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TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE EUTROFIZAÇÃO DO LAGO PARANOÁ

Por:   •  5/6/2018  •  1.542 Palavras (7 Páginas)  •  322 Visualizações

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A intensa produção de mau cheiro em toda a cidade é retratada em diversas reportagens de jornais locais, como – “O Fedor aumenta” (Correio Brasiliense, 24/11/1978), “Poluição teme que o Lago cause doenças” (Jornal de Brasília, 25/11/1978), “ Um problema, O Lago” ( Correio Brasiliense, 12/12/1978), “ O Lago Sul está cheirando mal”, ( Correio Brasiliense, 11/1978), “Mau cheiro provoca enjoo e vômitos nos moradores da península sul” ( Correio Brasiliense, 11/1978), “Os 40 KM da geografia da putrefação” ( Correio Brasiliense, 26/11/1978).

O mau cheiro tinha como origem o desequilibrado e excessivo crescimento de algas, ocorrido em pequena parte do lago sul. As algas em grande quantidade formam uma camada esverdeada na superfície das águas, que impede a penetração dos raios solares, e as que estão embaixo tenta subir para a superfície, sem conseguir elas morrem e consequente à liberação do mau cheiro.

Programas de Limpeza do Lago Paranoá

A floração maciça e consequente mortandade de alga Microcystis aeruginosa em 1978, ocorrida em área localizada no braço do Lago, fez com que a CAESB tivesse que adotar medidas drásticas na ocasião para solucionar o problema, entre as quais constaram a aplicação de quantidade elevadas do algicida sulfato de cobre, a floculação com sulfato de alumínio no Lago (para esses serviços foram usadas duas embarcações), o bombeamento da matéria decomposta e disposição final em valas das quais eram posteriormente cobertas com cloracal (foram usadas aproximadamente 10 bombas, 3 caminhões pipas e tratores para abertura das valas e acesso as mesmas), além de mudanças operacionais na Estação de Tratamento de Esgoto Sul.

O programa de Emergência teve aplicação do algicida (sulfato de cobre) sua base principal, em razão de seu custo relativamente baixo, rapidez na aplicação e alta sensibilidade apresentada. Esse programa se estendeu até 1986 quando o problema voltou a persistir aumentando a ocorrência da alga Microcystis aeruginosa, não sendo mais um problema localizado e sendo detectada sua presença em elevadas concentrações em várias regiões do Lago.

As medidas adotadas pela CAESB foram apenas paliativas, atuando apenas nos efeitos da poluição, até que seja feita a implantação definitiva do programa de Recuperação do Lago Paranoá.

A evolução caracterizada do processo de eutrofização do Lago, não pode ser contida apenas com a aplicação de medidas corretivas. A expansão das áreas críticas e suas dimensões, atingindo a região central do Lago, foram extremamente preocupantes, pois a situação assemelha com a concentração de nutrientes que ocorreu em 1978, porém desta vez foi mais elevada.

O Programa de Recuperação do Lago Paranoá previa:

- Tratamento a nível terciário para remoção de nutrientes de todos os efluentes sanitários das comunidades dentro da bacia do Lago Paranoá;

- ordenamento da ocupação da bacia hidrográfica do Lago Paranoá, de modo a reduzir o aporte de nutrientes ao Lago e garantir o fornecimento de água de boa qualidade para renovação da massa líquida.

Em 1977, o Professor Gerrit Van Rooyen Morais especialista em questões de poluição e tratamento de esgotos, Professor de Recursos Hídricos e Engenharia Sanitária da Universidade do Cabo, África do Sul e consultor da Organização Mundial da Saúde. Segundo Morais, no lago existiam dois tipos de poluição: a bacteriológica e a química. A primeira é transmitida através de esgotos não tratados e a segunda a principal responsável pela poluição do Lago é transmitida através de efluentes das estações de tratamento de esgoto, águas fluviais e fluentes de matadouro.

O tratamento visando à recuperação e remoção dos esgotos sanitários e nutrientes seria o tratamento biológico e químico. Este amplamente adotado nos países europeus consiste na adição de coagulante metálico a efluentes de estação de tratamento de esgotos convencionais (iodos ativados), para remoção de fósforo, o qual é removido juntamente com os flocos formados pelo coagulante mediante a filtração, decantação ou floração por ar difuso.

A remoção biológica de nutrientes encontrava-se em fase de remoção na África do Sul. Tinha a vantagem de ser um processo econômico e permitir a remoção de nitrogênio juntamente com o fósforo.

A metodologia amplamente adotada, inédita na época, foi associar os dois processos, projetando o tratamento biológico com remoção de nutrientes (fósforo e nitrogênio – processo sul- africano) seguido do tratamento químico (polimento final – processo europeu). Dessa forma, foi combinado processo químico, resultando num processo econômico, confiável e produzindo efluentes de melhor qualidade.

Considerações Finais

Além dos efluentes lançados sem tratamento, a cobertura vegetal de cerrado e mata ciliar que existia antes do alagamento não foi totalmente retirada e a matéria orgânica encontra-se em processo de oxidação e decomposição, liberando também nutrientes. Sendo assim o biomonitoramento é uma ferramenta útil para compreensão dos sistemas e indispensável para a formulação e implementação de medidas de manejo.

Com a retirada de cobertura vegetal, o solo fica exposto, e a água da chuva acaba carregando o material para o lago. Atualmente, o lago sofre um processo de assoreamento sério, que pode novamente comprometer a qualidade e a quantidade de suas águas.

A operação das novas estações

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