Literatura e educação, Gabriel Perissé
Por: eduardamaia17 • 29/11/2018 • 1.471 Palavras (6 Páginas) • 294 Visualizações
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No quinto capitulo, poesia e aprendizado, como é dito anteriormente, a poesia nos traz à realidade, e dessa maneira, é mostrado aqui, que ela é o cordão umbilical. Nos traz de volta também a importância da palavra, que no caso da poesia é, resumidamente, tudo. Mostra o conceito que deveria embasar todos os cursos de licenciatura e até o que não são de licenciatura,
“Educar não é adestrar ou instruir. É inspirar. Fazer da aula uma obra prima”, estabelecendo um paralelo com a fala de Nietzsche sobre a importância da reinvenção da vida, da obra, da arte e do próprio artista. Ao educador, educar com poesia renova tanto a si quanto ao seu aluno. Disserta sobre a relação de Pessoa e o mundo mais humanos, sendo o poeta grande crítico da modernidade e de seus avanços pessoa sempre procurou dar às suas poesias um ar mais emocional, explanando bem a dicotomia entre emoção e razão indo de encontro com o que alguns de seus heterônimos falava. A educação poética transforma o homem. Artifícios como percepção de nuances no texto, interpretação de imagens, imaginação, faz com que o prazer da leitura seja algo ativo, como já dizia Jean-Paul Sartre “As imagens mentais são as mentiras que revelam verdades”, logo se o aluno está habituado a fazer esse tipo de exercício de interpretação, ao se deparar com uma obra, será muito mais fácil, nas outras, de ver o que está e o que não está ali.
No sexto último capítulo, uma biblioteca inicial, diz como os livros são mestres e amálos é construir uma biblioteca, mesmo que no começo seja pequena. Utilizar o nome biblioteca faz pensar ser algo somente para livros, pode até ser, mas a biblioteca de cada um traz, dentro dela, a história literária vivida por cada um. Fazer essa visita, sempre, aos livros presentas na biblioteca é dialogar com os mestres que estão ali. Traz reflexões em torno do nada ao tudo, que, basicamente, seria um exercício de pegar um livro, que seria o nada, e a partir daquilo transformar em um tudo, que seria toda a experiência da leitura e da prática de exercícios de compreensão. Por fim, mostra que amar a literatura é uma sede infinita, como o amor, a água dessa fonte nunca secará. Educar-se na a partir da leitura é mais do que somente ler, é interpretar, imaginar, criar coisas que podem nunca ter sido pensadas. A formação literária, poética, artística, humanizadora jamais envelhece e quando isso acontece, em sala de aula, a sala se torna somente um espaço físico, somente um lugar sem histórias diferentes para construir uma única.
Por fim, ao longo de todo livro, Gabriel Perissé, utiliza-se de elementos que juntos se transformam. Genial o começo com trato da palavra, que afinal é a base de tudo, é o que move a sociedade, o que transforma. Ao longo de todo ele, traz reflexões para o educador, enquanto mediador entre o mundo já conhecido pelo aluno e o que ele, através da leitura descobrirá. Educar com literatura é dar liberdade ao aluno, é fazê-lo ver além do que está ali escrito, é fazêlo desenvolver um senso crítico sobre diversos assuntos que servirão para a escola, mas principalmente para a vida. Porém, não se deve nunca esquecer da relação de cumplicidade entre escola e pais, que servirão também de incentivadores e mediadores do processo de gosto de ler.
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