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O SISTEMA PRONOMINAL DE 2ª. PESSOA NA LÍNGUA FALADA DO MUNICÍPIO DE MONTANHA, ES

Por:   •  27/6/2018  •  1.571 Palavras (7 Páginas)  •  516 Visualizações

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Para alcançarmos esses resultados, serão gravadas 44 entrevistas com moradores de Montanha, de ambos os gêneros/sexos, de quatro faixas etárias e de três níveis de escolarização. Posteriormente, essas entrevistas serão transcritas e analisadas quantitativamente, por meio do Pacote Estatístico Goldvarb X (SANKOFF, TAGLIAMONTE e SMITH, 2005) e qualitativamente.

A fundamentação teórica deste estudo será, portanto, a Sociolinguística Variacionista (TARALO, 1997; AGUILERA, 1998; MOLLICA e BRAGA, 2003; WEINREICH, LABOV, HERZOG, 2006; LABOV, 2008; etc.). Além disso, serão analisadas Gramáticas da língua portuguesa e dissertações de mestrado e teses de doutorado que tratem do assunto, para ampliar e aprofundar os assuntos que serão tratados nesta pesquisa.

A Teoria da Variação é a ciência que possibilita o estudo científico da variação linguística associada a variáveis sociais, como o sexo dos indivíduos, sua classe social, sua faixa etária etc. Essa teoria está fundamentada no elo que existe entre língua, cultura e sociedade, associado também a regiões geográficas (estudos diatópicos). Portanto, há sociedades e culturas distintas com dialetos diferentes, e a linguagem se torna o produto dessa interação.

É com base em estudos diatópicos e de variação linguística que esta pesquisa se propõe a examinar a situação do contato linguístico entre Espírito Santo/Minas Gerais/Bahia, em específico o município de Montanha, que também foi escolhido por ser a terra de nossos familiares, o que facilita a coleta e a análise dos dados.

3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A colonização do território do atual município de Montanha teve início por volta de 1949, quando madeireiros, procedentes da Bahia, internando-se nas matas virgens da região à procura de madeiras para o comércio, acamparam às margens do córrego Montanha. Surgiu, então, um pequeno povoado que, mais tarde, recebeu o nome de Comercinho da Palha e, posteriormente, Governador Jones dos Santos Neves. Em 1953, o povoado foi elevado à categoria de sede de distrito com a denominação de Montanha, nome do córrego que nasce entre as montanhas de granito que circundam a cidade. Atualmente, Montanha tem cerca de 17.854 habitantes e aproximadamente 1,097,9 km2 de extensão territorial. Essa cidade faz divisa com os estados de Minas Gerais e Bahia, como mostra o mapa abaixo:

[pic 1]

FONTE: http://www.rotary4410.org.br/yep/espiritosanto.html

Devido a essa localização, surge o presente objeto de questionamento: como é o sistema pronominal do extremo norte capixaba? Ele sofre influências dos dialetos mineiro e baiano? Como atuam as variáveis extralinguísticas gênero, faixa etária e escolarização dos indivíduos nesse sistema pronominal?

4 OBJETIVOS

4.1 Gerais:

1. Contribuir para a descrição da diversidade linguística do Espírito Santo.

2. Analisar a língua falada dos moradores do município de Montanha, especialmente quanto ao sistema pronominal de 2ª. pessoa.

4.2 Específicos:

1. Formar um banco de dados de fala do município de Montanha, Espírito Santo.

2. Descrever o sistema pronominal dos montanhenses, quanto à 2ª. Pessoa.

3. Analisar a atuação das variáveis extralinguísticas gênero/sexo, idade e escolaridade, sobre o fenômeno linguístico estudado.

5 JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se, em primeiro lugar, pelo fato de não haver nenhuma pesquisa que se proponha a examinar a fala dos habitantes montanheses e as possíveis influências sofridas pelo alto contato linguístico com os estados de Minas Gerais e Bahia.

Em segundo lugar, os dados obtidos poderão ajudar os programas de língua materna do município, já que eles revelarão uma parte da realidade linguística dessa comunidade.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

Para analisar o nosso objeto de pesquisa, valemo-nos da teoria Sociolinguística que, segundo Cezario e Votre (2009), é a ciência que estuda a língua considerando as relações entre a estrutura linguística e os aspectos sociais e culturais da produção linguística. Dentro dessa ciência, o campo de estudos que mais diretamente nos interessa neste trabalho é a Sociolinguistica Variacionista.

Interessa-nos a Sociolinguística Variacionista por ser a área de estudos que se preocupa com a variação linguística e com a interação entre a língua e o contexto social. Ela tem como principal objetivo a compreensão de como as mudanças se dão nos sistemas linguísticos e como essas mudanças podem ser relacionadas a processos variáveis sincrônicos, nos quais fatores linguísticos e sociais estão estritamente interligados (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 2006 [1968]; LABOV 2008 [1972]), além de “compreender os complexos padrões de interação entre língua, cultura e sociedade” (MOURA, 2007, p. 11).

Interessam-nos também os estudos de contato linguístico, pois essa área trata as condições históricas, sociais e regionais da situação de contato. Sabe que essa “situação de contato gera mudanças no modo de falar dos indivíduos, além de gerar mudanças nas estruturas das línguas envolvidas. (APPEL & MUYSKEN, 1996). Também faremos a leitura de trabalhos sobre dialectologia, que tem como objetivos: descrever comparativamente os diferentes sistemas ou dialetos em que uma língua se diversifica no espaço, e de estabelhecer-lhe os limites (DUBOIS, 1978, p. 185). Suas principais propostas são: descrever e sistematizar as características dos dialetos; e interpretar as variantes de uma língua, ou de um grupo de línguas definido por qualquer afinidade entre elas (ROSSI, 1980).

Portanto, nossa pesquisa terá por base esses três referenciais teóricos, para que possamos coletar os dados da forma mais apropriada e analisar os resultados com confiabilidade.

7 - FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES

Montanha é um município de alto contato com os estados da Bahia e Minas Gerais e, devido essa aproximação regional, temos as seguintes hipóteses:

- O sistema pronominal dos falantes montanhenses sofre influência dos dialetos mineiro e capixaba;

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