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O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO CONTEXTO BRASILEIRO: A IMPORTÂNCIA DA VOZ COMO CANAL DE EXPRESSÃO QUE PROPORCIONA CONHECIMENTO

Por:   •  8/10/2018  •  2.652 Palavras (11 Páginas)  •  400 Visualizações

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Enquanto os aspectos mais estruturais da língua, suas características morfológicas, sintáticas e fonéticas, ampliam a capacidade intelectual, desenvolvem o raciocínio lógico do aluno; a cultura, por sua vez, toca em sua subjetividade, contribuindo para a ampliação dos aspectos emocionais envolvidos no processo de aprendizagem de uma língua estrangeira, os quais têm importância capital no intento de alcançar os objetivos propostos. (Gasparotto e Fleck, 2010, p. 248).

O ensino precisa conectar a aprendizagem ao mundo, dando margens à criação de laços de multiculturais. Nesse sentido, Gasparotto e Fleck (2010, p. 249) enfatizam que “... um dos objetivos do ensino de língua estrangeira é o desenvolvimento da chamada competência comunicativa, o desenvolvimento simultâneo e integrado das dimensões que configuram essa competência e que permitirão ao estudante utilizar a língua de forma correta e adequada. ” Portanto, o ensino de língua estrangeira dentro da educação brasileira precisa ser mais que apenas mais uma disciplina aleatória que compõe a matriz curricular, para proporcionar ao aluno a competência comunicativa essencial para sua conexão com o mundo.

A competência linguística diz respeito ao ato de compreender, ter a competência para entender uma situação de fala, com produção e entendimento de frases, conhecimentos das regras gramaticais da língua em que se está falando (OLIVEIRA, 2009).

Para Monteiro et al (2013), citando o fundador da gramática generativa – Chomsky (1957) a competência comunicativa dá referência ao ato de produzir e compreender um número ilimitado de frases. Os autores descrevem ainda que a competência comunicativa é a habilidade que o indivíduo tem de falar com o outro, clara, coerente e eficazmente.

Mais que entender e compreender, a competência linguística é a opção que o indivíduo tem para poder se adequar ao meio, ao contexto e dominar as situações concebendo uma comunicação entre os indivíduos envolvidos. Conceição (2006) citando Miccoli (1997) fala que a aprendizagem de uma língua é compreendida como a construção a e interpretação de experiências de aprendizagem dos alunos, onde o professor desenvolver tais experiências adaptando o ensino às necessidades desses alunos.

Monteiro et al (2013) ressalva que a competência linguística e comunicativa diz respeito a capacidade de falar, escrever e selecionar as formas linguísticas nas mais variadas situações que o indivíduo tem em suas ações, de acordo com seus conhecimentos adquiridos e as experiências vivenciadas.

Cruz Junior (2011, p. 8) falando a respeito, comenta que “a menção à competência linguística [...] seria a capacidade de adequar o estilo de fala às situações comunicacionais de forma conveniente ao contexto, parece integrar aquilo que concebemos como competência comunicativa”.

Os PCN (2000) demonstram que as competências e habilidades fazem o confronto de opiniões e pontos de vista nas diferentes linguagens, utilizando-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação nas mais diversas situações. Além, é claro, da compreensão da língua materna, gerando significado a linguagem aplicada.

A LBD (1996) menciona que o conhecimento das formas contemporâneas de linguagem deve ser um dos requisitos que o educando deverá demonstrar ao final do ensino médio.

Os PCN (2000, p. 11) trazem ainda que a competência linguística não se dá apenas pelo domínio técnico de uso da língua em suas normas, mas a saber utilizar a língua nas mais diversas situações e que exijam a reflexão sobre os contextos, “a competência comunicativa vista pelo prisma da referência do valor social e simbólico da atividade linguística e dos inúmeros discursos concorrentes”. Dentro dessa perspectiva, o ensino não é apenas para saber, compreender ou criar discursos no contexto linguístico, mas criar discursos que estejam além do ensino da língua, e sim daquele que insere valor social, cria laços com a relação social do aluno.

A oralidade toma formas diversificadas mediante a necessidade de aprender e/ou ensinar uma língua estrangeira, neste caso a língua espanhola, de acordo com Zumthor (2010) para compreender a cultura oral como forma de registro histórico e de desenvolvimento tem-se a representatividade e importância da voz, a qual se utiliza de uma performance acompanhada de sons e gestos.

[...] a relação do aluno com o conhecimento não é mais mediada pela transmissão do professor, mas sim pelo material didático posto na mão do aprendiz, cabendo ao professor o controle do tempo, da postura, do comportamento dos alunos durante esta relação com o conhecimento através do material didático. Quem instrui é o material didático. Ao professor, compete distribuir o tempo, distribuir as pessoas, e verificar se houve “fixação” do conteúdo, comparando respostas dos aprendizes com o “livro do professor”, onde exercícios e tarefas estão resolvidas e oferecem a chave de correção de qualquer desvio. (GERALDI, 2004, p. 13)

A motivação provocada pelo estímulo causado pela utilização da voz pode acelerar o interesse e a motivação pela aprendizagem sendo que pelos conceitos de Deleuze e Guatari (1995) compreende-se que a performance da voz ultrapassa o registro da forma fixa, neste caso a escrita, levando em consideração que a narrativa de um texto é artesanalmente construída por um enredo, nos afirma também Lévi-Strauss (2005).

Em aulas onde o professor se utiliza de língua estrangeira durante toda a classe o estímulo da voz e a inserção das características culturais da determinada língua elevam a capacidade de aprender dos alunos, Deleuze (1998) nos lembra que a enunciação da fala é composta construção coletiva, ou seja, é social, sendo produzidas por dispositivos que atuam socialmente e auxiliam no desempenho dos sujeitos envolvidos.

“Voz implica ouvido. Mas há dois ouvidos, simultâneos, uma vez que dois pares de ouvidos estão em presença um do outro, o daquele que fala e o do ouvinte. Ora, a audição (mais que a visão) é um sentido privilegiado, o primeiro a despertar no feto (...) O ouvido, com efeito, capta diretamente o espaço ao redor, o que vem de trás quanto o que está na frente. ” (ZUMTHOR, 2007 p. 86-87).

Ainda levando em consideração Zumthor (2005), a voz retrata os costumes e tradições de um povo, porem ela tem uma atualização constante, sendo que a língua se modifica, palavras surgem com o passar do tempo, assim como algumas vão sendo deixadas de lado.

O registro escrito tem sua importância, porém sua credibilidade fica abalada

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