História do Tocantins
Por: Jose.Nascimento • 8/3/2018 • 952 Palavras (4 Páginas) • 264 Visualizações
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O terceiro capítulo, Relações Familiares, analisa que as mulheres somente eram notadas, no contexto familiar, nas estruturas que fugiam das oficialmente impostas pela Igreja e pelo Estado, relações de concubinato, filhos ilegítimos, que eram vivenciadas principalmente pelos menos abastados. Mesmo com relações fora do que era imposto, não houve impedimento para que essas práticas cotidianas fossem assumidas por essas instituições. Há um quadro mostrando a porcentagem de relações familiares ilegítimas em paroquias brasileiras nos séculos XVIII e XIX, onde essa ilegitimidade é explica na região norte de Goiás devido à mobilidade que a sociedade esteva sujeita por estar constituída de base mineradora. Através da análise de registros de batismo percebe-se que os filhos ilegítimos eram assumidos, sendo que ficavam sob responsabilidade da mãe. Assim, nesse capítulo é possível visualizar as ações para legitimar as práticas cotidianas que eram consideradas "ilegais" perante as instituições oficiais.
O quarto capítulo, Atitudes Mentais, tenta compreender quais as atitudes mentais das mulheres que perpetuavam sua condição de "invisíveis" nas suas práticas cotidianas. Percebe-se a mentalidade da época através da visualização de testamentos e os motivos para sua escrita. As diferenças em alguns itens dos testamentos entre homens e mulheres como o local de enterro, repartição dos bens, tratamento dos herdeiros, pedidos de missas, são utilizados para perceber a mentalidade das pessoas da época. As declarações mostram que as mulheres eram detentoras da mesma mentalidade que o restante da população, não identificando as divisões nos espaços da sociedade, sendo que assim comam sem ter visibilidade.
Com a obra é possível perceber que as mulheres incorporaram atitudes que perpetuavam seu silêncio nas atividades cotidianas e relações familiares, sendo assim, não percebiam o local da sociedade que era destinado a elas, não tendo força para se libertarem das amarras que lhes eram impostas.
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