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Geografia: Pequena História Crítica

Por:   •  15/1/2018  •  1.667 Palavras (7 Páginas)  •  452 Visualizações

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Carlos comenta que os seguidores de Vidal desenvolveram a proposta lablachiana em toda sua potencialidade. A noção de Região se fundou na Geografia. Antônio diz que o autor que realmente avançou as formulações de La Blache, gerando uma proposta mais elaborada foi Max Sorre. A Geografia de Sorre pode ser entendida como o estudo da ecologia do homem. “A proposta de Sorre, sem dúvida, foi a reciclagem da Geografia Humana concebida por Vidal de La Blache.”, comenta Carlos. Antônio diz que as propostas que fecharam o ciclo da Geografia Tradicional foram de M. Le Lannou e A. Cholley. Lannou concebeu a Geografia como eminentemente regional, definido o objeto como “o homem habitante”. Para Cholley, a Geografia tinha por objetivo as “combinações” existentes na superfície do planeta. Este foi o itinerário da Geografia Tradicional na França.

Antônio Carlos Gomes cita outra grande corrente do pensamento Geográfico, denominada Geografia Racionalista, filiada a A. Hettner e R. Hartshorne. Alfred Hettner foi um geógrafo alemão influenciado pelas colocações de Ratzel. As idéias de Hettner encontraram escassa penetração em sua época, talvez por causa do Possibilismo. Carlos diz que a Geografia americana se desenvolveu a partir dos anos trinta, chegando aos dias atuais a ser um dos centros mundiais de produção geográfica.O seu mais destacado formulado foi Carl O. Sauer que propôs o estudo das “paisagens culturais”. Entretanto foram as colocações de Hartshorne que tiveram maior repercursão dado seu caráter amplo e explicitamente metodológico. “A primeira diferença da proposta de Hartshorne residiu entre defender a idéia de que as ciências se definiram por métodos próprios, não por objetos singulares. Assim, a Geografia teria sua individualidade e autoridade decorrentes de uma forma própria de analisar a realidade.”, Comenta Carlos. Os conceitos básicos formulados por Hartshorne foram os de “área” e de “integração”, ambos referidos ao método. Área viria a ser uma porção da superfície terrestre, construindo o processo de investigação. Carlos fala sobre a segunda proposta sobre forma de estudo de Hartshorne, que foi por ele denominado de Geografia Nomotética. “Esta deveria ser generalizadora, apesar de parcial.”, comenta Antônio. Por um lado, as propostas de Hartshorne e por outro, as de Cholley e Lannou encerram as derradeiras tentativas da Geografia Tradicional.

Carlos diz que, em primeiro lugar, a Geografia Tradicional deixou uma ciência elaborada, um corpo de conhecimento sistematizador. Em segundo lugar, a Geografia Tradicional elaborou um rico acervo empírico, fruto de um trabalho exaustivo e levantamento de realidades locais. E em terceiro lugar, a Geografia Tradicional elaborou alguns conceitos que merecem ser rediscutidos. Em termos, este é o quadro do que foi a Geografia.

Antônio Carlos Gomes fala que a Geografia hoje conhece um movimento de renovação considerável, mas a pergunta ainda é a mesma sobre o objeto. “A Geografia Tradicional entra em crise quando se altera a base social.”, diz Carlos. O movimento de renovação, ao contrário da Geografia Tradicional, não tem uma unidade. O movimento de renovação da Geografia vai se dividir em duas vertentes, a crítica e a Pragmática.

A Geografia Pragmática efetua somente a insuficiência da análise tradicional. Não vai aos seus fundamentos ou à sua base social. Ataca principalmente o caráter não-prático da Geografia Tradicional. A crítica dos autores à Geografia Tradicional fica num nível formal. “A Geografia Pragmática é uma tentativa de contemporaneizar este campo específico do conhecimento.”, diz Carlos. A Geografia Pragmática é um instrumento de dominação burguesa. A crítica da Geografia Pragmática alimenta o embate ideológico atual.

Carlos fala sobre a outra vertente do movimento geográfico, a Geografia crítica, como a que advém de uma postura crítica radical, frente a uma Geografia existente. Os autores da Geografia Crítica não vão fazer análise profunda das razões da crise. O autor que formulou a crítica mais radical à Geografia Tradicional dói Yves Lacoste. “Vê-se que a crítica de Lacoste é bastante incisiva (...)”, comenta Carlos.

Antônio Carlos Gomes cita uma primeira manifestação clara da renovação, que pode ser detectada na Geografia Ativa, que se opunha a Geografia Aplicada. Em termos de uma concepção mais Global de Geografia, cabe uma exposição mais minuciosa da de Milton Santos. Carlos cita o argumento de Milton de que é necessário discutir o espaço social e ver a produção do espaço como objeto. De que todas as atividades produtivas do homem aplicam numa ação sobre a superfície terrestre, numa criação de novas formas, de tal modo que pode se dizer que “produzir é produzir espaço.”

A obra de Antônio Carlos Gomes, logo no início, nos diz que o objeto da Geografia é indefinido. E ao longo de todo o livro, ele nos mostra as várias tentativas de todos os pensadores geógrafos de tentar encontrar tal objeto. Contudo, estas tentativas nos abriram variados conceitos de estudo que ampliam e desenvolvem o conhecimento e o pensamento geográfico. Considerando que o livro foca na evolução do pensamento geográfico, o fato de o autor considerar que o objeto é indefinido nos faz refletir que esta inexistência de definição foi e ainda é um ponto positivo para a evolução da Geografia. Pois, buscar esta definição nos abre novas portas para o estudo geográfico. Embora também nos faça refletir sobre o sentido destes estudos. Entretanto, pensando em outras ciências que comungam desta mesma indefinição e, ainda assim produzem

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