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Resenha "O Príncipe" cap 1 a 15

Por:   •  14/11/2018  •  1.602 Palavras (7 Páginas)  •  444 Visualizações

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Outras formas de conquista além dessas acarretam em outros tipos de principado. São eles dois: o principado civil e o principado eclesiástico. O primeiro se constitui quando um cidadão se torna príncipe de sua pátria pelo favor do povo ou dos poderosos, o que acontece de acordo com a oportunidade que houver. Aquele que ascende através dos poderosos tem mais dificuldade de governar, pois, está cercado de pessoas que tem poder, assim deve agradá-los. Por outro lado, aquele que toma o trono pelo povo comanda sozinho. Deve-se observar também que o desejo do povo é mais simples e consiste numa condição de vida digna. Recomenda-se que ele evite a inimizade dos grandes porque podem atacá-lo. Ainda que se deva garantir o seu governo através da amizade com o povo, caso contrário nos momentos adversos este se voltará contra o príncipe. No segundo caso, o príncipe enfrenta grandes dificuldades antes de dominá-los, mas quando se domina elas desaparecem quase que por completo. Isso se dá porque são mantidos através da rotina religiosa. São os únicos príncipes que não defendem o Estado e os únicos súditos que não governam. E mesmo assim, os Estados não lhes são tomados nem o povo toma o poder do príncipe. São garantidos e regidos por poderes superiores não compreendidos pelos homens e é a isso que se atribui tamanha segurança e estabilidade.

Quanto à força que garante os principados e repúblicas deve-se levar em consideração se os principados são capazes de se manter sozinhos. Quando isso acontece os príncipes podem formar um exercito forte e enfrentar qualquer inimigo que ameace seu trono. Caso contrário, o príncipe precisa se refugiar através de muros para se defender. Aliado a isso, para que se garanta o poder, o príncipe não deve ser odiado, pois, assim, mesmo que se ataque o príncipe sairá vitorioso por conta da colaboração de seus súditos. Segundo Maquiavel, as bases dos Estados estão nas boas normas e boas leis, estas que não são possíveis sem boas armas, assim como onde há boas armas é conveniente que se tenha boas leis. Nesse sentido, existem alguns tipos de forças para a manutenção do Estado: mercenárias, auxiliares, próprias ou mistas. Sendo que as primeiras são não somente inúteis como também perigosas. Isso porque o que as mantém em combate é o dinheiro pago, e isso não é o suficiente para que esses soldados deem a própria vida na batalha. A falha desse tipo de tropa está na covardia. As auxiliares, por sua vez, são aquelas que outros poderosos mandam em teu auxilio. Podem até ser boas e úteis em combate. Mas isso é perigoso, pois, se houver a vitória o príncipe ficara prisioneiro dela e se for derrotado o acordo estará desfeito. Por isso, podem ser ainda mais perigosas do que as tropas mercenárias. Já as mistas, como a nomenclatura sugere, são compostas parte por soldados próprios e parte por mercenários, no geral são boas, porém, ainda mais fracas do que aquelas compostas apenas por exércitos próprios. Em relação a quem deve comandar o exército, no caso da república deve ser um cidadão, que deve ser substituído se desvirtuar-se de seu objetivo, no caso dos principados o próprio príncipe deve ser o capitão.

Nesse último caso, o príncipe possui deveres para com suas tropas, ele deve ter sempre como objetivo a guerra, mesmo em momentos de paz. Se preocupando com os devidos regulamentos e disciplina, porque esse seria o comportamento esperado de um comandante. Assim, poderá conquistar o principado, se isso não for feito correrá o risco de perder o poder. E a razão pela qual isso ocorre é que o fato de estar desarmado o torna submisso, erro danoso ao príncipe. Com isso, este deve se preocupar sempre com a arte da guerra através da prática ou do pensamento. A ação deve se garantir com a disciplina dos soldados e o constante exercício, o príncipe deve estar presente nas grandes caçadas. Dessa forma, além de habituar seu corpo a condições adversas ele também aprenderá sobre a natureza dos lugares e principalmente, conhecer seu território, o que lhe proporcionará identificar seus meios de defesa e com a prática nesses lugares ficará mais fácil conhecer outros novos. Em relação ao exercício do pensamento, o príncipe deve ler as histórias sobre as ações dos grandes homens e tentar imitar seus feitos. Dessa forma, ele não deve negligenciar as práticas militares em tempos de paz, estando sempre preparado para resistir a um conflito.

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