LITERATURA NO BRASIL COLONIAL: QUINHENTISMO, BARROCO E ARCADISMO
Por: eduardamaia17 • 15/4/2018 • 2.465 Palavras (10 Páginas) • 732 Visualizações
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DÉBORA LOPES NOGUEIRA[1]
RESUMO
A presente pesquisa teórica empregará o método bibliográfico, através da revisão de obras pertinentes à temática abordada. Busca-se compreender e descrever valores estéticos e ideológicos que resultaram na formação da literatura brasileira. Conhecidos como escolas, correntes ou movimentos, os períodos literários correspondem às fases histórico-culturais em que determinados valores estéticos e ideológicos resultam na criação de obras mais ou menos próximas no estilo e na visão de mundo. Assim, qualquer período literário pressupõe: momento histórico delimitado onde se dá a adesão de vários escritores às normas e princípios comuns; conjunto similar de influências sociais, culturais e ideológicas agindo sobre as mentalidades; elaboração estética semelhantes, seja nas técnicas de construção literária, no estilo, na temática e nos pontos de vista sobre o ser humano e a vida. Na literatura brasileira, as manifestações literárias se desenvolveram paralelamente à literatura portuguesa; neste período tratava-se da literatura no Brasil e não da literatura Brasileira , uma vez que que a nossa literatura ainda não estava consolidada.
Palavras-Chave: Literatura - colônia- Brasil- Fases.
INTRODUÇÃO
Com a finalidade de compreender o processo de formação e introdução da literatura, especificamente estudando as fases do período colonial, a qual contribuiu para a consolidação da literatura brasileira no século XIX, este artigo tem como objetivo compreender e apresentar sua trajetória neste período; abordando escolas literárias introduzidas, bem como ressaltando as influências na sua construção.
A presente pesquisa teórica empregará o método bibliográfico, através revisão de literaturas pertinentes à temática abordada, buscando compreender e descrever valores estéticos e ideológicos, que resultaram na formação da literatura brasileira. Buscando assim, enriquecer o meu cabedal pessoal e contribuir com novas informações, propondo algumas reflexões, não conclusivas, acerca da formação da Literatura no Brasil neste período histórico.
Nesta perspectiva construíram-se questões que nortearam este trabalho:
- Qual foi a trajetória percorrida pela literatura no Brasil colonial?
- Como se consolidou a literatura brasileira?
Vários autores conceituam a formação da literatura do Brasil e apresentam reflexões no sentido de que nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente brasileira, a qual revele visão do homem brasileiro. Trata-se de uma literatura ocorrida no Brasil, ligada ao Brasil, mas que denota a visão, as ambições e as intenções do homem europeu mercantilista em busca de novas terras e riquezas. A referida pesquisa considera as contribuições de autores como: Cândido ( 1997 e 2000 ), Moisés (1983 ) Veríssimo (1998 ) , entre outros.
As manifestações ocorridas se prenderam, basicamente, à descrição da terra e do índio, ou a textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários que aqui estiveram. Sobre estas influências na sua construção, Cândido observa:
Cada literatura requer tratamento peculiar, em virtude dos seus problemas específicos ou da relação que tem com as outras. A brasileira é recente, gerou no seio da portuguesa e dependeu de duas ou mais três para se construir ( Prefácio à 1ª edição,1997 p.9 ).
Na mesma perspectiva, sobre a sua formação, Veríssimo (1998 p.113 ) acrescenta: “Necessariamente nasceu e desenvolveu-se a literatura no Brasil como rebento da portuguesa e seu reflexo. Nenhuma outra apreciável influência espiritual experimentou no período da sua formação, que é o colonial”.
Nos primeiros anos de colonização, não existia vida cultural no Brasil. Ela só começa em 1549, com a chegada dos jesuítas, que fundaram os primeiros colégios, únicos redutos de atividade intelectual na colônia. Mas os jesuítas tinham outra missão: catequizar os índios (os negros, que começavam a chegar, foram ignorados) e expandir a fé católica no Novo Mundo. O principal instrumento de catequização foi o teatro, mas os jesuítas também produziram poemas sem finalidade catequética, com destaque para o padre José de Anchieta.
Segundo Abdala e Campedelli (2004) os primeiros textos que levariam à formação da literatura no Brasil, obedeceram as finalidades práticas: informações sobre a terra, para facilitar a exploração colonialista ; ou ainda, à dominação religiosa ,também motivadas por razões políticas. Essas produções refletem a ambiguidade do renascimento português, de um lado, muito prática e de outro ainda preso à religiosidade.
Quanto à valorização literária, José de Anchieta destaca-se como o único autor desta época cuja produção extrapola o caráter meramente histórico. Escreveu poemas líricos, épicos, autos, cartas, sermões e uma pequena gramática da língua tupi. Além do caráter informativo e educacional, algumas de suas criações literárias visavam, apenas, satisfazer sua vida espiritual. Portanto, podemos perceber que a literatura é reflexo muitas vezes de um dado momento cultural e histórico, guardando uma relação muito intensa e muito íntima com esse momento.
Sobre o assunto , Cândido ( 2000 p.18 6ª ed.), enfatiza que:
dessa massa de escritos destacam-se os dos jesuítas, que vieram a partir de 1549, e sobretudo os de um natural das Ilhas Canárias, parente de Santo Inácio de Loiola, que veio muito jovem e poderia ser considerado uma espécie de patriarca da nossa literatura: José de Anchieta (1534-1597).
As manifestações literárias ocorridas no Brasil foram as mais diversas, descritas e classificadas por vários estudiosos e autores, dentre eles, Cândido ( 2000. 6ª ed. p. 14 ) que classifica a literatura Brasileira em três etapas :
A era das manifestações Literárias que vai do século XVI ao meio do século XVIII; A era de configuração do sistema literário, do meio do século XVIII à segunda metade do século XIX; A era do sistema literário consolidado, da segunda metade do século XIX aos nossos dias.
A etapa denominada por Cândido de “A era do sistema literário consolidado” se refere ao romantismo, no qual o sistema literário brasileiro fora consolidado:
[...] É isto absolutamente certo desde o Romantismo, que foi a nossa emancipação
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