Resenha do livro a cidade dispersa

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A partir dessa abordagem conforme Trindade JR, devemos tratar da periferização em Belém nas décadas de setenta e oitenta, ponderando que esse processo apresentava como características fundamentais da forma metropolitana, a aparência compacta ou confinada. Dessa forma, as baixadas eram espaços segregado e provedores de mão-de-obra de baixo poder aquisitivo. Todavia na década de oitenta esse panorama começa a ser ressignificado com o processo de dispersão das formas espaciais, reveladora de múltiplo conflitos com novos agentes. Esse processo de dispersão está intrinsecamente atrelado à dinâmica de regionalização do espaço amazônico com implicações também no local devido a correlação de forças dos agentes produtores do espaço urbano.

Em total acordo com o que foi exposto acima e seguindo a linha de raciocínio do autor, pode-se assegurar que o processo de dispersão observado, ocorre muitas das vezes por interesses das forças políticas locais, com o objetivo de emancipação política de unidades administrativas no contexto do espaço metropolitano de Belém. Ele mostra que os interesses estão centrados no controle político do grande número de eleitores que acompanharam o movimento de suburbanização da pobreza da baixada para o subúrbio (Trindade JR: 2000).

Ao afirmar que ocorreu o movimento de suburbarnização da pobreza supramencionado, ele explica isso analisando a espacialização da distribuição de renda no espaço metropolitano de Belém. Ele vem mostrando através de dados de comparação de renda entre os municípios que compõem o espaço metropolitano, percebendo que nos municípios como Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara a renda média mensal dos chefes de família é muito inferior quando comparada com a renda média mensal de em Belém. Além disso, a comparação feita entre bairros de Belém mostra também esse caráter desigual da renda, isso mostra a concentração da renda em birros como o de Nazaré, marcado pela verticalização, e a menor renda no bairro do Benguí que está localizado na área de expansão de Belém (ibidem).

Entender a dinâmica de expansão metropolitana; portanto, marcada pelo padrão disperso dos novos assentamentos, requer compreender o papel desempenhado por agentes empenhados em fazer valer seus interesses acerca da apropriação da terra urbana (Trindade JR: 2000).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORRÊA, Roberto Lobato. A Rede Urbana. São Paulo: Ática, 1989.

DE PAULA, João Antônio. Amazônia: Fronteira e acumulação capitalista. In: RIVERO, Sérgio; JAYME JR, F. G. (Orgs.). As Amazônias do século XXI. Belém: EDUFPA, 2008.

TRINDADE JR, S.C. A natureza da urbanização na Amazônia e sua expressão metropolitana metropolitana. Vitória: Geografares, v. 1, nº 1, jun. 2000.

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