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RESENHA DO LIVRO “POLÍTICA” de ARISTÓTELES

Por:   •  30/9/2018  •  2.574 Palavras (11 Páginas)  •  305 Visualizações

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de ordem inferior e menos adequado à natureza humana, daí a distinção de atos liberais, atos servis, condição liberal e condição servil, nobreza e vilesa. Na verdade quase há uma identificação para aquele que tem que trabalhar manualmente, uma pessoa grosseira, mal formada.

Para Aristóteles professor é servil, um escravo que ensina e pedagogo é um escravo que leva a criança para a escola e mais tarde será um escravo que ensina a criança da classe superior.

Visto isto, para ele a palavra “escravo” se refere aos escravos propriamente ditos, mas também as pessoas que mantém essa condição.

É possível perceber que para Aristóteles o homem comum é aquele que tenha posses, propriedades, renda suficiente para dar ócio para o mesmo, ócio este utilizado para que a pessoa estudasse, para que a pessoa fosse bem instruída, pois na visão de Aristóteles, somente o cidadão que detinha posses e possuía a compreensão da realidade poderia participar da atividade política.

Quando Aristóteles fala sobre “posses”, ele não se refere a classe social ou só os nobres, aristocratas, ele somente diz que se possuir posses, renda e ócio e poder estudar para participar da atividade política.

Segundo supracitado livro, Aristóteles diz que o Estado é formado por “pólis” e indivíduos (também associados à grupos menores), visto que a “pólis” seria naturalmente prioritária sobre o individuo, em caso de guerra por exemplo, é necessário defender a pólis primeiro para que isso resulte em beneficio para a minha família.

Na prática, segundo o livro de Aristóteles, a “pólis” existe para preservar os vilarejos, e os vilarejos existem para preservar as famílias, e as famílias existem para preservar e organizar os indivíduos, portanto quanto maior a comunidade, a sociedade como um todo a “pólis”, maior a autossuficiência dela mesma e de todos os indivíduos dentro dela.

Desse modo, é extremamente importante que o Estado não usurpe os papéis das comunidades menores, a “pólis” não deve de forma alguma interferir ou eliminar as diferenças entre os seres humanos, sendo que o Estado uma comunidade de homens diferentes, ou seja, se for reduzido a pluralidade seria esmagado e desvirtuado o Estado, pois ele deixaria de ter essa pluralidade. A função do Estado existe para as pluralidades intermédias, os dois pontos devem estar presentes sempre.

Neste pensamento, o homem somente pode se desenvolver na “pólis”, potencializando, buscando todas as suas virtudes, todo seu potencial dentro da “pólis”, pois a pólis é uma comunidade bem estruturada de acordo com o bem comum, e o bem comum da “pólis” é o mesmo bem comum do homem em questão. De modo que, apara que o homem viva dentro desta “pólis”, ele deve ter também ter conhecimento do que seja o bem comum, ter instrução suficiente para reconhecer o bem dele como sendo o bem coletivo e para aceitar/internalizar isso.

Aristóteles diz que comunidade é a associação dos seres humanos, ele diz que a associação mais básica é a família, portando comunidade deve ser entendida toda associação que os seres humanos possuem, dessa forma animal político é naturalmente o homem na sua condição de animal, existe para se dedicar em comunidade, valorizando nessa idéia a comunidade.

O centro de vida para Aristóteles é a vida em comunidade, de modo que aqueles não vivem associados, estão acima ou abaixo do ser humano, é algo inimaginável para ele ver um ser humano vivendo fora de alguma associação de família, fora de um grupo, sociedades, comunidades.

Para Aristóteles, o ser humano era criado para agir politicamente, ou seja, para participar sempre da vida que compartilhamos com os outros, na família, na escola, no bairro, na cidade, no país, em fim, em qualquer lugar no qual associamos e pertencemos.

Segundo o livro em questão, o melhor tipo de regime de governo para ser colocado na “pólis” irá depender do tipo de povo, pois de acordo com o método indutivo de Aristóteles, que foi a análise das 158 constituições, e destas constituições ele classifica todas elas.

Aristóteles classifica 6 tipos de governo, sendo eles: monarquia, tirânia, burocracia, oligarquia república e democracia. Para ele, o regime bom em que apenas um governa é uma monarquia, mas se apenas um governa, nós temos uma tirânia; onde poucos governam com bem comum teremos uma aristocracia, onde poucos governam querendo satisfazer seus próprios interesses temos uma oligarquia; onde muitos governam, muitos opinam de acordo com o bem comum, buscando o bem comum, teremos uma república; quando muitos governam sem essa busca do bem comum, querendo satisfazer seus próprios interesses teremos uma democracia.

Aristóteles diz que as piores formas, piores regimes de governo, a democracia ainda é o melhor, e particularmente ele diz que o melhor regime de governo, entre os bons regime s de governo, é a monarquia.

Tal pensamento é tão forte que, Aristóteles diz que a pessoa que não vive em coletividade ou é um Deus ou uma fera, e quem vive em coletividade mas não vive em uma “pólis”, é um ser inferior, pois somente a “pólis” é ordenada de forma que o homem possa alcançar o seu bem que é também o bem comum de toda a coletividade.

Para Aristóteles, todo “antropos” é “zoôn”, ou seja, nós somos animais, entretanto esse “zoôn” que é o “antropos” ele só é “antropos” porque ele é “politicon”, ele só é racional porque ele é “politicon”, ele está dentro de uma “pólis”, desse modo, só um animal que vive dentro de uma “pólis” é racional, porque somente a “pólis” pode vir da razão, da natureza.

Se eu uso minha capacidade intelectual para criar uma organização, uma estrutura comunitária que visa o bem comum, a razão só pode me dar esse tipo de organização, a razão (“logos”) só pode produzir essa comunidade na “pólis”, sendo esta comunidade justa e bem ordenada.

Em uma comunidade justa, se eu me porto de acordo com as normas sociais vigentes, se eu estou agindo procurando o bem, não procurando menosprezar ninguém, não procurando fazer o mal, respeitando as pessoas, se eu vivo dessa maneira, eu sou bem recompensado.

Viver em uma comunidade, em uma “pólis” justa, em que impera a justiça, é viver em uma comunidade que pode proporcionar uma vida boa.

Desse modo somente a “pólis” é o ambiente natural do “antropos”, do homem racional, somente dentro da “pólis” eu posso alcançar as minhas potencialidades, o meu bem comum, mas para isso tenho que que possuir posses, gozar de ócio e estudar muito, ou seja,

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