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RESENHA DOS TEXTOS TEÓRICOS CAPÍTULO 5 DE “LITERATURA COMPARADA” DE TÂNIA CARVALHAL E “INTERTEXTUALIDADE” DE SANDA NITRINI

Por:   •  25/12/2018  •  1.215 Palavras (5 Páginas)  •  387 Visualizações

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entre diversas escrituras: a do escritor, do destinatário, do contexto atual ou anterior. Portando o texto se situa na história e na sociedade, da mesma forma que o escritor se situa ao reescrever esses textos. O autor vive na história e a sociedade se escreve no texto, esse conceito é chamado de ambivalência. O dialogismo de Bakhtin concebe a escritura como subjetividade e comunicabilidade, ou seja, intertextualidade.

Todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto. O diálogo entre textos está duplamente orientado: evocação de uma escrita, um livro remete a outros livros, e a transformação dessa escrita, conferindo a esses livros um novo modo de ser, elaborando sua própria significação. Dessa forma, o texto literário se apresenta como um sistema de conexões múltiplas. Em contraposição a Kristeva, Laurent Jenny afirma que a intertextualidade não é uma adição confusa e misteriosa de influências mas o trabalho de transformação de assimilação de vários textos operado por um texto centralizador que mantém o comando do sentido.

A análise de uma obra literária consiste em avaliar as semelhanças que persistem entre o enunciado transformador e o seu lugar de origem e ver de que modo o intertexto absorveu o material do qual se apropriou. O intertexto refere-se a algo que aparece na obra, e que está nela. Esse conceito chama atenção para a forma como a escritura literária se socializa com os outros elementos, pois sua individualidade acontece apenas até certo ponto no cruzamento particular de escrituras prévias, já no conceito de influência a tendência era individualizar a obra literária. A partir desses conceitos podemos inferir que todo texto é um intertexto, outros textos estão presentes nele, cada texto é um tecido novo de citações acabadas.

Para Guillén a intertextualidade não resolve o método da literatura comparada, serve apenas para a partir dela serem feitas novas elaborações mais direcionadas, pois para ele a intertextualidade reduz-se apenas a uma concepção geral dos signos, uma teoria do texto, negando que seja um método de investigação sobre as relações existentes entre as diferentes obras. O comparativista não apenas exagera ao fazer tal afirmação como também empobrece a teoria da intertextualidade tão presente para a percepção da singularidade de uma obra literária.

Os conceitos de intertextualidade e influência funcionam bem para se lidar com manifestações explícitas, mas as análises de ocorrências implícitas dificilmente apresentam resultados satisfatórios. Assim como é difícil delimitar a relação direta ou indireta de um autor com outro, um movimento e época literária, além de pressupostos culturais, é difícil avaliar o processo de absorção e transformação operado pelo texto receptor e se ler a obra, levando em consideração esse processo.

A intertextualidade é um vasto sistema de trocas, onde originalidade é relativo e a verdade é impertinente, inserindo-se portanto num contexto de visão desconstrutivista, marcada pela morte do sujeito focando sua atenção para os textos e objetos criados. No conceito de Influência o sujeito ainda se mantém presente por meio de sua produção e contato com a de outros.

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