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Tópicos étnicos raciais

Por:   •  22/7/2018  •  1.687 Palavras (7 Páginas)  •  286 Visualizações

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As Sunitas que não fazem uso do véu acabam tentando se vestir com modéstia, tampando as nádegas, evitando expor os seios ainda que de maneira sutil, pois para as mesmas não é viável tanto religiosamente quanto culturalmente fazer a exposição do corpo.

Outro ponto é que as Libanesas Muçulmanas devem se casar virgens, sendo que se uma moça perde a virgindade antes do casamento acaba desonrando toda família frente à comunidade.

Ai entra o primeiro contraste com a comunidade a qual estão inseridos, pois a prática da virgindade dentro da cultura brasileira a muito deixou de ser tabu.

Conseguimos ver este contraste visual numa simples caminhada pelas ruas de Foz do Iguaçu, onde você encontra as moças Iguaçuenses usando roupas de verão, e no mesmo ambiente moças totalmente cobertas, e o mais incrível é que de tão comum não chama mais a atenção da comunidade. É muito natural também vermos brasileiras que acabaram se casando com Libaneses fazendo o sentido inverso, convertendo-se ao Islamismo e fazendo a adoção da roupa Islâmica completa.

Vale lembrar que a comunidade Libanesa de Foz, fez duas Mesquitas, uma Sunita a primeira com formato de abóboda da América Latina, que se chama “Omar Ibn Al Katab”, que abre suas portas também para visitação turística pela suntuosidade de sua arquitetura, inclusive com guias Libaneses que falam bem o Português para tirar duvida sobre a Religião, o que é bom, pois as pessoas só estigmatizam aquilo que não compreendem.

É um serviço que a comunidade Libanesa sente orgulho de fazer e que aproxima mais diferentes culturas e religiões, o que é maravilhoso, principalmente nestes tempos de tanto radicalismo, tantos ataques terroristas mundo a fora, as pessoas conseguem entender que reais Muçulmanos abominam tal prática, e sentem-se envergonhados e tristes por os radicais mancharem a religião que só prega a paz.

Existe outra Mesquita, esta Xiita e mais modesta, mas que recebe apenas os fiéis.

Diversas vezes vimos a união das religiões da fronteira, um exemplo disso é no final do Ramadam período do Jejum Islâmico, onde a comunidade Libanesa chama representantes Cristãos, Espíritas, Budistas, entre outros para participar da celebração. O sentido inverso acontece também, tomando como o exemplo a Igreja Católica, que em cada data comemorativa, chama os Sheiks (lideres religiosos muçulmanos), para compartilhar o momento.

Nas famílias também, é muito comum vermos um mix de Libaneses e Brasileiros, comemorando juntos; o Natal, o Ramadan entre outras festividades, de fato há uma integração.

Isso deixa a convivência na fronteira pacifica.

Gastrônomia:

Quando os Libaneses aqui chegaram trouxeram na mala a sua realidade gastronômica, e abriram vários restaurantes típicos e mercados com produtos importados, porém, pela convivência acabaram provando da comida brasileira! Resultado um verdadeiro intercâmbio de sabores!

Vemos Iguaçuenses hoje que fazem arroz, feijão e tabule! (salada árabe feita de trigo e especiarias) e de Libaneses que comem arroz, feijão preto e churrasco gaúcho!

Os libaneses aprenderam a fazer o famoso brigadeiro, e hoje na cidade temos libanesas que acabaram fazendo do brigadeiro uma fonte de renda familiar!

Em contra partida, famílias de Foz que aprenderam a técnica do “Shawarma”, (uma espécie de churrasco grego), e que também fazem deste prato um negocio rentável, diga-se de passagem.

Expressões artísticas:

Os Libaneses gostam de arte. Podemos ver isto desde o trabalho com a caligráfia da escrita em árabe em quadros com frases do Alcorão (Al Quran livro Sagrado dos Muçulmanos), na Literatura com grandes escritores e poetas.

Um exemplo é o grande e saudoso escritor Gibran Khalil Gibran, que, diga-se de passagem, influênciou muitos escritores ocidentais, como Paulo Coelho, que inclusive faz uma homenagem ao escritor Libanês no livro; “Cartas de amor do Profeta”.

Há uma forte expressão artística na arquitetura, com formas bem fortes, vide o formato de abóboda as mesquitas, herança claro do Islamismo, até na decoração com muito dourado predominando nas cores, o que lembra de certa forma o Barroco, os móveis pela extravagância lembram o período em que as pessoas se inspiravam em Luiz XV, o famoso Rococó. Mas falamos em “lembrar determinada inspiração” para que as pessoas possam fazer uma comparação, pois obviamente eles possuem a sua própria forma de expressão.

Algumas casas Iguaçuenses compõem na decoração toques Libaneses, seja com uma manta no sofá, um quadro com a linda caligráfia, ou mais modesto um “Masbaha” (uma espécie de rosário Muçulmano) pendurado em algum canto da casa, presente de algum amigo Libanês.

Há também a música que eles amam, e fazem questão de mostrar isso. Até mesmo quando passeiam mostram isso colocando as batidas do “Dabik” (Dança libanesa coletiva) bem alto para que todos ouçam o ritmo contagiante.

Uma festa Libanesa tem que ter música, em muitos Iguaçuenses que são convidados acabam entrando no espírito da música, que lembra de certa forma o samba brasileiro pelas batidas e alegria, e fazem questão que os convidados brasileiro entrem no ritmo, ensinando os passos do famoso Dabik.

O Comércio:

Os Libaneses são grandes comerciantes, herança dos Fenícios que foram grandes navegadores e desbravadores na expansão marítima em busca de novas rotas de comércio, e habitavam o atual Líbano.

Por abrirem suas lojas em Ciudad Del Este acabaram gerando empregos para muitos brasileiros, que cruzam a fronteira todos os dias em busca do seu sustento.

Na maioria das vezes a relação de Libaneses e Brasileiros no trabalho é amistosa e saudável, claro que há exceções como em qualquer vinculo empregatício.

Algumas vezes os Brasileiros não perdem a oportunidade de brincar com os Libaneses, convidando os clientes para entrar na “lujinha do brimo”.

Libaneses sentem-se desapontados se o cliente não negocia se não “pechincha”, o Libanês acaba se sentindo frustrado

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