Resenha do livro: Não Nascemos Prontos
Por: Lidieisa • 25/7/2018 • 2.240 Palavras (9 Páginas) • 348 Visualizações
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Na pensata também é perceptível como o nível de empatia é maior por animais do que por humanos, é recomendado possuir bichinhos de estimação como uma terapia, assim como se afastar do estresse, este causado no convívio com outros seres humanos.
Descanse em paz?
A reflexão é quanto a não produzirmos recordações já que estamos tão preocupados em tentar resolver a própria vida. É um exercício cultural e de humanidade velar os mortos, não refletimos mais quanto a vida, deixamos de velar no sentido de tomar de conta, para velar no intuito de ocultar. Com o esquecimento do luto perdemos a chance de fazermos perguntas sinceras a nós próprios quanto a real importância que damos a coisas e situações.
O futuro saqueado
Muito mais do que bradarmos que não haverá futuro, estamos por garantir isso quando conscientemente agimos sem nos importar com o futuro que deixaremos. Queremos que as gerações seguintes vivam, mas sempre alegamos que os fazem de maneira equivocada, ora se não é com o tempo que se adquire experiência? Quando possuíam a mesma idade tinham a total consciência e certeza sob tudo aquilo faziam? Obviamente que não, como o próprio tema do livro nos relembra não nascemos prontos e é desgastante que as comparações entre épocas diferentes aconteçam, pois muito mais do que mudança das pessoas, as condições e conhecimentos também são outros.
Outros dois pontos desta mesma pensata são a desvalorização da vida, já que não a sabem vivê-la, acabam por torna-la banal, como tudo aquilo que não merece atenção e, por conseguinte um consumismo exacerbado como maneira de alcançar uma fuga para a felicidade, fazemos isso com as crianças quando coisificamos suas necessidades, isto é, quando também não as inventamos.
Memórias de Marguerite
Fala também só transformações tecnológicas e tempo, como as coisas mudaram nos três últimos anos no final do séc. 20, mudanças importantes que impactam nosso cotidiano, por isso a frase: “Ontem só acabará amanhã e amanhã começou há dez mil anos”
A mídia como corpo docente
Retrata a terceirização da formação das crianças outrora destinado aos pais, mas que atualmente é responsabilidade da escola e mídia, e isso implica diretamente no ser e querer das crianças, a formação ética condicionada ao que está em ascensão nos meios de comunicação.
Com essa tarefa os meios possuem a classificação indicativa que não substitui o julgamento dos pais quanto ao que é ou não adequado, e a mídia ciente desse descuido influencia de acordo com seus propósitos.
Saudável loucura
Saudável loucura nos mostra o quanto a correria do dia a dia não nos deixa mais usufruir do sentido da palavra viver, sem dar valor as alegrias diárias, pensando unicamente em trabalho. A preocupação maior estar em ficar bem para trabalhar ainda mais sem poder se divertir, é importante compreender que não há mal nenhum em trabalhar ou querer chegar a uma posição de destaque, mas que também é necessário separar um tempo para viver. São incontáveis as reclamações, principalmente no período de carnaval em todas as redes sociais de como um país de falidos pode esquecer sua pobreza e simplesmente se divertir, indo a fundo nesse assunto será mesmo que aqueles que possuem menos condição não tem o direito de se divertir?
Antropolatria arrogante
Trata da síndrome de divindade que assumimos, com o endeusamento que tratam o ser humano, cremos ser o ápice de toda a evolução, inalcançáveis. Tanto adjetivos que esquecemos quanto defeitos possuímos e com isso desprezamos conhecimento, pois estamos completos, findados, como já dito anteriormente em Memórias de Marguerite todo esse “poder” depende da época histórica em que nos encontramos.
Dinheiro, pra quê dinheiro?
Será que estamos superestimando o dinheiro e deixado a criticidade das nossas reais necessidades de lado? Há um provérbio latino que fala“Ne quid nimis” numa tradução literal quer dizer: não muito, mas aprofundando essa explicação, sugere que o supérfluo não é necessário.
Obviamente precisamos de dinheiro para sanar nossas necessidades básicas, no entanto não possuímos esse discernimento do que seriam nossas necessidades e por fim nos excedemos numa busca desenfreada por mais coisas que não precisamos.
Se você parar para pensar...
Presos a um ritmo frenético e envoltos a coisas tão importantes, a reflexão deu lugar ao impulso, teria o homem perdido o título de “caniço pensante”? O mercado por vezes age nesse lapso de tempo que paramos de pensar e nos impõe imperativos tirando a subjetividade e tirando o que somos, dando lugar ao que temos.
E quando paramos para pensar nos damos conta do controle que não possuímos sobre nossas escolhas, por isso a ideia de fuga é tão atraente e ao mesmo tempo extremamente absurda.
Enquanto há vida
Há momentos em que nos questionamos quanto a importância da esperança em nossos dias, depositamos fé que mesmo nos momentos extremamente difíceis ainda seguramos em algo que dê forças para seguir em frente, a esperança é a produtora de futuro e aniquiladora da dureza do existir!
A ambígua solidão
Quanto maior e mais concentradas as cidades, mais solitárias e individualistas as pessoas acabam se tornando. Com a correria do dia-a-dia não vivemos mais em comunidade, vamos apenas de um lado para o outro, nos tornamos cada vez mais isolados da convivência com outras pessoas, e nos preocupamos apenas conosco, experimentamos e desejamos a solidão. Nestes nossos tempos a solidão serve mais como um refúgio ou abandono do que, de fato, como momento reflexivo, a solidão é o escape.
O triunfo da morbidez?
Estamos continuamente atrás de uma vida saudável, estilo de vida saudável, desde que isso se popularizou. O estresse é nosso companheiro diário e vivemos em busca de formulas eficazes, as que levem o menor tempo possível para nossa melhora, as doenças atualmente são encaradas com naturalidade e nos levam a passividade, preferimos tomar um remédio quando já nos encontramos doentes que propriamente prevenir a doença.
Quem avisa amigo é
Vivemos
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