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A Ficção brasileira contemporânea

Por:   •  29/10/2018  •  1.217 Palavras (5 Páginas)  •  292 Visualizações

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Já na geração pós/modernista, especificamente na década de 90, se profissionalizou a prática do escritor, para atender às massas, atendimento fruto de uma sociedade capitalista. A partir do surgimento da cultura de massa e dos meios que possibilitaram a sua propagação, a relação entre cultura e mercado tornou-se estreita, contribuindo para a formação de um sistema de condicionamentos da cultura, a indústria cultural, na qual as leis de mercado, inerentes ao capitalismo, determinam o que será produzido e propagado, levando em consideração a demanda.

Os poetas mestres, como Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo continuaram sendo as referências principais nas poesias. Mesmo com a reabertura da democracia, Fonseca foi muito criticado pela sua obra carregada de promiscuidade e perversão, mas muitos seguiram, pois caracterizou um novo tempo da literatura; criou um estilo próprio. Suas obras estavam voltadas para o submundo carioca. Por outro lado, esse novo tempo também foi marcado pela presença marcante da Cidade de Deus de Paulo Lins.

Outros também seguiram os passos de Fonseca, como Ignácio Loyola Brandão, Sérgio Sant’Antanna, Caio Fernando de Abreu e João Gilberto Noll, como Trevisan com o desnudamento da crueza humana; merecendo destaques literários, cujos sucessos renovaram a literatura brasileira.

A principal dimensão híbrida foi o resultado da interação entre a literatura e outros meios de comunicação, como os meios visuais e a produção da mídia em geral. Noll cumpre a sua trajetória que o identifica como pós-moderno. Promovem narrativas com personagens com crises de identidade em uma frenética busca existencial. Eduardo Costa e Silva influenciado pela cultura norte-americana passam a trabalhar com personagem homossexual.

Uma obra de destaque que permanece até nossos dias, de forma mais profunda ou cômica, em sua originalidade foi a de Lampião do Cangaço, cujo sucesso se deve à sua ação contra o militarismo da época. Caracteriza-se a literatura regionalista. Nesse ínterim, se destaca Rubem Alves, dentre outros e findam o regionalismo. A partir dessa década se firmam: gêneros melodramáticos, pornografia e romance policial, que reestruturam o estilo de muitos autores.

Nos momentos mais críticos de 1980 a 1990 surgiram e/ou emergiram diversos autores, com estilos diferentes, entretanto, em uma nova profissão: a de escritor. À luz dos dias atuais, se faz curioso observar que nesta década encarnavam verdadeiros canônicos anônimos, que consolidaram o sucesso de José Ubaldo Ribeiro, Antônio Torres, Ana Miranda, Patrícia Melo, João Gilberto Noll e Bernardo Carvalho.

Muitos destes alcançaram independência profissional, mas outros, de forma geral, ficam à mercê de uma sociedade capitalista, mas ainda muitos denunciaram nas entrelinhas de suas obras, esse comércio. Entretanto, essa sociedade, não reconhece esse valor literário e atribui para à arte o valor de exposição; transformando-a em mercadoria, por meio da reprodução serial e da propaganda, objetivando o consumo pelas massas.

Arlete Catarina de Lima Cardoso

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