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ATPS DE TEORIAS DO LETRAMENTO

Por:   •  18/4/2018  •  2.307 Palavras (10 Páginas)  •  300 Visualizações

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Ou seja, podemos afirmar que um sujeito alfabetizado, pode não ser um sujeito letrado, por ter sua alfabetização construída num processo sem significado e reflexão. Muitos são analfabetos funcionais, que conhece simplesmente a decodificação da leitura e escrita, mas não a utiliza como função social.

Da mesma maneira, podemos identificar que um sujeito letrado é aquele que usa socialmente as práticas letradas em seu convívio, conforme as demandas e necessidades que vivencia. É aquele que se apropria desse mecanismo e o utiliza em seu cotidiano, para orientar-se de maneira autônoma, independente.

Como educadores, é essencial que tenhamos comprometimento com o ser humano que pretendemos, ou seja, que queremos formar. Através de nossas práxis estará incutida a sociedade almejada. É fundamental aliar à nossa prática os ideais de transformação das desigualdades, a fim de que todos conquistem seus direitos de Educação, não apenas em acesso, mas em qualidade.

A escrita é uma construção coletiva e possui um aspecto histórico sociocultural

Inicialmente, é imprescindível retomar o conceito de alfabetização, levando-se em conta que essa conceituação tem sido pontuada por diferentes análises, privilegiando, em alguns casos, a abordagem mecânica do processo de aquisição da língua escrita, fundamentada na técnica, cuja preocupação central é o como fazer (que métodos e técnicas utilizar), ao invés de direcionar-se, também, para o aspecto de como o aluno aprende.

Na análise de Soares (1999), observamos referências às significativas mudanças em relação à concepção do que é a alfabetização a partir da década de 80 (século XX), a partir das pesquisas de Emília Ferreiro, dando conta que criança aprende a escrever num processo de interação/ação com a língua escrita, construindo e testando hipóteses sobre a relação fala/ escrita.

Os aspectos destacados permitem caracterizar a alfabetização como um processo histórico social de múltiplas dimensões, estando a exigir análises e enfoques numa perspectiva ampla, sem, contudo, negar sua especificidade, alcançando as contribuições de todas as outras áreas da educação. Esse tipo de abordagem contribui para o estudo da alfabetização na totalidade de suas nuances dentro do processo ensino-aprendizagem.

As reflexões neste estudo privilegiam a especificidade da prática docente alfabetizadora, analisando, ainda, o que se denominou de conceitos- chaves (alfabetização, letramento, escrita), enfatizando as contribuições de Jobim e Sousa (1994), Vigotski (1998), entre tantos outros. Trata-se de procurar explicitar a concepção de alfabetização que permeia nosso trabalho como docente.

A escrita, então, não deve ser considerada como mero instrumento de aprendizagem escolar, mas como produto cultural. Assim entendida, possibilita a exploração, no contexto da sala de aula, de diferentes portadores de textos.

Consequentemente, a escola precisa pensar na alfabetização como processo dinâmico, como construção social, fundada nos diferentes modos de participação das crianças nas práticas culturais de uso da escrita, presente nas salas de aula onde se ensina/aprende a ler e a escrever. Em resumo, língua e linguagem cumprem diferentes funções enquanto práticas sociais contextualizadas (comunicam, transmitem informações, favorecem a interação homem/mulher/mundo, dentre outros).

Ler e escrever é aprender a codificar a decodificar.

A leitura é um processo de representação, pois o que lemos são letras que representam sons. Esses sons, combinados com outro(s) som(ns), formam uma palavra que, por sua vez, representa um objeto ou uma situação no mundo.

Assim, mesmo que tenhamos a impressão de que ao ler acessamos diretamente a realidade, o que ocorre é uma representação de um evento no mundo através de uma forma gráfica, que nada tem a ver com a forma do próprio objeto.

A habilidade para a linguagem verbal inclui a fala, a leitura e a escrita. Dentre essas, a leitura é uma habilidade das mais complexas, pois envolve fatores, socioculturais, afetivos, pedagógicos, linguísticos e cognitivos, que interagem de diferentes modos. Tais fatores nem sempre são conhecidos ou considerados por aqueles que estão envolvidos com o ensino/ aprendizagem da compreensão de textos, mas ter consciência dos fatores que estão envolvidos nesse processo é de extrema relevância e serve como instrumento de auxílio para o professor.

Uma habilidade complexa como a leitura caracteriza-se, portanto, por uma variedade de elementos que interagem de diferentes modos, sendo necessário atentar para o todo e para a sua interação com o contexto. Em outras palavras, a leitura é um processo complexo, que pode ser estudado sob vários ângulos.

A aquisição da leitura inclui os processos de decodificação e de compreensão. A decodificação é a capacidade que escritores, leitores ou aprendizes de uma língua têm para identificar um sinal gráfico por um nome ou por um som.

(MARTINS, 2002).

O domínio da decodificação se consegue através do conhecimento do alfabeto e da leitura oral ou transcrição de um texto. Ou seja,

“reconhecer uma palavra consiste, primeiramente, em analisar essa cadeia de letras e aí descobrir as combinações das letras (sílabas, prefixos, sufixos, radicais das palavras) para enfim associá-las aos sons e aos sentidos.”

(DEHAENE, 2012, p.21).

O leitor atinge a decodificação através dos processos perceptivos e dos processos léxicos. Uma habilidade complexa como a leitura caracteriza-se, portanto, por uma variedade de elementos que interagem de diferentes modos, sendo necessário ficar atento para o todo e principalmente a sua interação com o contexto. Em outras palavras, a leitura é um processo complexo, que pode ser estudado sob vários ângulos.

A escrita é um objeto simbólico, um substituto que representa algo e que possui um sistema de regras próprias. Nenhuma escrita constitui uma transcrição fonética da fala, mas estabelece uma relação essencialmente fonêmica, isto é, a escrita procura representar aquilo que é funcionalmente significativo (KATO, 1986; FERREIRO; TEBEROSKY, 1991).

Aprender a escrever é uma atividade que se desenvolve gradualmente, a partir do momento em que a criança tem como experiência seu contato inicial com a escrita. Tal atividade ocorre desde os primeiros anos de vida naqueles leitores

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