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A BANALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO CAMPO: ATÉ QUANDO?

Por:   •  17/3/2018  •  1.282 Palavras (6 Páginas)  •  274 Visualizações

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O pedagogo, psicólogo e antropólogo Carlos Rodrigues Brandão afirma em seu livro de 2005, ‘’ O que é Educação’’, que na maioria das vezes, no Brasil, as leis da educação são escritas por pessoas já desacreditadas, ou seja, as leis acabam se convertendo em ‘’ apenas palavras vazias’’, uma vez que não há iniciativa de luta para garantir que estas sejam cumpridas. Ainda sobre leis da Educação, Brandão diz que:

Há uma forte crítica da prática da educação no Brasil porque as leis do ensino não são cumpridas. Ou seja, ‘’ não há liberdade no país e a educação não tem tido papel algum nos últimos anos para sua conquista; não há igualdade entre os brasileiros e a educação consolida a estrutura classista que pesa sobre nós; não há nela nem a consciência nem o fortalecimento dos nossos verdadeiros valores culturais. (BRANDÃO, 2005, p. 56, grifos meus)

A professora da Pós-Graduação em Educação da Universidade de Brasília, Mônica Molina, ainda afirma que "A ausência da oferta de escolas às comunidades rurais é a negação do direito ao acesso à educação. Ainda há no imaginário brasileiro a ideia de que o campo não demanda políticas públicas, de que não se deve gastar dinheiro porque vai acabar. Mas o que a realidade mostra é que, pelo contrário, há um processo de dinamização das áreas rurais".

O êxodo rural é um dos fatores que contribuem para a diminuição do número de escolas na zona rural, o que não justifica o que está acontecendo, pois mesmo um número ‘’ pequeno’’ de alunos, tem todo o direito a educação de qualidade.

Os números das matrículas no campo mostram que as políticas educacionais na área rural priorizam o atendimento escolar apenas até o 5º ano do ensino fundamental. Daí em diante, o estudante deve, em geral, buscar outras cidades caso queira continuar a estudar. E embora as matrículas no campo representem apenas 13% do total do país, esse percentual representa mais de 6,6 milhões de crianças e jovens espalhados em 83 mil escolas rurais. Esse contingente de alunos é maior do que toda a população do Paraguai.

(FERNANDES, Elisângela, 2011, Desigualdades em campo)

De acordo com a reportagem de Natália Cancian para a Folha de São Paulo denominada ‘’Brasil fecha, em média, oito escolas por dia na região rural’’ vemos que:

Nos últimos dez anos, são 32,5 mil unidades a menos no campo, de acordo com levantamento da Folha e com base em Censo Escolar [...] Agora, há 70,8 mil escolas no campo, ante 103,3 mil em 2003

(Folha de São Paulo, março de 2014)

Diante de tantos problemas, descumprimentos de leis e total descaso do governo e total desrespeito de direitos, percebe-se o quanto não é fácil ‘’carregar uma vela na chuva’’. A educação na educação rural pode sim um dia atingir os padrões de qualidade que crianças e adolescentes precisam para que possam assim construir seu futuro. No entanto é necessário que todos: pais, alunos, professores e toda a comunidade enfim, se unam por essa causa, para que juntos, possam conquistar seus direitos. Pois como cita Carlos Rodrigues Brandão em seu livro O que é Educação, é preciso que ‘’acreditar que o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico que ensina na escola quanto no ato político que luta na rua por outro tipo de escola, para um outro tipo de mundo’’ (2005, p. 110). Só lutando por direitos iguais, é que veremos a educação com o respeito que ela merece e que tanto almejamos.

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REFERÊNCIAS:

NATALIA CANCIAN, Brasil fecha, em média, oito escolas por dia na região rural. Disponível em: Acesso em 12 abril 2014.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Que é Educação. Ed Brasiliense. São Paulo: 2005

ELISANGELA FERNANDES, Desigualdades em campo. Disponível em: Acesso em 12 abril 2014

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