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UMA PROPOSTA CURRICULAR PARA OS SURDO EM UMA PERSPECTIVA BILINGUE

Por:   •  25/4/2018  •  5.433 Palavras (22 Páginas)  •  357 Visualizações

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Com essa pesquisa buscar-se-á investigar as práticas docentes na inclusão dos surdos na rede regular de ensino. Enfocando como objetivos específicos à observação do desenvolvimento da aprendizagem dos alunos surdos quando inseridos nas salas de aulas regulares, averiguaremos a desigualdade de oportunidades educacionais para os surdos é considerada enorme. O sistema deveria estar capacitado e ter condições de acolher a todos, já que existem leis que defendem a inclusão de surdos no âmbito regular de ensino, porém com linguagem da prática percebemos o quanto o discurso inclusivo da lei foge da realidade das práticas educacionais da escola.

Em todo território brasileiro encontramos pensamentos diferentes a respeito desse assunto, logo porque o nosso país é bastante diversificado. Mas o que queremos creio que está num único pensamento, numa só fala, num só desejo: uma educação digna para todos aqueles portadores de necessidades especiais.

1- INCLUSÃO ESCOLAR E SOCIAL

A ideia de inclusão parte de um princípio de que todos reconhecem e aceitam na vida em sociedade a diversidade/ diferença um do outro, e este é um princípio garantindo na Constituição Federal do Brasil no artigo 5º, onde diz que “todos são iguais perante a lei, sem destinação de qualquer natureza, garantindo (...), a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (Brasil 1989).

De acordo com a lei citada acima a sociedade é estruturada em colunas de igualdade, porem percebemos que a sociedade necessita de proporcionar aos cidadãos que a constitui um tratamento igual aos iguais e desigual aos desiguais, mas isto não quer dizer que alguns terão privilégios sociais sobre os outros, e sim que, a sociedade necessita disponibilizar mecanismos que atendam as condições exigidas pelas especificidades de cada indivíduo constituinte dessa sociedade, para garantir a todos uma configuração de igualdade mesmo com as diferenças, sejam elas físicas ou ideológicas.

Desta forma a inclusão apresenta-se como uma mudança, na contra face da exclusão, pois esta produzindo milhares de movimentos de redefinição das fronteiras do conhecimento que sustentam as pesquisas e as práticas de educação nesta complexa relação de igualdade e diferença, visto que tratar igualmente aqueles que são diferentes pode levar-nos a exclusão.

A inclusão tornou-se um fenômeno recente no debate de ideias, visto que surgiu na década de 60 com movimentos sociais fortes provocados por grupos que historicamente foram excluídos da escola e da sociedade. Eles pretendiam alterar a estrutura da educação vigente neste período, ou seja, pretendiam extinguir as escolas de educação especial, para que todos os alunos estivessem dentro da mesma escola e compartilhassem o mesmo modelo de ensino-aprendizagem. O sujeito é transformado e modificado pelo discurso vigente da educação. Os deficientes são sujeitados aos movimentos retóricos discursivos de exclusão e inclusão mesmo sem entenderem o porquê de serem incluídos e excluídos a todo o momento.

Segunda Rosângela (2006, p. 37) na década de 90 surgiu às políticas de democratização do ensino fundamental que passou a incluir todas as crianças na escola regular propondo uma transformação nas mesmas para se ajustarem aos princípios inclusivos. Necessitando de uma mudança no funcionamento estrutural, nos recursos disponíveis, na flexibilidade do ensino, na metodologia empregada e nos critérios de avaliação utilizados para que o direito de inclusão proposto pelas leis e pelos movimentos populares fosse efetivado.

Assim, a inclusão diz respeito às relações entre as sociedades Brasileiras e os Brasileiros com deficiência, porque exige mudança não apenas nessas pessoas em aceitarem-se como participantes atuantes desse novo modelo social, mas principalmente no âmbito social e relacional, de modo que, a sociedade possa atender às necessidades especiais de todos os portados de deficiência, principalmente no ambiente escolar que precisa adaptar a sua prática educativa as necessidades desses alunos e oferecer assim, uma resposta satisfatória aos mesmos.

Isso mostra que a escola precisa desenvolver um novo olhar sobre a inclusão, desprendendo-se do conceito de censo comum que parte do principio que incluir é apenas colocar junto, ou seja, no mesmo espaço educacional, sem necessariamente haver uma interação comunicativa direta entre os incluídos. A escola precisa superar essa visão e a discursão que tem como foco o binômio inclusão-exclusão e promover uma reflexão profunda sobre a importância de desenvolver práticas que ajudem a interpretar e discutir a inclusão visando à aquisição de conhecimentos significativos para que em nada a pessoa com deficiência seja inferior aos ditos normais.

Assim o projeto da educação inclusiva, analisado do ponto de vista histórico, isto é, desde o seu início em meados da década de 90 e conceitual, partindo do ideal igualitário proposto pela constituição em seu artigo 5º, não pode e nem deve ser definido como um movimento passageiro ou como um simples modismo, pois se trata de uma necessidade educacional urgente que não pode ser entendido e efetivado apenas com a inserção desses alunos na rede regular de ensino sem um compromisso de aprendizagem.

A principal ideia de inclusão chega a ser o princípio da igualdade, isto é, mesmo com as diferenças linguísticas todos deveram ser tratados da mesma maneira perante a lei e a coletividade para obtermos uma sociedade democrática e justa, porém a diversidade exige uma peculiaridade de tratamento para que a inclusão não se transforme em uma desigualdade social, pois tratar as pessoas diferentemente pode enfatizar as suas diferenças, assim como tratar igualmente os diferentes pode esconder as suas especificidades e excluí-los do mesmo modo.

Ao pensar-se em uma educação inclusiva e concreta precisa-se de cautela para uma análise critica desse processo, pois é um processo progressivo e continuo de observação do aluno para que o mesmo possa usufruir plenamente desse processo educacional sem sofrer nenhum tipo de prejuízo na aprendizagem e nem no desenvolvimento de seu convívio com a sociedade.

Por tanto, as escolas precisam sair dessa estrutura e posição formalista de séculos atrás, enraizada pela discriminação ao diferente, cindindo-se em modalidades de ensino, tipos de serviços e grades curriculares, com base em sua estrutura organizacional tradicional sem entender a sua função pedagógica dentro desse novo modelo de sociedade vigente.

A inclusão, portanto, implica em mudanças

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