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Memórias de Guerra: Caminhos e Roteiros da Força Expedicionária Brasileira

Por:   •  2/3/2018  •  1.028 Palavras (5 Páginas)  •  361 Visualizações

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ao Soldado Brasileiro no Cemitério de Pistóia entre outros “lugares”.

De certo, a roteirização dos caminhos da FEB insere-se nesse já citado paradoxo dos dias atuais onde buscamos todos, referências em nosso passado comum para nos conhecermos e nos identificarmos com algo.

Nesse sentido, todos os profissionais que lidam com o “objeto cultural”, em todas suas potencialidades e nuances, não deve perder a perspectiva de que a aceitação ou rejeição desses símbolos propostos, sejam eles monumentos, sítios históricos ou mesmos itinerários, poderão revelar “raízes” existentes no imaginário popular, cabendo então verificar a capacidade de se trabalhar esses símbolos e de refazer esse imaginário de acordo com os novos valores, dessa sociedade que está sempre em mudança e movimento.

Um símbolo estabelece uma relação de significado entre dois objetos, duas idéias, ou entre objetos e idéias, ou entre duas imagens. Embora o estabelecimento dessa relação possa partir de um ato de vontade, sua aceitação, sua eficácia política, vai depender da existência daquilo que teoricamente chamamos de “comunidade de imaginação”, ou comunidade de sentido. Inexistindo esse terreno comum, que terá suas raízes seja no imaginário preexistente, seja em aspirações coletivas em busca de um novo imaginário, a relação de significado não se estabelece e o símbolo cai no vazio, se não no ridículo .

Como diria Baczko , outro teórico do imaginário social, a guerra, as revoluções, os chamados “tempos quentes” são um período marcadamente forte para sedimentar imaginários que se perpetuam na sociedade, levando essas imagens e entendimentos para além do tempo político e do tempo econômico, estando mais próximo do tempo das mentalidades, mais devagar, difícil de remover, não é à toa que o que se tenta sistematizar na região da Toscana, notadamente, muitos italianos e turistas brasileiros já o fazem, empiricamente, quando em viagem de férias, vão percorrendo as mesmas rotas por onde os antigos pracinhas e partigianis combateram, vendo os rios e morros da região, contemplando os monumentos que ainda restam do período, visitando e resignificando uma história que não morre, vive e não pára nunca...

Bibliografia:

BACZKO, Bronislaw. “A imaginação social” In: Leach, Edmund et Alii. Anthropos-Homem. Lisboa,Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985.

HOBSBAWM, Eric J. Tempos Interessantes. Uma virada no século XX. Companhia das Letras, 2007.

NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História. São Paulo: PUC-SP. n° 10. 1993.

ZAOUAL, Hassan. Globalização e Diversidade Cultural. São Paulo, Cortez, 2003.

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