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O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA BATURITEENSE: DO CAFÉ AOS DIAS ATUAIS

Por:   •  19/10/2018  •  4.815 Palavras (20 Páginas)  •  347 Visualizações

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Fonte: PDR - Plano de Desenvolvimento Regional Maciço de Baturité

Nesta área também está localizada a uma das últimas reserva de Mata Atlântica do Nordeste que é riquíssima em Flora e Fauna. Segundo a SEMACE, esta área do Maciço de Baturité possui:

“...características climáticas únicas, a APA da Serra de Baturité abriga uma cobertura vegetal complexa, a qual serve de refúgio ecológico para uma Fauna e Flora diversificada, e se projeta como condição indispensável na formação e manutenção da bacia hidrográfica, cuja importância é indiscutível tanto para região como para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.”

Tanto que, hoje, esta grande área está protegida. A APA da Serra de Baturité é a mais extensa Área de Proteção Ambiental, além de ser a primeira criada pelo Governo do Estado do

1.2 Início do Plantio no Maciço de Baturité

Além de um ambiente altamente convidativo para o turismo, as produções dos cafezais foram incorporadas as paisagens locais, passando por um processo de adaptação para o tipo de plantação que foi adotado nesta região. A transição deste processo não foi o mais fácil dos obstáculos encontrados pelos cafeicultores.

Enquanto na Região Sudeste do país, o café era plantado em terrenos desmatados, em pleno sol, na Região de Baturité os cafezais dividiram espaços com várias outras espécies de plantações, crescendo a sombra das árvores como a Inga bahiensis Benth, cujo termo não técnico é ingazeira.

Mas é importante afirmar, que nem sempre foi desta forma, a primeira tentativa de plantio de café na Serra de Baturité foi um total fracasso para os cafeicultores, que a princípio não se importaram em estudar a região do plantio e simplesmente tentaram seguir os padrões de outros locais.

A cultura do café, assim como para o Brasil inteiro, foi de extrema importância para a Região do Maciço de Baturité. Segundo Matos:

[...] O café alterou a fisionomia física, humana, social, cultural e econômica do Estado, criando paisagens próprias, balizando o povoamento, fazendo nascer cidades, abrindo zonas pioneiras, desenvolvendo os centros urbanos, propiciando o aparecimento de ferrovias, fazendo surgir uma unidade sócio- 74 econômica bem definida como a fazenda de café, gerando um tipo social e humano, como o fazendeiro [...] (MATOS, 1990, p. 56).

No início de 1824, pequenas plantações começaram a se estabelecer na região, a princípio de forma tímida, mas com certo tempo, mais para a metade do século XIX, o Maciço de Baturité se tornaria o maior centro de produção do Ceará, detendo a produção de 2% de toda a produção de café no Brasil. Nesta época os cafezais dominavam quase que totalmente as paisagens da região, a cultura do café foi responsável pelo nascimento de vários pequenos sítios e lavouras. A condição de maior produtor do Ceará começou a gerar uma necessidade de meios de transportes para levar o café colhido até outras regiões, principalmente a capital Fortaleza.

1.3 Transporte e Ferrovia

Através de uma sociedade formada em 1870, entre o Senador Tomás Pompeu de Sousa Brasil, Gonçalo Batista Vieira (Barão de Aquiraz), Joaquim da Cunha Freire (Barão de Ibiapaba), o negociante inglês Henrique Brocklehurst e o engenheiro civil José Pompeu de Albuquerque Cavalcante, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro de Baturité. O intuito era o escoamento da produção serrana de Pacatuba e Maranguape para o porto de Fortaleza. O ponto final do projeto viria a ser a cidade de Baturité, produtora de café. Transportar as sacas de café para o porto de Fortaleza tornou-se mais prático e ágil. A ferrovia não impactou apenas no aspecto econômico do transporte do café, alterou as paisagens naturais e estruturais da cidade, facilitou o desenvolvimento comercial.

Quando foi implantada a estrada de ferro que ligou a região a capital, além de realizar o transporte das sacas de café, as estações serviam como armazéns, que tinham como objetivo armazenar as sacas de café e até servir como ponto de comércio onde a moeda de troca eram as próprias sacas. Negócios eram realizados a todos os mementos. O café surpreendia cada vez mais.

1.4 Café e Economia – Sucesso ao Declínio

O café começou a ser plantado nos quintais de casas para o consumo pessoal da família, ou seja, o café foi introduzido ao Maciço de Baturité de forma irregular. Quando chegou ao Ceará, vindo de Pernambuco, algumas sementes foram enviadas ao capitão Antônio Pereira de Queiroz e algumas mudas foram trazidas pelo Sr. Felipe Castello Branco, tais foram plantadas nos sítios em Baturité e Mulungu, não se sabe ao certo sobre as intensões comercias dos primeiros plantios, mas inegavelmente, o plantio obteve sucesso e o café, por muito tempo foi o ouro e riqueza de muitas famílias da região do Maciço.

Tais riquezas, além das condições climáticas, contribuíram para o processo de povoamento da área serrana de Baturité, principalmente imigrações vindas de áreas mais secas da região. Imigravam na esperança de encontrar trabalhos nas lavouras e um local para morar nos sítios dos cafeicultores. A riqueza formada na região do Maciço de Baturité, decorrente do cultivo do café, não fez barões como na região Sul do Brasil, mas as famílias cafeicultoras viveram muito bem. Daí começa o grande sucesso do café no Maciço de Baturité. Segundo Girão (2000), em 1846 o café entra na lista dos produtos cearenses de exportação, chegando a alguns momentos a superar o algodão, importante produto no século XIX.

Após levar vários avanços à região do Maciço de Baturité, mais ou menos no final do século XIX, a cultura do café começou a entrar em declínio. O declínio do comércio de café começou no Brasil inteiro, nessa época o Brasil “controlava três quartas partes da oferta mundial”, o avanço foi inevitável e grande, mas o país e o mundo começaram a entrar em crise e o poder do café que o país tinha conseguiu se sustentar e sustentar a economia nacional como um todo, por certo período, porém não tardou a impactar a atividade caffeira de vez, então chegou a Região de Baturité. Existia uma superprodução, as exportações já não aconteciam, o estoque das sacas de café tomou níveis desproporcionais e simplesmente não havia mercado para tanto estoque, foi então que o Governo Federal iniciou o Programa de Erradicação de Cafezais, inclusive nas serras de Baturité.

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