PENETRAÇÃO EUROPEIA NA AFRICA
Por: Kleber.Oliveira • 24/5/2018 • 1.977 Palavras (8 Páginas) • 349 Visualizações
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Não há a menor duvida que quando foi burocratizado, o regime colonial preparou, em parte, o movimento pela independência nacional. Mesmo não sendo esse o desejo dos administradores coloniais. Pois, para os europeus, só eles poderiam garantir e estruturar de modo efetivo o bem-estar das populações africanas nos planos econômico e sociais.
Visto um pouco dos modos de dominação e os meios pelos quais os europeus se apropriaram para poderem melhor administrar as suas colônias em África, pode-se destacar as aspirações dos grupos que combateram as potencias imperialistas, se esforçando para impedir que se estabelecesse um sistema colonial. Pois, a situação colonial representava em sua estrutura um quadro novo, onde havia que se obter identidades novas que permitisse a sustentação contra as atrocidades da dominação estrangeira. Para tanto, é necessário entender que tratando-se de um sistema de relações, o colonialismo se apresentava com uma base racista.
A ideia de integração social e politica, juntamente com a noção de pertencimento a potencia imperialista europeia por parte das elites africanas, não se concretizou. Os africanos instruídos eram colocados em posições inferiores aos europeus com a mesma formação, mesmo que esses ocupassem a mesma função na administração colonial. Eles se viam sempre relegados à o cargo de meros coadjuvantes, estando sempre em segundo plano.
“Formados às margens de seu meio de origem, na esperança de que a educação lhes permitisse elevar-se ao nível dos europeus, acabavam em grande parte alienados, em relação a seus irmãos de raça, no referente a orientação, modo de vida, ambições e aspirações materiais e sociais”[4]
E desse modo, as barreiras que eram criadas pelo autoritarismo inerente ao colonialismo, acabava por constituir uma fonte de rancor e agitação contra o regime colonialista. Caso que é percebido no Filme Gandhi. Na maioria das vezes, os colonizadores os viam como instrumento de controle e não como parceiros. Com isso, a perda do prestigio social e do poder real, foi para muitos, causa de descontentamento.
Com isso, no período que sucedeu as duas guerras, fez com que o colonialismo e o nacionalismo africano vivessem uma relação dialética. E mesmo não obtendo muito êxito, as atividades anticoloniais causaram, de certo modo, muita preocupação aos funcionários coloniais. Fazendo com que as reações coloniais buscassem manter o continente africano distante do desenvolvimento mundial. No entanto, a contradição criada fez com que o nacionalismo e o anticolonialismo crescesse, ganhando força, conduzindo a África ao movimento que colocou fim ao sistema colonial.
A identidade nacional é abordada por alguns historiadores, entre eles a pesquisadora e historiadora Claudia Wersserman, como um vetor aglutinador de um povo. Vetor este, responsável pela formação e solidificação de um estado. No processo de independência das colônias africanas, este vetor encontra-se presente, mesmo que indiretamente, nos atos de resistência ao sistema colonialista e ao requerimento de direitos de assimilação de cidadania entre colonizador e colonizado. A falta da utilização da identidade nacional como um elemento central de luta e independência, segundo Werssemam, acaba caracterizando tal, como uma luta anarquista, sem a necessidade de um estado político central.
Na África, o processo de colonização provocou imensa deficiência no desenvolvimento de setores primordiais no que se refere a desenvolvimento nacional. Além da bruta extração de bens naturais, como ouro, marfins, entre outras, a abertura do comercio transatlântico, segundo Hebert S. Klein , quando se torna em grande escala e de forma mais intensificada no sec. XVII e XVIII provocam um despovoamento na África. O trafico transatlântico geram consequências em escala nacional e mundial; quanto a nacional, ela afeta diretamente no desenvolvimento econômico social e econômico da nação africana, já que para o historiador E. J. Inikori, o desenvolvimento de uma nação esta ligada ao seu crescimento autônomo e sua solida ligação estrutural e setorial, logo, a desestabilização em um setor afetaria diretamente no desenvolvimento da nação.
Por mais que sob a perspectiva econômica a África tenha se desarticulado pela exploração europeia, as consequências ideológicas foram ainda maiores e refletiram mais desgastes sociais do que outros fatores de retrocesso ou estagnação no desenvolvimento nacional. É importante lembrar que por mais que em diversos textos, principalmente nos estudados para o desenrolar deste enunciado, usar os impactos da exploração europeia de forma homogênea, não fora bem assim. O autor Oloruntimehin ao fazer uma analise do surgimento do sentimento nacionalista africano e suas diferenças entre o nacionalismo europeu, o autor mostra que em cada região Africana o nacionalismo se manifestava de forma diferente, devido ao seu grau de contato com os europeus. Por muitas vezes o nacionalismo se apresenta como uma assimilação de cidadania no colonizado para o grupo colonizado, como o exemplo de Argélia e Senegal, a pesar do objetivo estar centrado em um único, que é a independência, os métodos para a busca de tal, eram diferenciados. Essas variações de sentimento nacionalista não se davam em nível de subordinação, mas o contato principalmente na educação e na conversão. Um dos pontos importantes no conflito ideológico, é a guerra dos símbolos; que é tratado por alguns autores como o estagio inicial a ser alcançado de todo colonizador na posição de dominador, que seria converter os símbolos, resignificando-os, para que através destes meios houvesse maiores números de aliados a ideologia europeia e católica.
No filme Gandhi de Richard Attenborough, retrata algumas das diversas formas de resistências ocorrentes pela nova elite surgente, um novo grupo apresentado pelo historiador Oloruntimehin, como uma pequena parte social que surge através do contato direto com visões de mundo do exterior, e quando voltam buscam o reconhecimento de cidadania por igual ao europeu.
Esse cenário que ilustra os conflitos existentes abarca também e consequentemente o enfraquecimento do domínio europeu. Uma vez que o controle indireto sob as colônias eram realizadas através das instituições elitistas, e pelos chefes religiosos. A perda do poder dos chefes locais, ou até mesmo a subversão de pensamentos dos grupos elitistas em relação à colônia, mostrava quão fragilizado o poder colonial se encontrava.
Apesar da ideia de nacionalismo na África ter tomado uma definição diferente da europeia, a busca consistia em um único alvo: resolidificação da nacional,
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