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O ROMANTISMO NO BRASIL

Por:   •  10/12/2018  •  2.087 Palavras (9 Páginas)  •  513 Visualizações

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Quadro vivo, que nos fala, D’alma profunda harmonia.

Como um suave perfume, Que com tudo se mistura;

Como o sol que flores cria, E enche de vida a natura.

Como a lâmpada do templo, Nas trevas sozinha vela,

Mas se volta a luz do dia, Não se apaga, e sempre é bela.

(Gonçalves de Magalhaes, Suspiros Poéticos e Saudades, 1986. Ed. Universidade de Brasília, V Poema)

A primeira parte é constituída de 43 poemas, sendo que a Fantasia é o V poema. Neste poema e autor deixa claro que a fantasia e algo presente na vida de todos, e escrita na 2º pessoa do plural. Ele descreve a fantasia como sendo um presente de Deus, algo que tem um suave perfume como os das flores. A fantasia e como a lâmpada que não se apaga, é sempre bela, clareia a escuridão, conservas as lembranças boas. Uma vida sem fantasia e uma vida vazia, angustiante e pequena, mas uma pessoa que á conserve dentro de si tem a melhor maneira de sonhar acordado, imaginar, ir além do real.

O livro de Magalhães, se não primava pela qualidade dos versos, unia a poesia e a experiência, a arte e a vivência, sendo, enfim, o exemplo maior do versejar ao gosto da aventura, do novo, do exótico, ao mesmo tempo que expressava a experiência do Eu em contato direto com a cultura erudita Europeia, sacralizada aos olhos dos românticos brasileiros.

A segunda parte é dedicada, à saudade, evocando em 12 poemas a pátria, a família, os amigos, enfim, pessoas, fatos e lugares caros ao poeta e dele apartados.

Antônio Gonçalves Dias (1823-1864) foi um poeta, jornalista, professor, etnógrafo, advogado e teatrólogo maranhense. Talvez um dos mais representativos poetas da primeira fase romântica no Brasil. Sua principal característica era a valorização da natureza e sua pátria.

Algumas obras: Canção do Exílio (1846), I-Juca-Pirama (1851), Os Timbiras (1857).

Assim como o índio, foi escolhido como um dos símbolos da nacionalidade brasileira, versos de Gonçalves Dias, do poema Canção do Exílio (1843), e considerado um dos mais citados em nossa cultura.

Veja um trecho da obra;

“Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,

Nossos bosques têm mais vida,

Nossa vida mais amores.”

(Gonçalves Dias, 1846)

O poema e composto por cinco estrofes, sendo três quartetos e dois sextetos, o autor escreveu quando estava estudando Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal. Assim, com saudades de seu país, sentia-se exilado. Em devaneios conduz seu pensamento para o seu país e a natureza, visto como lugar de refúgio para os angustiados. Ele o coloca como um lugar sublime, maravilhoso.

Há dois aspectos fundamentais no poema; a valorização do Brasil e a intextualidade. Ele idealiza a terra natal, tem o afastamento espacial que era um traço do romantismo e a supervalorização dos elementos que compõem o lugar.

O poema faz uma relação com o hino nacional: “Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida, (no teu seio) mais amores”, isso deixa cada vez mais claro sua relação com o país de origem. A valorização do índio que é considerado o herói nacional, no final ele ainda faz um pedido aos céus; “Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá;”, seu desejo de retorno e imenso, ele não perde as esperanças.

Manuel José de Araújo Porto Alegre (1806-1879) Poeta romântico de teor nacionalista, Crítico, historiador, poeta, teatrólogo, nasceu em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, havendo controvérsia quanto à data de nascimento – para uns seria em 19/09/1806, para outros em 29/11/1806, e morreu em Lisboa em 29/12/1879.

Viaja em 1831 para Paris, acompanhando seu mestre Debret, e estuda na Escola de Belas Artes de Paris e viajando depois pela Itália, Inglaterra, Países Baixos e Bélgica. Volta para o Rio de Janeiro em maio de 1837 onde passa a desenvolver atividades como arquiteto, professor de desenho, poeta e, inclusive, crítico e historiador de arte, área na qual também é considerado como fundador da disciplina no Brasil. Patrono da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) Médico, escritor, jornalista, professor de história e geografia, Joaquim Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí. Formou-se em medicina em 1844, ano em que publicou seu romance de maior sucesso, A Moreninha. O escritor foi um dos fundadores da revista “Guanabara”, com Gonçalves Dias e Manuel de Araújo Porto Alegre.

Ligado à família imperial, foi preceptor dos filhos da Princesa Isabel, além de dar aulas a eles. Deu aulas também de história e geografia no Colégio Pedro 2º. O escritor foi membro do Instituto Histórico e Geográfico, atuando até como presidente da instituição. Além de ter atuado como deputado.

Escolhido por Salvador de Mendonça, Joaquim é patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras.

Outras obras que se destacam: O Moço Loiro (1845), A Luneta Mágica (1869), As Vítimas-Algozes (1869).

Trecho da obra “A moreninha”

“E o mais é que nós estamos num sarau: inúmeros batéis conduziram da corte para a ilha de...senhoras e senhores, recomendáveis por caráter e qualidade: alegre, numerosa e escolhida sociedade enche a grande casa, que brilha e mostra em toda a parte borbulhar o prazer e o bom gosto.

Entre todas essas elegantes e agradáveis moças, que com aturado empenho se esforçam por ver qual delas vence em graças, encantos e donaires, certo que sobrepuja a travessa Moreninha, princesa daquela festa.”

A moreninha conta a história de amor de Augusto e Caroline (moreninha), eles se apaixonaram quando era criança. E muito visível em todo o texto o sentimentalismo, usa uma linguagem clara e objetiva. Há um suspense e um final feliz típico dessa face do Romantismo, representa uma narrativa romântica com características nacionais.

Está

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