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GRACILIANO RAMOS SHEILA E BRUNA

Por:   •  4/6/2018  •  982 Palavras (4 Páginas)  •  276 Visualizações

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VIDAS SECAS

DENISE E KARINY

Entre a excelente produção de Graciliano Ramos, torna-se difícil escolher qual é o romance mais significativo. Eles se equivalem na economia de recursos, na denúncia social e na maneira de abordar dilemas existenciais. Muito mais que denunciar o sistema opressor que humilha os nordestinos, o escritor alagoano é um mestre da palavra.

O Nordeste que surge de sua obra não é a tentativa de elaborar uma sucessão de painéis em que se procura, simplesmente, mostrar o homem e a vida típicos daquela região. Acima de tudo, o que interessa a Graciliano é o drama, social e psicológico, que massacra o homem, que anula sua dignidade.

Boa parte da crítica, quando questionada sobre a obra-prima de Graciliano, escolhe "Vidas Secas". Publicada em 1938, é considerada por muitos como o principal texto do autor por dois fatores essenciais: o retrato da sacrificada luta pela sobrevivência daqueles que sofrem com a seca no Nordeste e a forma como essa história é contada, com capítulos que podem ser lidos fora de ordem.

Vidas Secas é a única experiência do autor com foco narrativo na terceira pessoa. A obra é constituída em forma de espiral, cujo início fechado ("Mudança", cap. 1) abre-se no final, com o último capítulo ("Fuga") conduzindo os personagens para um destino inusitado, mas que mantém o elo da miséria, da fome e da pobreza.

Entre os dois capítulos-limites são constituídos 11 quadros que, aparentemente, nada têm em comum a não ser os personagens e a paisagem.

Um tênue fio narrativo faz o leitor conhecer a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontra período de passageira estabilidade e parte novamente em retirada quando as chuvas deixam de cair, prenunciando um novo período de seca. A economia (de estilo, de linguagem, de vida e de cenário) pode ser destacada como a característica básica do volume.

Vidas Secas, não se restringe a episódios que retratam a vida precária de certa família de retirantes, mas apresenta pessoas sem esperança, submetidas à vontade dos poderosos e aos caprichos da natureza. O próprio linguajar dos personagens – frases soltas e incompletas, monossílabos – revela como, presos à luta pela sobrevivência, encontram-se apartados de tudo que é humano. Não por outro motivo, o personagem de maior “humanidade” é a cachorra Baleia. Além disso, Vidas secas representa o ponto de chegada do apuro linguístico e do sintetismo desse grande escritor.

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