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Resenha do livro Londres e Paris no século XIX

Por:   •  5/3/2018  •  1.656 Palavras (7 Páginas)  •  399 Visualizações

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a causa do problema e não como consequência desse progresso desenfreado. Outro problema será o desemprego, pois desde a metade do século XVIII há um preconceito em relação ao trabalhador nascido em Londres, a qual o patrão prefere empregar um imigrante a um londrino, isso faz com que haja um aumento de desempregados, além também da crise industrial que ocorreu em Londres na metade do século XIX, devido a Revolução Industrial.

Com a crise nas indústrias o trabalhador desempregado acaba vendendo seu único bem, no caso sua mão de obra, por um preço baixo, tendo assim acentuado a exploração do trabalhador e também forçando a residir nas cidades, com isso há um aumento populacional nos bairros pobres piorando as condições sanitárias, alimentação e moradia. Tudo isso acontece em consequência do progresso, sendo o pobre trabalhador a maior vítima dele.

Os trabalhadores se sentindo cada vez mais acuado e cada vez mais na miséria começam através de movimentos pedirem medidas reformistas como: trabalhos públicos e auxílio-desemprego, esses movimentos dos trabalhadores causou na população londrina um grande medo, que poderia se assemelhar ao Grande Medo da Revolução Francesa.

Enquanto a Inglaterra já estava afundada em um estado de miséria de seu povo a França estava caminhando para a miséria dos seus trabalhadores. Na época os franceses não diferenciavam homem

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trabalhador, pobre e criminoso, para ele existia a degradação da condição humana. A partir daí temos a criação da pobreza em Paris e a exploração do trabalhador francês.

Para Buret a miséria é mais abundante nas cidades, já para Michellet a miséria vem das indústrias que usa o homem trabalhador como mercadoria e dinheiro e não como indivíduo, porém como em Londres os homens de Paris também sofrem em bairros pobres, com a falta de condições sanitárias, alimentação e moradia adequada.

Como na Inglaterra a burguesia da França também fica assustada e fica com um sentimento de medo em relação ao aumento da população pobre, usando assim leis e repressões físicas para entrar no mundo das multidões.

Temos no livro uma diferença entre ser pobre e vagabundo, o pobre é aquele que utiliza o seu corpo para o trabalho, sendo assim o trabalhador, o vagabundo é aquele que não queria ou resistia em utilizar seu corpo para ganhar dinheiro. Com isso tem se a criação da extinção do tempo livre para os desocupados, ganhando assim força a forma positiva de trabalho de Adam Smith, a qual se consiste em que o trabalhador é a fonte de toda a riqueza, mas continua sendo inferior a burguesia, o trabalhador tinha que ficar no seu lugar de operário. Em relação aos vagabundos tinham que encontrar trabalho para eles, enquadra-los ou até mesmo eliminá-los para o bem do progresso.

A autora também cita Locke, para ele a única propriedade do trabalhador era o trabalho, com isso o trabalhador poderia doar, vender ou até emprestar o seu trabalho, colocando o pobre como parte essencial da sociedade, mas se o trabalhador não usar sua força de trabalho para o desenvolvimento industrial e para suprir suas necessidades básicas era tido como indisciplinado. Locke acreditava que os vagabundos e os trabalhadores não sabiam raciocinar, e com isso se fosse necessário poderia usar a força para impedir uma revolução dos pobres, mas como achava que eles não tinham capacidade de pensamento estava fora de cogitação uma revolução.

Locke também divide a sociedade em classe: trabalhadora – os pobres, assalariados - considerado por ele uma classe normal, e por fim os vadios sem emprego, que não são pessoas livres e sim submetidos as políticas do Estado. Com isso Locke deixa claro que considera que a maior parte do ser humano nasce para o trabalho e o comércio. Considerando assim que a sociedade trabalhe no coletivo.

Há também a nova Lei dos Pobres, para auxiliar os sem trabalhos, mas modificando drasticamente as condições que eram oferecidas aos trabalhadores. Temos então a criação da Casa do Trabalho, a qual o trabalhador teria que morar e trabalhar, porém seu objetivo era tornar a pobreza rentável para os donos de indústrias. Mas vários trabalhadores desempregados se recusaram a entrar nessas casas, pois além das condições péssimas de alimentação, moradia e sanitária, consideravam-na uma prisão, chegando a ser chamada pelos homens pobres de Bastilha.

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Devido a essas condições de sobrevivência do trabalhador alguns pensadores liberais da época destacaram que o trabalhador tinha que participar da política, para conseguir o reconhecimento da classe trabalhadora perante a sociedade londrina e francesa.

A autora termina o livro entrando na questão dos movimentos que estavam eclodindo na França. Os franceses tinham muito medo das Jornadas Revolucionárias em que para valer seus direitos e suas exigências os revolucionários ocuparam praças e edifícios públicos. E isso não estava longe de acontecer, as massas dos bairros proletariados estavam prestes a trazer de volta a força revolucionária e em 1871 com a insurreição popular instala-se a Comuna de Paris, o primeiro governo formado por operários da história, fazendo com que os trabalhadores conseguissem a liberdade da classe operária.

Maria Stella Bresciani trouxe com este livro uma grande contribuição para a historiografia, pois ao

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