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REESCRITA E RETEXTUALIZAÇÃO DO GÊNERO RESUMO: UMA ALTERNATIVA NA PRODUÇÃO DE LEITURA E ESCRITA

Por:   •  22/3/2018  •  2.304 Palavras (10 Páginas)  •  346 Visualizações

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Garantir que alunos sejam capazes de reconhecer, produzir e apreciar diferentes gêneros nas mais diferentes esferas de atividade é uma tarefa que cabe à escola. Nesse sentido, o professor de Língua Portuguesa deve e precisa desenvolver o trabalho na perspectiva dos gêneros. Os gêneros discursivos fazem parte de nossas práticas sociais. Assim, não há como negar que o indivíduo para obter êxito ao se comunicar precisa ser capaz de reconhecer, produzir diferentes gêneros que fazem parte das práticas sociais. Para tanto, é importante que se reconheça que a leitura e a escrita são pontes incontestáveis para a construção do conhecimento, pois tudo que é ensinado no espaço escolar precisa estar ligado ao ato de ler, o qual pode proporcionar ao leitor o acesso às informações, o aumento do vocabulário, o desenvolvimento da criticidade, o interesse na busca pelo conhecimento sobre assuntos variados. Além de instigar o leitor a pensar, pode impulsionar suas relações com o meio social e com o mundo. Assim, justificam-se as razões para o desenvolvimento de projetos, com ênfase nos gêneros textuais nas escolas de educação básica.

Sustentam este artigo os pressupostos teóricos dos autores: DOLZ E SCHNEWULY (2011); BAKHTIN, (2006-2010); MARCUSCHI, (2008); MATENCIO, (2002); KOCH, (1990; 1997; 2002; 2004; 2012); entre outros. São enfatizados aqui dois pontos relevantes: a leitura e escrita como pilares de sustentação em toda trajetória estudantil; abordagem sobre gêneros textuais com ênfase o resumo. É nessa perspectiva que se espera que o uso desses elementos, sirvam como instrumento para o desenvolvimento da prática da reescrita e retextualização.

- Leitura e escrita como alternativa para o desenvolvimento da competência discursiva.

A leitura e a escrita são os pilares de sustentação para o aluno em toda trajetória estudantil. São, portanto, fatores fundamentais para a inserção do ser humano na sociedade atual. Para Cagliari (1999), a atividade mais importante que serve de âncora para as demais, desenvolvidas na escola é a leitura. Tudo que é ensinado no espaço escolar precisa estar ligado ao ato de ler, o qual pode proporcionar ao leitor o acesso às informações, o aumento do vocabulário, o desenvolvimento da criticidade, o interesse na busca pelo conhecimento sobre assuntos variados que, além de instigar o leitor a pensar, pode impulsionar suas relações com o meio social e com o mundo. Além disso, a leitura auxilia no desenvolvimento da escrita, que é algo necessário e imprescindível, para a formação do leitor e produtor de texto. Tendo a leitura /escrita, como base, torna-se necessário ter os gêneros do discurso como fortes aliados no processo de ensino e aprendizagem da língua portuguesa.

3- Os gêneros textuais

É evidente que mesmo aquelas pessoas que têm grande domínio de uma língua, em variadas situações cotidianas, podem sentir dificuldade para elaborar algum gênero quando solicitado em suas práticas sociais. Levando-se em conta essa assertiva e as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) o gênero discurso foi colocado como objeto a ser trabalho nas aulas de Língua Portuguesa. De acordo com o referido documento “todo texto se organiza dentro de determinado gênero em função das intenções comunicativas, como parte das condições de produção discursiva, os quais geram usos sociais que os determinam” (BRASIL, 1998, p. 21). Assim, ensinar os gêneros é algo fundamental para que o aluno tenha contato com os mais variados gêneros presentes nas diversas práticas sociais. Diante desse quadro, é oportuno apresentar as definições de gênero do discurso.

Para Shneuwly (2004) os gêneros são instrumentos que possibilitam a interação humana. Neste sentido, cabe ao professor a tarefa de apresentar aos alunos os mais variados gêneros de forma sistemática para colocar os alunos frente a práticas de linguagem histórica, social e culturalmente construídas e, assim, dar-lhes a possibilidade de aprendê-las e delas se apropriarem.

Segundo Bakhtin (2011) Cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo por isso denominado gêneros do discurso. Já Marcuschi (2003) afirma que os gêneros textuais são fenômenos históricos profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades do dia a dia. São entidades sócio discursivas e formas de ação social incontáveis em qualquer situação comunicativa.

Bazerman (2004) nos mostra, em uma perspectiva sócio-interativa dos gêneros textuais, que um gênero está sempre relacionado a outro, seja num mesmo momento histórico e social ou em momentos anteriores. Isso explica a semelhança e difícil classificação e delimitação de muitos textos. O autor ressalta a relação entre gênero e organização de atividades sociais; uma vez que os textos, segundo Bazerman, são responsáveis pelo estabelecimento e surgimento de fatos sociais que orientam a vida social. Assim, na medida em que criam fatos sociais e atividades, os gêneros tornam-se responsáveis pela tipificação desses fatos e atividades.

Se houve um tempo em que era comum a existência de comunidades ágrafas, se houve um tempo em que a escrita era de difícil acesso ou uma atividade destinada a alguns poucos privilegiados, atualmente, a escrita faz parte de nossa vida, seja porque somos constantemente solicitados a produzir textos (bilhete, e-mail, lista de compras, etc.), seja porque somos solicitados a ler textos escritos em diversas situações do dia- a- dia (placas, letreiros, e-mail, embalagens, anúncios, etc.) Koch (2010). A escrita é concebida como uma atividade cuja realização demanda a ativação de conhecimentos e o uso de várias estratégias no curso da produção do texto.

Apresentamos aqui apenas algumas das mais variadas abordagens sobre o gênero, que em sua maioria, partem da concepção Bakhtiniana. Vê-se a necessidade de se trabalhar o gênero em questão a partir de um comum acordo, uma interação, entre alunos e professores. Para o professor reconhecer as deficiências de seus alunos na leitura e produção de um determinado gênero, deve primeiro saber quais são os conhecimentos de seus alunos sobre tal gênero para, então, poder oferecer aos alunos modelos e análises desse gênero e a partir daí, então orientar a atividade de produção escrita.

3 - O gênero resumo

Os gêneros estão presentes em todas as nossas atividades sociocomunicativas e são utilizados conforme a necessidade de cada situação.

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