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A CRIANÇA NEGRA NO ÂMBITO ESCOLAR

Por:   •  28/3/2018  •  1.367 Palavras (6 Páginas)  •  306 Visualizações

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Por outro lado, as crianças negras tendem a silenciar cada vez mais e a fugir das situações de conflito e de disputa, isolando-se. Quando reagem as essas práticas, às vezes de maneira desproporcional, com fúria, xingamentos, sem controle, são criticadas e advertidas. Assim, vão silenciando, esta situação gera um círculo vicioso que afeta a autoestima da criança que por sua vez é difícil de ser rompido sem ajuda.

O silenciamento dos professores, também existe. A falta de diálogo e informações em situações de racismo, preconceito e discriminação na escola faz com que o problema seja mascarado. Se, por um lado, a atitude de silêncio dos professores diante de situações de humilhação entre as crianças é uma tentativa de considerá-las como "naturais" ou "individuais", evitando falar sobre o assunto para não "esticá-lo", por outro lado, essa atitude também é uma valorização da não reação das crianças negras ao serem humilhadas. De qualquer modo, isso só contribui para a aprendizagem do silêncio.

3 ESCOLA FRENTE AS PRÁTICAS RACIAIS

A escola no segmento da educação infantil tem grande influência social, promovendo a socialização, na qual estabelece relações entre crianças com diferentes famílias e culturas, favorece a construção da identidade da criança dentro da escola e principalmente em uma sala de aula que parece ser homogênea, porém existem diferenças raciais, culturais e religiosas. Pouco se fala das diferenças dentro do contexto escolar, o contentamento em apenas afirmar que todos somos diferentes, não basta para se ter um avanço contra o preconceito racial.

As questões raciais, os preconceitos são hoje pulsantes em todos os lugares, principalmente, em nosso país, embora nossa herança cultural seja intensamente marcada pela miscigenação de raças, o negro tão presente em nossa cultura e história, ainda sofre exclusão social, assim como outras etnias.

O autor Muniz Sodré diz que uns dos problemas que nos impede de aceitar a diferença é que, o valor que atribuímos as coisas e ás pessoas reflete as convicções a as crenças de um sistema particular, ou seja, o valor é uma significação já estabelecida de acordo com as nossas crenças sem levar em consideração a diversidade, que, por sua vez é mais do que variedade de aparências, é a existência de valores atribuídos a determinadas aparências, gerando estigma, estereótipo, preconceito e discriminação, ou seja, pressupõe julgamento de valor.

Diante das situações, percebe-se que, durante o cotidiano escolar alguns educadores ainda não percebem a presença dos conflitos raciais entre seus educandos e não identificam em quais momentos devem interferir para esclarecer certos conceitos preconceituosos que impedem a realização de uma educação realmente democrática, igualitária.

A escola e os educandos precisam se organizar para demonstrar a importância da pluralidade racial na sociedade, a fim de contemplar discussões sobre a diversidade racial, discutir os problemas sociais. Para possibilitar que os educandos construam suas próprias ideias e entendimento sobre o outro que lhe é diferente.

4 CONCLUSÃO

A escola por ser um espaço de socialização e aprendizado, deveria estar habilitada e estruturada para receber crianças das mais diversas culturas, valores religiosos, etnias etc., dar-lhes o acolhimento e estrutura para o descobrimento do potencial individual, do “ser” e “estar”, criando possibilidades do indivíduo se reconhecer como um todo no meio que está inserido. A conclusão deste trabalho está baseada no sentido de que não somente as políticas sociais, econômicas e de inclusão do negro no contexto social vão solucionar o problema do racismo. Mas, onde se tenha uma interação do saber científico, visando entender as raízes profundas que levam as pessoas a diferenciarem outras pelo seu tom de pele ou por seu passado histórico de marginalização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

BENTO, Maria Aparecida Silva. Práticas pedagogicas para a igualdade racial na educação infantil. São Paulo: CEERT, 2011.

ESTERMANN, Josef. Interculturalidad: vivir a diversidad. La Paz; Seat, 2010.

GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988.

SODRÉ, Muniz. A ignorancia da diversidade. Disponivél em: . Acesso em: 5 out. 2015.

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