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A Arte de contar histórias na educação infantil

Por:   •  10/12/2018  •  5.333 Palavras (22 Páginas)  •  411 Visualizações

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Esse exemplo nos mostra o quanto é essencial que se realize a leitura de histórias de maneira envolvente, principalmente na educação infantil, na qual dependendo da faixa etária o tempo de concentração é demasiadamente pequeno. O trivial na realização dessa prática é despertar a criatividade das crianças e garantir que essas se envolvam no enredo proposto e encontre prazer nesse ato.

Olhando esse exemplo, um educador pode inventar inúmeras maneiras de enfocar a ludicidade, interesse e concentração nas crianças através das leituras dos livros. Ao ouvir histórias, os pequenos sentem-se livres para viajar em lugares por eles criados, inventando as características de cada personagem e fazendo uma relação entre o mundo em que vive e a imagem que imita o real, estimulando a imaginação criadora da criança. “A liberdade se conquista com o exercício da criatividade”. (Oliveira, Cristiane M. - online)

Dentre as variadas técnicas já existentes, serão destacadas a seguir as intervenções mais propícias a aplicação na educação infantil:

- A participação é fundamental.

No momento de se ler histórias para as crianças é importante definir se essa atividade terá a participação das mesmas ou se essas serão somente ouvintes. Numa história participativa, os alunos podem compartilhar juntamente com o professor os atos e personagens do enredo. Nessa técnica, as crianças podem reproduzir movimentos e sons, ou podem criá-los também. Um exemplo desta prática pode ser destacado na simples leitura de “Menina bonita do laço de fita[1]”, onde o professor pode propor que a cada vez que haja uma repetição, como “O que fazer para ser como você tão pretinha?”, as crianças tenham que bater palmas. Esse procedimento estimula a concentração, pois será necessário que eles se atentem a cada detalhe para saber a hora certa de bater as palmas. Conforme esse método for sendo repetido e as crianças mostrando facilidade, pode-se propor mais do que um movimento por história.

Outra maneira de se aplicar esse procedimento é com a utilização de fábulas. Como exemplo, podemos citar “A menina do pote de leite[2]” . Conforme os animais vão aparecendo, as crianças devem reproduzir seus sons, como o relinchar do cavalo ou o piar do pintinho. Além da concentração, será desenvolvido também a relação de cada animal com seu som e também as expressões orais, corporais e faciais.

O uso de animais em histórias é benéfico em vários sentidos para as crianças, pois as fábulas tratam de situações cotidianas ou de temas decorrentes da vida do homem, sendo representado pelos bichos. Esses contos satirizam certos defeitos de personalidades, criticam atitudes humanas, mostrando valores através das lições de moral que são importantes que as crianças obtenham desde cedo. Além disso, essas se identificam muito pelos animais, principalmente por aqueles destacados como fortes e valentes, e utilizando-os nas leituras, o envolvimento e interesse serão consideravelmente maiores.

Há um grande número de fábulas escritas pelos mais diferenciados autores, tendo como fabulista mais conhecido mundialmente Esopo e, também, Monteiro Lobato, primeiro brasileiro a escrevê-las. Nelly Novaes Coelho (2000) descreve em seu livro que “A representação de sentimentos e/ou comportamentos humanos por animais é dos processos mais antigos e mais usados em literatura e também dos mais sedutores para os leitores de qualquer idade” (pg. 203)

2.2. Vida aos objetos

Ao empregar o uso de objetos na prática de leitura infantil, pode-se aplicar duas técnicas diferentes, utilizando somente uma caixa bem enfeitada e chamativa. Essa pode ser denominada “Caixa Mágica”, sendo depositado em seu interior vários objetos diferentes (canetas, laços, vela, sapato, lanterna, giz, etc.). A primeira atividade pode ser a “Roda com objetos”, na qual, depois de todas as crianças sentarem em roda no chão, a professora pega um objeto qualquer de dentro da caixa e inicia uma história com ele. É possível inventar um papel para aquele objeto relacionando-o à um personagem ou apenas criando uma história com o objeto sendo ele próprio, ou seja, atribuindo vida aos mesmos. Após isso, a caixa é passada de mão em mão, e cada criança dá continuidade ao conto iniciado pela professora.

Outra maneira de aplicar um exercício de criação de histórias com a caixa é ter somente a professora como protagonista. A partir de um determinado tema, a educadora desenvolverá uma narração aproveitando todos os objetos, sendo eles próprios ou não. As crianças dentro de seu elevado grau de imaginação e criatividade são capazes de arquitetar as mais absurdas histórias, empregando diversificados materiais, desenvolvendo assim a oralidade, fantasia, interpretação, noção de sequência de fatos, inter-relação de recursos inanimados e de concreto x fantasioso, entre outros. Para Nelly Coelho (2000) “O mágico e o absurdo irrompem na rotina cotidiana e fazem desaparecer os limites entre real e imaginário”. (pg. 26)

2.3. Desenho direcionado e fantoches

Através do enredo de algumas narrações é possível também trabalhar com valores, regras e comportamentos. Um exemplo disso é a utilização da historia “A minhoca e o passarinho[3]”, a qual enfatiza a disputa por algo em comum, sugerindo três soluções diferentes para o problema. A partir destas soluções, a criança poderá escolher aquela que mais acredita ser o correto, despertando assim a noção do certo e errado através de sua interpretação, possibilitando ao narrador avaliar a percepção do aluno e intervir quando necessário.

Esta história possibilita a utilização de inúmeras técnicas para enfatizar esses conceitos trabalhados; as crianças podem usar os dedos das mãos para dramatizar a história, bem como aplicar a técnica do desenho direcionado. Logo que a história vai se desenrolando, as crianças vão desenhando aquilo que mais lhe chamaram a atenção. É interessante também sugerir que elas vão desenhando cada novo personagem, ato ou cena que for descrita. Assim, os ouvintes terão que se concentrar, interpretar os fatos, relacionar o que foi melhor absolvido, se atentar as características de cada papel e desenvolver seus desenhos.

Os fantoches, dedoches e bonecos, também, podem ser úteis. A professora pode usá-los criando com eles situações impróprias ocorridas em sala de aula entre os alunos, mostrando aos estudantes que proporção aquela ocorrência tomou, a sua influência para o bom andamento

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