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AS TRANSFORMAÇÕES APÓS A PRIMAVERA ÁRABE

Por:   •  29/11/2018  •  6.118 Palavras (25 Páginas)  •  286 Visualizações

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A economia do Egito tinha em 2012 um PIB de mais 500 bilhões de dólares. O pais tem 4 (quatro) principais fontes econômicas. Em primeiro lugar vem o turismo, seguido pela extração e a exportação de petróleo, que gera emprego e lucros para o governo. Em terceiro lugar vem os impostos e as taxas alfandegárias cobradas sobre os navios que passam pelo canal de Suez, e em último vem as ajudas que são enviadas por egípcios que vão para outros países e mandam dinheiro para suas famílias. O Quadro 1 apresenta dados significativos do Egito.

Quadro 1 – Dados do Egito

Nome

República Árabe do Egito

População

85 milhões, com 30% de analfabetos

Área

1 milhão km2

Religião

Islã

Expectativa de Vida

68 anos

Moeda

Libra Egípcia

Produtos de Exportação

Petróleo e Algodão

Usuários do Facebook

14 milhões

Membro da ONU

Desde 1945

Inflação

15%

Fonte: Site BBC – (www.bbc.com) – África – Perfil do Egito, visto em 3/3/2017

2.2 Antes da Primavera Árabe

A bem da verdade a Primavera Árabe pegou todos de surpresa, principalmente no Egito. Já existiam movimentos de insatisfação contra o Governo de Mubarak, mas todos imaginavam que a robustez dos militares seria suficiente para debelar manifestações semelhantes. Era fora de cogitação, portanto, acreditar que Mubarak seria deposto e colocado na prisão em tão curto espaço de tempo. A queda de Mubarak estarreceu o mundo.

2.2.1 Movimento Kefaya

O movimento Kefaya (Basta) surgiu no verão de 2004 como uma plataforma de oposição ao Presidente Hosni Mubarak, sua política de estagnação econômica, a corrupção endêmica de seu governo e a possibilidade de transferência do poder diretamente para seu filho Gamal, processo semelhante ocorrido na Síria onde Bashar al-Assad herdou o governo de seu pai Hafez al-Assad. Os egípcios estavam cansados e não viam com bons olhos uma dinastia Mubarak como única opção de poder.

A primeira manifestação ocorreu em 12 de dezembro de 2004 quando 1.000 (mil) participantes protestaram em frente ao edifício do Supremo Tribunal de Justiça, no Cairo. Com o passar do tempo, entretanto, o movimento perdeu momentum pela falta de uma liderança mais contundente e com a frustação geral devido a inabilidade da oposição forçar as reformas necessárias (Figura 4). A Kefaya simplesmente não teve força suficiente para continuar sua luta contra o Governo.

Figura 4 – Protesto Kefaya

[pic 14]

Fonte: Site Arabist.Net – (arabista.net/blog) – Demonstração Kefaya visto em 3/03/2017.

2.2.2 Movimento Jovem 6 de Abril

Em abril de 2008 a cidade de El Mahalla, importante centro têxtil com 500 (quinhentos) mil habitantes localizada na foz do Rio Nilo, foi cenário de grandes manifestações contra o resultado da reeleição do Presidente Hosni Mubarak. Os manifestantes alegaram que a eleição tinha sido fraudulenta e, ao mesmo tempo, demandavam por melhores condições de vida e aumento salarial.

O Governo enviou forças de segurança para abafar o movimento, provocando a morte de 2 (dois) manifestantes e causando ferimento em dezenas de participantes. O ápice do movimento ocorreu no dia 6 de abril, que provocou o surgimento do grupo MOVIMENTO JOVEM 6 DE ABRIL, que terá participação ativa na Primavera Árabe 3 (três) anos depois¹

1 – Site Wikipédia - (www.wikipedia.org) – Movimento 6 de Abril, visto em 5/3/2017.

2.3 Primavera Árabe

No dia 17 de dezembro de 2010, na pequena cidade de Sidi Bouzid na Tunísia, o vendedor ambulante Mohammed Bouazizi ateou fogo no próprio corpo (Figura 5) após a polícia confiscar seus produtos e humilhá-lo publicamente. O chocante suicídio de um trabalhador tão humilde provocou uma gigantesca onda de indignações na opinião pública e, imediatamente, ferozes manifestações tomaram conta do país.

Figura 5 – Representação a imolação de Bouazizi

[pic 15]

Fonte: Site Global Connections – (global.conections.edu) – Bouazizi visto em 7/03/2017.

Em poucas semanas, essa agitação social espalhou-se por todo o Oriente Médio, principalmente no Egito, Tunísia, Líbano, Síria e Iêmen. Em vários países as demonstrações tiveram tal magnitude e sucesso que os governos autoritários foram depostos um atrás do outro. Na tentativa de criar novos caminhos possíveis para a democratização de países com uma tradição tão autoritária esses eventos receberam da mídia o nome de Primavera Árabe.

A expressão faz referência direta ao momento histórico ocorrido na Europa Oriental em 1989, quando o então hermético regime comunista começou a cair, numa espécie de efeito dominó, face à grande pressão popular dos países do bloco comunista (Polônia, Alemanha Oriental, Hungria, Romênia, Bulgária e Tchecoslováquia), que passaram a adotar regimes democráticos e uma economia de mercado mais alinhada com a Europa Ocidental.

Os eventos ocorridos no Oriente Médio, entretanto, não tiveram o mesmo alinhamento. Egito, Tunísia e Iêmen entram num período de transição conturbado, Síria e Líbia foram envolvidas em conflitos civis, enquanto as ricas monarquias do Golfo Pérsico permaneceram completamente imunes. Existe, portanto, certa crítica ao termo Primavera Árabe por ser simplista e não refletir a realidade ocorrida, em 2011, no mundo árabe.

Os protestos e movimentos de 2011 foram, na verdade, a

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