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O Brasil no século XX entre o autoritarismo e a democracia

Por:   •  1/11/2018  •  1.351 Palavras (6 Páginas)  •  350 Visualizações

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Para a sucessão de Castello Branco outro general eleito pelo Congresso Nacional, o ministro da Guerra Arthur da Costa e Silva, tomou posse em 1967 e com ele os setores mais radicais das Forças Armadas assumiriam o governo. Ao longo de 1967 e 1968, os estudantes radicalizaram suas palavras de ordem e suas formas de protesto. Os grupos de esquerda, mesmo atuando na ilegalidade, se organizavam e preparavam a luta armada, os estudantes forneciam quadros para a guerrilha, e a guerrilha estimulava as ações de massa. Em 1968, após outros Atos Institucionais, a ditadura decretou o de número 5 – AI-5 – que além de reafirmar o cerceamento as liberdades de expressar a opinião e de reunião, de cassar mandatos de parlamentares a partir de 13 de dezembro o AI-5 suspendia o habeas-corpus de presos políticos, reforçava a centralização do poder Executivo Federal, permitia a decretação de estado de sítio, sem prévia autorização do Congresso, a ditadura perdia a sua máscara e se radicalizava (NAPOLITANO, 2009).

Em outubro de 1969 o Congresso Nacional elege o novo presidente da República já escolhido pelo alto comando, o general Emílio Garrastazu Médici, um militar gaúcho que na década de 1950, fora chefe do Estado-Maior de Costa e Silva. Quando Costa e Silva alcançou a presidência da República, foi nomeado chefe do SNI. Considerado um militar de “linha dura”, período que ficou conhecido como “anos de chumbo”. Foram ainda presidentes nesse período, Ernesto Geisel (1974-1979) e João Baptista Figueiredo (1979-1985).

Também foram percebidas várias mudanças na organização da política econômica com o intuito de retomar o crescimento econômico e industrial brasileiro. O Estado assumiu a função de órgão supervisor das relações econômicas e o desenvolvimento industrial pós 64 foi significativo. Sob o investimento direto externo, ou seja, a injeção de capital estrangeiro na indústria nesse período, sobretudo na década de 1970, “o crescimento nos fluxos de IDE para o país é considerável, de tal forma que seu estoque total atinge, em 1979, de acordo com dados do Banco Central do Brasil, a cifra de US$ 9,6 bilhões” (CURADO e CRUZ, 2008, p. 418).A produção industrial também se diversificou nesse período, o Estado começou a assumir empreendimentos como produção de energia elétrica, de aço, indústria petroquímica, abertura de rodovias e outros, assegurando para a iniciativa privada as condições de expansão ou crescimento de seus negócios. Houve grande expansão da indústria de bens de consumo não duráveis e duráveis. Aumentou, entre 1960 e 1980, em números significativos a produção de aço, ferro-gusa, laminados, cimento, petróleo.

A partir da verificação desses dois momentos, é que podemos compreender os contornos da política atual e da presença de investimentos estrangeiros principalmente econômica, social e educacional do país. Evidentemente, não se pode compreender a totalidade apenas se focarmos em cada momento ditatorial de forma separada e sem considerar os antecedentes, mas fica patente a noção de que o modelo de política praticado na atualidade traz fortes resquícios desses períodos de autoritarismo e desprezo da opinião popular.

REFERÊNCIAS

CURADO, Marcelo e CRUZ, Marcio José Vargas da. Investimento Direto Externo e Industrialização no Brasil. R. Econ. contemp., Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 399-431, set./dez. 2008.

GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

NAPOLITANO, Marcos. O regime militar brasileiro: 1964-1985. – São Paulo: Atual, 2009.

OLIVEIRA, Denisson de. História do Brasil: política e economia. Curitiba: Intersaberes, 2012. (Série Aspectos do Brasil).

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