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O que é filosofia?

Por:   •  21/5/2018  •  2.357 Palavras (10 Páginas)  •  258 Visualizações

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Céus irmãos, aparentemente temos diante de nós uma resposta interessante para nossos espíritos cheios de dúvidas: “A metafísica é a tentativa de se determinar com rigidez lógica (por oposição aos métodos indutivos e outros menos eficazes) a realidade”.

A fenomenologia, por exemplo, apesar de aparentemente se distinguir de uma metafísica lógica, não pode se abster das leis da lógica na medida em que para se descrever o fenômeno se faz necessário o uso da linguagem e de suas leis.

Mas devemos agora nos concentrar em uma tarefa um pouco mais interessante que a metafísica, isto é, seu pressuposto, a saber, o conceito de realidade. O que é a realidade? Para homens dotados de um conjunto mínimo e humilde de conexões entre neurônios, diríamos de tiro certo: “A realidade é um conceito”. Pois bem, se a realidade é um conceito, então a metafísica se distingue das demais ciências, pois, ao contrário destas, que dependem de um pressuposto infundado e incontestável de realidade, a saber, que tudo o que percebemos existe de fato fora de nós e, portanto, é tão real quanto nossas mentes, a metafísica é a ciência que justamente contesta tal pressuposto e, portanto, busca estabelecer diferentes planos de realidade.

Faremos uma lista a fim de exemplificar os diferentes planos de realidade estabelecidos por diferentes ciências metafísicas:

- Fenomenologia: “A realidade é o fenômeno imediato, incontestável, não explicado mediante associações linguísticas que fogem de sua imediaticidade, descrito em seu modo de apresentação imediato”.

- Racionalismo Cartesiano: “A realidade é a própria mente singular pensante, portanto eu”.

- Racionalismo de Mário Ferreira dos Santos: “A realidade é admissão de que há algo, ao invés do nada absoluto, a realidade, portanto, é a aceitação da existência de qualquer realidade possível indefinível e inexplicável pela sua própria admissão”.

Que cunhemos o nome composto “metafísicas fundadas no estabelecimento de planos de realidade” para as metafísicas exemplificadas nos tópicos 1-3. Essa diferenciação será estabelecida a fim de que possamos estabelecer uma nova forma de metafísica através de um argumento simplíssimo o qual, em termos de complexidade, seria risível próximo às metafísicas listadas em 1-3, não obstante, em termos de implicação lógica trás consigo consequências muitíssimo interessantes.

Parte deixada em branco intencionalmente...

Teorema da Serpente

“I ain’t no Hollaback Boy”

“Todo pensamento ontológico, tudo que carrega este nojento preconceito, não passa de uma profunda ilusão, tudo o que existe são associações linguísticas e/ou perceptivas, mas, antes de qualquer coisa, devemos conceber que a compreensão da linguagem implica na metáfora de uma cobra tentando engolir seu próprio rabo, então, tudo o que temos são utilidades ilusórias, mas nunca teremos e nem nunca houve ou haverá conhecimento...”

[pic 1]

Já antecipo aos grandes leitores, que não passa de um argumento simplíssimo, porém dotado de implicações extremamente importantes para a teoria do conhecimento, a saber, trata sobre a possibilidade de haver conhecimento, deste modo não estuda apenas as condições a serem satisfeitas para haver conhecimento, pois, pelo contrário, ataca o próprio pressuposto infundado da teoria do conhecimento, ou seja, a possibilidade de haver uma teoria do conhecimento em sentido geral.

Prova:

- Se todo conhecimento existente se baseia no uso da linguagem, mais precisamente em suas propriedades semânticas e sintáticas (sintaxe + semântica = recursividade linguística→ Diferentes combinações de palavras garantem diferentes sentenças, diferentes sentenças combinadas garantem diferentes sistemas teóricos e, portanto, garantem diferentes modos de explicação da realidade em seus mais diversos planos (realismo, empirismo, etc)), então não pode haver conhecimento sem o uso da linguagem.

- Ora, mas o que significa o conceito indicado pelo sinal gráfico “linguagem”? Pelo bom-senso, a única maneira de defini-lo é não defini-lo, pois do contrário seríamos como cobras ao tentar se alimentar do próprio rabo julgando tal atitude boa do ponto de vista da sobrevivência.

- Logo, se não podemos definir o “conceito” que se encontra na base de toda a pirâmide do conhecimento, então não podemos conhecer o pressuposto que torna possível todo e qualquer conhecimento, até mesmo as teorias da teoria do conhecimento.

- Deste modo a conclusão final é que não podemos conhecer genuinamente, pois é impossível conhecer a base absolutamente final do conhecimento.

- Linguagem=consciência; Consciência=linguagem.

- Não há conhecimento e, portanto, o teorema da cobra engole a si mesmo...

- Existe teorema da cobra?

Paradoxo de Lúcifer

- Se o Teorema da Cobra busca determinar a ausência do conhecimento, então o teorema da cobra nega a si mesmo, pois ele próprio é uma forma de conhecimento, a saber, o conhecimento da inexistência do conhecimento.

- Porém, por outro lado, se o Teorema da Cobra estiver errado, devemos aceitar a existência do conhecimento e, portanto, devemos aceitar a validade do Teorema da Cobra. Isso nos leva novamente à questão “1”.

- O que é conhecimento? O que é realidade? É esse o abismo final do conhecimento?

- Uma cobra se movimentando, uma cobra que se engole e mesmo assim se nutre...Um círculo que gira para diferentes lados ao mesmo tempo...Um paradoxo que devemos aceitar? Eu não sei....

Consequências do Paradoxo de Lúcifer

Não dispomos de condições racionais (demonstráveis pelas leis da lógica) para acreditar que qualquer coisa do que pensamos e, portanto, dizemos, tem sentido.

Um homem de bom-senso, porém que não compreendeu muito bem o significado do Paradoxo de Lúcifer, diria: “Mas o sentido é obtido na relação associativa entre linguagem e percepções sensoriais” (X); nosso homem de bom-senso esquece-se que assim cai no bote da serpente do conhecimento, pois a própria sentença X cai sob a mesma análise do teorema da serpente e, portanto, do paradoxo de lúcifer. Assim como

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