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NEGROS NO BRASIL

Por:   •  26/3/2018  •  2.322 Palavras (10 Páginas)  •  273 Visualizações

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Na realidade histórica, os movimentos sempre existiram, e cremos que sempre existirão. Isso porque representam forças sociais organizadas, aglutinam as pessoas não como força-tarefa de ordem numérica, mas como campo de atividades e experimentação social, e essas atividades são fontes geradoras de criatividade e inovações socioculturais. A experiência da qual são portadores não advém de forças congeladas do passado – embora este tenha importância crucial ao criar uma memória que, quando resgatada, dá sentido às lutas do presente. A experiência recria-se cotidianamente, na adversidade das situações que enfrentam. (GOHN, Maria Glória. P. 336)

Obvio que não se pode deixar de destacar o surgimento de outros movimentos com propostas semelhantes, mas com algumas variantes, sempre com o intuito principal de promover a integração do negro à sociedade destacaram-se, o Clube Negro de Cultura social e Frente Negra Socialista (1932) em São Paulo, Legião Negra (1934), em Uberlândia/MG.

Para além da luta histórica que se travou em prol da igualdade social o Movimento Negro no Brasil também sofreu com determinados períodos políticos como o período que abrange desde a o chamado Estado Novo (1945-1965) ao golpe militar instituído em 1964, destacamos aqui num primeiro momento a violenta repressão que sofriam não só o movimento negro, mas toda e qualquer organização que tivesse como foco a contestação política, mesmo com toda repressão sofrida, ao fim da era Vargas surgiu no cenário político o movimento negro organizado, mesmo não tendo o mesmo poder de mobilização dos períodos anteriores o protesto negro aumentou por diversas razões, em primeiro lugar por conta da discriminação racial que se tornava cada vez maior com o avanço do mercado e da competição, além do fato do estereótipos perseguirem todo individuo negro e também pelo fato da maioria dessa população negra viver num contexto social degradante desprovidos dos serviços sociais mais básicos.(Domingues, 2007)

Sobre tentativas do Movimento negro de garantir o direito dos cidadãos na década de 1940, podemos citar o projeto de lei apresentado pelo senador Hamilton Nogueira na assembleia nacional constituinte, este projeto foi colocado em votação, entretanto sofrera forte oposição principalmente pelo PCB, as alegações desse partido é de que as a reinvindicações específicas do negro eram um equívoco, segundo eles isso dividiam as lutas dos trabalhadores prejudicando a marcha da revolução socialista no Brasil.(Domingues, 2007)

Com referência ao golpe militar instituído em 1964 destacamos a forte derrota sofrida pelo Movimento Negro, este e seus militantes foram grosseiramente estigmatizados e acusados de criar um problema que supostamente não existia no Brasil, o racismo. Não obstante, não só o Movimento Negro, mas todos os movimentos que se contrapunham ao regime militar sofreram por conta das repressões e perseguições, o fato a se destacar é que vários direitos adquiridos por várias parcelas da sociedade se deve em parte a esses movimentos, principalmente durante a década de 1970 e 1980.

O fato inegável é que os movimentos sociais dos anos 1970/1980, no Brasil, contribuíram decisivamente, via demandas e pressões organizadas, para a conquista de vários direitos sociais, que foram inscritos em leis na nova Constituição Federal de 1988. (GOHN, Maria Glória. P. 342)

O Movimento Negro na contemporaneidade

Não dá para se falar em qualquer que seja o movimento social sem ao menos conhecer sua história e seus desdobramentos, o Movimento Negro é por si só um movimento que traz em toda uma carga histórica que pode ser tomada como a ponto de partida para várias discussões acerca do direito dos indivíduos de usufruir dos mesmos direitos que uma parte da população têm, mas que não chega de igual forma a todos, principalmente as populações marginalizadas.

No âmbito contemporâneo, principalmente depois do fim da ditadura, a forte pressão política do movimento negro pelo direito de seus reflete-se nos dias atuais, principalmente no que diz respeito as ações afirmativas, para isso foi preciso diversas tentativas e atuações estratégicas no campo político ao longo da história para que por fim, houvesse o reconhecimento da importância de se discutir a diversidade, embora hoje ainda seja de suma importância esses avanços com relação as discussões étnicas,é preciso sempre revisitar essas temáticas, pois ainda existem casos explícitos de racismo, assim como, uma ainda grande há uma grande desigualdade social que assola a população negra.

Outro ponto de extrema relevância e que deve ser destacado, é a relação da mulher com o Movimento Negro, partindo do pressuposto de que a mulher a negra sempre necessitou estar inserida na luta por melhores condições de existência, isso muito tem haver com as diversas formas de organizações desde a época da escravidão. Entretanto, aqui destacamos a importância de outro movimento que serviu de amparo para o avanço das discussões nas questões relacionadas a luta das mulheres, o movimento feminista.

Num primeiro momento esse movimento tinha como principal proposta a perspectiva universalista, não dando devida ênfase as diferenças, o que torna o movimento por diversas vezes passível de crítica já que esse não acolhe algumas questões postas pelas mulheres negras o que as faz mobilizar-se politicamente em prol das discussões relacionado as questões raciais. No entanto, cabe ressaltar que houve semelhante atitude com relação ao próprio movimento negro, se por um lado o movimento feminista não se propunha a discutir as questões raciais, no movimento negro a ausência das discussões voltadas a questão de gênero despertava fomentava cada vez mais a necessidade de se ater à essas questões.

Por conta disso as mulheres negras voltadas aos Movimento Sociais continuam a levantar bandeira de luta que as possibilitem lutar por melhores posições na sociedade, tanto o movimento negro quanto o feminista possuem. Embora seja evidente os desníveis de discussão dentro do movimento podemos a partir do texto de Cynthia Sarti que isso se trata também de uma questão estrutural dentro dos próprios movimentos.

A conjuntura política apenas agravou, de forma marcante, o que constitui um impasse estrutural do feminismo, dado por duas ordens de questões: de um lado, a difícil articulação entre a luta política contra a opressão social e histórica da mulher e a dimensão da subjetividade intrínseca ao teor libertário feminista; e de outro, o já mencionado fato de que o feminismo, embora diga respeito à mulher em geral, não

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