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PROJETO DE INTERVERSÃO

Por:   •  20/9/2017  •  2.044 Palavras (9 Páginas)  •  278 Visualizações

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Mas a final, o que causa este fenômeno? Podemos listar três fatores mais importantes que podem ser a causa da falta de humanização, tendo como primeiro a formação profissional, o professor Magno José Spadari (2004) diz que as escolas de medicina precarisadas, com professores mal remunerados, transferem para a residência medica a esperança de uma melhor formação para os acadêmicos, mas o que acontece na realidade é que as residências são vistas pelos acadêmicos como uma competição, por causa das altas concorrências e ser um ponto cruciar da formação. Outro fator levantado pelo professor Spadari(2004) é que cada vez mais os médicos vem se transformando em técnicos, especialistas, pesquisadores, sabendo de tudo um pouco, menos de seres humanos, o que os obriga a uma competição constante, por novas técnicas e melhores equipamentos, transformando os colegas de classe em concorrentes, tendo em vista apenas o aprofundamento de técnicas e deixando de lado os aspectos humanos.

Frente ao acelerado processo de desenvolvimento tecnológico na área da Saúde, a singularidade do paciente — emoções, crenças e valores — ficou em segundo plano; sua doença passou a ser objeto do saber reconhecido cientificamente e a assistência se desumanizou. (MARTINS, 2003 Apud CAMPOS, 2000)

Sobre tudo não é apenas a formação do profissional ou o aumento de tecnologias as causas da desumanização, as difíceis condições de trabalho podem ser atribuídas a esse fenômeno, como diz Martins (2003) “[...]suas difíceis condições de trabalho, restringem sua disponibilidade tanto para o contato com o paciente quanto para a busca de formação mais abrangente”, o modelo público de saúde é muito bom na teoria, mas o autor coloca que este modelo é inviabilizado por fatores político. Doentes nas filas, consultas marcadas a meses, falta de segurança aos profissionais, baixa remuneração, falta de equipamentos e medicamentos estão no rol das péssimas condições de trabalho do profissional, além de vivemos em uma sociedade cada vez mais feroz e materialista, onde o desprezo a valores fundamentais são demostrados diariamente, o que faz com que o profissional trabalhe cada vez mais, procurando um status social condizente com o que ele idealizou, desumanizando cada vez mais o atendimento ao paciente. (SPADARI, 2004)

Com a falta de tempo, ou de vontade dos médicos, os pacientes talvez já tenham esquecido como deve ser um bom atendimento, o médico e professor João Carlos Simões nos lembrar como deveria ser um bom atendimento médico:

Começa na maneira de acolher o paciente pela primeira vez, no toque das mãos ao cumprimentá-lo, na afetividade e humildade do olhar e das palavras. Na compreensão da fragilidade do doente. No respeito ao pudor. No reconhecimento que as palavras podem ferir mais que um bisturi. Na paciência das explicações necessárias e se despir completamente de reconhecimento ou de favorecimento pecuniários extraordinários. (2015)

Simões vai além, diz que o humanismo é umas das grandes virtudes humanas, e que ele é uma ferramenta de trabalho, e deve ser usado para lidar com a dor e o sofrimento humano. (2015)

O Biomédico e Cientista Renato M. E. Sabbatini (2003) relata que cada vez mais a ciência exige que a ética e a moral se adapte a ela, e não ao contrário, e que com o intenso desenvolvimento da tecnologia, a classe precisa de defensores da ideia de que a medicina precisa de mais humanismo e ser menos técnica.

Tudo isso nos ensinou uma coisa muito importante. De nada adianta ter a tecnologia mais sofisticada do mundo, se ela não for praticada e acompanhada por médicos e outros profissionais de saúde, que a conheçam bem e a integrem a uma medicina que seja fundamentalmente preocupada com o ser humano. (SABBATINI, 2003)

Em algumas conferencias nacionais de saúde, mais precisamente nas conferencias de 1992 e 2000, surgiu as primeiras discussões sobre o tema, e observando vários dos déficits do Sistema Único de Saúde, o Ministério da Saúde em 2003, cria a política Nacional de humanização, que “tem por objetivo qualificar práticas de gestão e de atenção em saúde”(Ministério da saúde, 2010) e produzir mudanças no modo de gerir, e tende a estimular a “comunicação entre os gestores, profissionais e usuários para construir processos coletivos de enfretamento de relações de poder”.(Ministério da saúde, 2013)

3.IDENTIFICAÇÃO DE PRIORIDADES

O humanismo precisa ser ensinado na teoria e na prática, da mesma maneira como se ensina fazer uma anamnese e um exame físico completo. [...] A interação entre o estudante e o paciente tem que extrapolar o aspecto formal, técnico ou puramente acadêmico. É seminal entender que essa relação humana deve ser respeitosa, com vínculo e responsabilidade. Os estudantes não devem esquecer jamais que a medicina é fundamentalmente uma ciência humana. [...]Um estudante competente é sempre aquele que é atencioso e que valoriza as queixas dos pacientes, sem subestimá-las. Reputo como absolutamente necessário que preceptores e professores do curso de medicina devem ensinar compaixão como o remédio mais barato e eficiente. Ela é a base do humanismo da medicina contemporânea. (SIMÕES, 2015)

A humanização da Medicina assume notável protagonismo na agenda dos educadores na Academia e dos gestores nos diversos Sistemas de Saúde. O motivo é claro: nos dias de hoje a Medicina tem de ser forçosamente humana se quer pautar-se pela qualidade e pela excelência. Humanizar a Medicina é, assim, além de uma obrigação educacional uma condição de sucesso para o profissional de saúde. (BLASCO, 2013)

Diante destas duas citações, este projeto tem como prioridade a prevenção desse fenômeno, agindo de forma direta na raiz do problema, a formação profissional. Tendo em vista a inserção de palestras sobre tema dentro da semana pedagógica da instituição escolhida, aos docentes do curso de Medicina, ministradas por Médicos especializados no tema.

A instituição escolhida foi a Universidade Estadual de Londrina, foi usado como critério de escolha a falta de matérias vinculadas a área de humanas, nota-se que a grade e preenchida com matérias de cariz técnico. (Link da grade curricular segue em anexo)

4.DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS E METAS

O objetivo do projeto tem como princípio sensibilizar os docentes que lecionam no curso de medicina da Universidade Estadual de Londrina (que foi escolhida para ser a universidade piloto do projeto), sobre a desumanização médica.

Um outro objetivo

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