Relação entre História e Filosofia

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Os mitos gregos eram utilizados como forma de explicação racional para fenômenos e fatos da realidade. Desde o surgimento da Terra, até a forma de amar. São eles carregados de muita simbologia, descrevendo deuses, heróis e personagens sobrenaturais. O seu objetivo era a explicação das manifestações naturais que o Ser Humano da época não compreendia tal qual atualmente são compreendidas.

Foi à partir de determinadas evoluções tais como: navegações, invenção do calendário e da moeda, a criação da democracia, e etc., que os mitos foram deixando de ser a única explicação cabível para os acontecimentos e comportamentos sociais. Surge então a Filosofia, que nasce por uma necessidade de maior certeza, e de ideias mais concretas. E foi no início do século VI a.C., na Grécia Antiga, com Tales de Mileto, que surge a Filosofia como se conhece atualmente, sendo ele considerado o primeiro filósofo.

A história como investigação também nasceu na Grécia Antiga, no Séc. V a.C., e foi Heródoto (485 a.C. e 425 a.C.) o primeiro historiador de que se tem conhecimento. Chamado de “O pai da História’’ foi ele quem registrou diversos fatos do passado em uma composição literária intitulada Histórias. Foi somente por meio de seus relatos que se pôde ter informações precisas sobre os aspectos do comportamento humano, dados geográficos e informações sobre as Guerras Médicas. Apesar de haver outras maneiras de registro da história humana, foi à partir de Heródoto, que a história do Ser Humano começou a ser registrada e transmitida de maneira sistemática.

A partir do instante em que alguém, em qualquer área do conhecimento, propõe-se a estudar qualquer acontecimento ocorrido na dimensão temporal, ela está estudando História. Se for um químico, biólogo ou físico, pode ser que seu interesse também esteja em procurar uma explicação sobre como, e porque aqueles fatos se sucederam de tal maneira. Mas o simples fato dele estar buscando uma comprovação científica de um registro histórico, o torna de alguma forma um historiador.

Como ciência, foi à partir do século XIX que a História passou a ganhar respaldo, tendo o iluminismo, o cientificismo e o presentismo como paradigmas da sua construção enquanto ciência desassociada da Literatura e Filosofia.

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RELAÇÕES ENTRE AS CIÊNCIAS

Ao compreender os conceitos filosóficos de um determinado filósofo e ignorar o contexto histórico em que ele viveu, torna-se muitas vezes difícil compreender e dar sentido às suas ideias.

Em vários casos não se pode entender uma corrente filosófica sem saber em que momento histórico ela ocorreu. A História está para Filosofia assim como a Matemática está para Física. Uma ocorrendo em função da outra.

Ao tomar como base os ideais propostos por Karl Marx, sua contextualização geográfica e histórica é de grande importância para o entendimento do seu pensamento. Se esses ideais fossem transpostos para outro período histórico, se fosse possível, seriam necessárias diversas adaptações, podendo transformar o pensamento de tal forma que tornar-se-ia outro ideal.

Na mesma forma, o materialismo histórico de Engels justifica-se em um período onde os avanços científicos apontavam para leis definidas que regiam todo o universo. No entanto, algumas décadas mais tarde, os avanços científicos na área da física quântica trouxeram novas revelações que puseram em xeque os ideais materialistas, demonstrando que as equações Newtonianas já não eram suficientes para explicar o universo em sua completude.

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CONCLUSÃO

Como pensar em Filosofia sem relacionar à História, ou vice-versa, visto que uma procede da outra na mesma forma que se relacionam?

Essas duas ciências não se diferem, nem sobrepõe-se, caminham juntas, completando-se.

A História funciona como um alicerce para as bases filosóficas, tornando possível a compreensão de maneira completa das ideias e pensamentos.

A Filosofia é a ferramenta fornecida ao Ser Humano para que ele possa realizar a análise de sua própria História, capacitando-lhe para que possa vivenciar o futuro.

‘’Que a Filosofia esteja dentro da história e a história do pensamento dentro da possibilidade da própria reflexão filosófica, é inegável.’’

Marcia Tiburi.

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REFERÊNCIAS

BLOCH, M. Apologia da História ou o Ofício de Historiador. Ed. Zahar, 1997.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Atica.

NEUFELD, C. B.; BRUST, P. G.; STEIN, L. M. Bases epistemológicas da psicologia cognitiva experimental. Disponível em:

>. Acesso em: 07/03/15.

PAYEN, P. The constitution of history as science in the nineteenth century and their older models: end of an illusion