grande diferença: enquanto que as manifestações no Brasil já perderam a força, no Egipto ainda continuam a ferro e

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