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Sociolinguística e o Livro Didático

Por:   •  3/3/2018  •  2.231 Palavras (9 Páginas)  •  319 Visualizações

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Sociolinguística e seu objeto de estudo

O estruturalismo de Ferdinand de Saussure e o gerativismo de Noam Chomsky consideram a língua como uma realidade abstrata, que independe dos fatores extralinguísticos dos falantes em diferentes contextos sociais e situacionais.

Sendo assim, o objetivo principal da Sociolinguística seria relacionar a heterogeneidade linguística com a heterogeneidade social, pois língua e sociedade são inseparáveis.

A sociolinguística estuda as variações que ocorrem na língua falada, distintamente da ótica estruturalista e gerativista, que é tomada como heterogênea e concreta em relação aos seus usuários dentro de um contexto geográfico, interacional e social.

Variação linguística

Desde a concepção de língua(gem) o esforço se volta para a apresentação de língua como produto social, como uma construção e também um processo. Dessa forma, o esforço acaba por ter a necessidade de colocar a língua à exposição como um fenômeno variável.

Um dos aspectos da língua é a multiformidade, a qual é determinada por fatores de ordem social e estrutural. As escolhas que o falante são de acordo com a sua precisão, sem causar deterioração, ao contrario do que muitos indivíduos pensam.

A negação que existe em se usar a língua de modos distintos não passa de um mero preconceito e isso ocorre apenas porque historicamente foi “construído” a norma-padrão, baseada nas gramáticas normativas e sendo socialmente privilegiada, mesmo tendo ciência de que todas as variantes tem prestígio em suas circunstâncias.

Norma- padrão e variedades de prestígio

No livro didático Português Linguagens (2012) em que foi realizada a análise, apresenta que língua está sempre em andamento. Palavras novas surgem e outras são desvalorizadas ao decorrer do tempo. Com a internet é muito utilizado os famosos “internetês” que modificam as palavras.

Para evitar que os indivíduos utilizem a língua à sua maneira, no mundo todo existem os especialistas que estudam, registram e sistematizam o que é língua de um povo, através disso foi criado a norma-padrão, uma espécie de molde onde há orientação no uso social da língua. Nos dicionários e livros de gramática é utilizada essa norma- padrão.

Não podemos afirmar que a norma-padrão é uma língua de fato, pois não pode-se dizer que alguém fala português em norma padrão sempre. Ela é apenas uma referência que orienta os usuários da língua portuguesa quando necessitam usar o modo formal da fala.

Em alguns momentos o uso da língua formal é necessária, mas em outros ela pode ser descartada. Citamos alguns exemplos onde convém o uso da norma-padrão. Quando for fazer uma entrevista de emprego, apresentar trabalhos acadêmicos, participação em debates, redigir um requerimento, etc.

As variedades linguísticas urbanas que se aproximam da norma- padrão são prestigiadas socialmente. Pois são usadas por pessoas que contém um grau de estudo elevado e uma renda mais alta. Outras variedades que são faladas na área rural ou por analfabetos que tem um grau de escolaridade baixo, são menos prestigiadas, assim sendo vítimas de preconceito.

Variação linguística e preconceito social

Sabe-se que a língua portuguesa varia de um Estado para o outro. Segundo linguistas não há uma variedade linguística melhor ou pior que a outra. Mesmo ela sendo bastante diferenciada da norma- padrão, ela sempre será considerada boa se permitir que as pessoas interajam entre si de modo eficaz.

As variações de língua dão início ao preconceito onde são prejudicadas pessoas vindas do interior e aquelas que têm baixa escolaridade, sendo assim, inferiorizadas ou ridicularizadas por terem uma forma de expressão distinta da variante considerada de prestígio.

Análise do livro didático

Livro didático Araribá Português Texto 1 (p.90)

Os dados a seguir foram retirados do artigo Variação Linguística em livros didáticos de Língua Portuguesa, de Franciele Marques da Silva e Marilda Alves Adão Carvalho.

– Me disseram...

– Disseram-me. – Hein? – O correto é "disseram-me". Não "me disseram".

– Eu falo como quero. E te digo mais... Ou é "digo-te”? - O quê?

– Digo-te que você...

– O "te" e o "você" não combinam.

– Lhe digo?

– Também não. O que você ia me dizer?

– Que você está sendo grosseiro, pedante e chato. E que eu vou te partir a cara. Lhe partir a cara. Partir a sua cara. Como é que se diz?

– Partir-te a cara.

– Pois é. Parti-la hei de, se você não parar de me corrigir. Ou corrigir-me.

– É para o seu bem.

LUÍS FERNANDO VERÍSSSIMO Papos. Comédias para se ler na escola.

“No texto de nº 1, observa-se que uma das personagens da narração toma, numa atitude preconceituosa, como “errada” a fala da outra e, na atividade proposta, não se discute a concepção do “certo” e do “errado” na língua, dando-se a impressão de que os autores do LD também concebem como erro o que está fora da variedade culta. Na verdade, o foco se dá na língua enquanto sistema, tal como concebida pelo Estruturalismo linguístico e reforçadas pelas concepções de língua/linguagem como “expressão do pensamento” e “instrumento de comunicação”, sinalizando e/ou referindo-se de forma tímida à concepção sociointeracionista.” (SILVA; CARVALHO, 2013, p. 100)

Análise do livro didático Português: linguagens, 6º ano: língua portuguesa

Neste subtítulo, a análise do livro didático foi realizada por acadêmicos do curso de Letras da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

[pic 1]

- O humor da tira é construído a partir das diferenças de uso da língua portuguesa. No 1º quadrinho, o papagaio fala algumas palavras

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