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A REEXISTÊNCIA NEGRA E ESCRAVIDÃO NA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO

Por:   •  14/10/2018  •  1.171 Palavras (5 Páginas)  •  271 Visualizações

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Santos prossegue problematizando a escravidão de modelo antigo existente na África antes da chegada dos europeus, do caráter acidental do fomento português ao tráfico Atlântico, assim como a participação de africanos, europeus e brasileiros neste comércio, desromantizando a visão maniqueísta que divide a história entre heróis e vilões, simplificando processos históricos. Esse novo modelo analítico propõe também repensar os libertos que adquirem escravos como uma forma de protagonismo negro, provocando uma nova visão sobre o lugar do negro como historicamente construído por si mesmo, fazendo os alunos verem em sua trajetória a possibilidade dirigirem seus próprios caminhos, atuando como cidadãos ativos capazes de desestabilizar o projeto de silenciamento e desqualificação das marcas da civilização africana na cultura brasileira, parte de um projeto de homogeinização que torna o negro anômalo quando peça da falência do embraquecimento populacional pensado no século XIX, assim como inconveniente demanda por espaço numa história nacional que silenciava sua contribuição histórica através da cultura brasileira através das práticas de reexistência, hoje, após muita luta dos movimentos negros, estão em processo de patrimonialização.

Como exemplo local, podemos tomar a estátua em homenagem à Mercedes Batista, primeira bailarina negra a fazer parte do corpo de baile do Teatro Municipal, no largo de São Francisco da Prainha, espaço que abriga o quilombo urbano da Pedra do Sal. Embora sua notoriedade se deva ao pioneirismo no balé clássico e seu ingresso numa espaço branco elitista, a dama negra fora retratada em indumentária e movimento afro, fruto de seu trabalho de valorização da dança ancestral, inclusive com a criação da disciplina no curso de formação do teatro, desta forma, fazendo reexistir sua memória, sem romper estruturalmente o racismo institucional brasileiro, minando-o por dentro.

Nesta ponta o Souza toca o “Diálogo na Educação” quando Maria Lúcia Vasconcelos caracteriza a educação como atividade essencialmente dialógica, fundamentada pelo conceito bakthiano de dialogismo que entende os discursos como um amálgama de discursos precedentes que o compõe. Partindo da interpretação freiriana da educação não como a transferência de saber e sim como um diálogo entre interlocutores mediados por objetos em busca de significados, a autora propõe uma ruptura com uma educação tradicional mantenedora do status quo, onde o discurso se esvazia em palavras sem significado em função da falta de troca entre professor e aluno. Por outro lado quando o conhecimento é construído com base numa troca, o discurso do professor será lembrados em sua substância pelos alunos e reelaborado individualmente. Desta forma, assim como a experiência negra no cativeiro fora pautada na reexistencia, a prática do professor precisa reexistir no diálogo com os discentes , isto é, os conceitos previamente elaborados quando oferecidos aos estudantes são ressignificados pautados em suas vivências e transformados em novos conhecimentos como uma espécie de resistência velada a uma educação massificadora, transformando-os em indivíduos críticos capazes de protagonizar suas histórias.

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