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O Pensamento e o pensante, René

Por:   •  5/10/2018  •  1.416 Palavras (6 Páginas)  •  256 Visualizações

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“E, ao perceber que nada há no eu penso, logo existo, que me dê a certeza de que digo a verdade, salvo que vejo muito claramente que, para pensa, é preciso existir, conclui que poderia tomar por regra gera as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras.” Discurso do método, p. 63.

O limite da dúvida é a verdade e o filosofo só acreditará naquilo que já não é capaz de questionar.

Os pensamentos exteriores – como os astros, fenômenos da luz, a organicidade da natureza – poderiam vir, caso verdadeiros, do próprio ser pensante pois não haveria indícios da natura – fauna e flora – mais perfeitos do que Descartes – se e pensamento – e , caso estive iludido a tudo isto, tais pensamentos seriam fruto do que se teria de imperfeito; “a partir do nada[10]”.

“(...) havendo refletido a respeito daquilo que eu duvidava, e que, por conseguinte, meu ser não era totalmente perfeito, pois via claramente que o conhecer é perfeição maior do que o duvidar, decidi procurar de onde aprendera a pensar em algo mais perfeito do que eu era.” Discurso do método, p. 63.

É então nesta perspectiva a qual a ideia do ser perfeito se encontra em problemática. Se tal ideia não pode prover da natureza ao redor – de perfeição equiparada ao do próprio autor -, sendo incabível o mais perfeito ser gerado pelo menos (e quem dirá pelo nada, o menor em escala máxima), a ideia do ser mais perfeito só poderia vim dele próprio; “uma natureza que fosse de fato mais perfeita do que a minha, e que possuísse todas as perfeições de que eu poderia ter alguma ideia[11]”, em tamanhas proporções, só haveria um ente ao qual o autor conhece-se pelos devidos atributos: Deus. E se, tais ideias provessem de nós, seriamos nós próprios criadores de nós mesmo – eternos, perfeitos, imutáveis e oniscientes. Porém, como não provemos de nós mesmos, somos – em uma cadeia de causa e feitos – provenientes de deus; “de tal maneira que não pudessem subsistir sem Ele por um único instante[12]”.

Mesmo que deus não tenha a dualidade corpo e alma - “toda a composição testemunha dependência, e que a dependência é evidentemente uma falha[13]” – pois não poderia este ser perfeito ter qualquer imperfeição que fosse, sua eterna onisciência de imutabilidade o impedia de ser mais perfeito, pois não lhe sabia qualquer outra imperfeição existente – todas estas duas naturezas eram garantidas por ele, a matéria e a alma (pois da mesma forma que é claro e distinto que a ideia do ser perfeito não possa ter vindo no nada, é que tudo provenha dele e que antes dele não havia coisa alguma; o nada, consumido pelo infinito e eterno). Descartes também demonstra que da mesma forma que a concepção de uma forma geométrica – como por exemplo o triangulo onde a soma de seus ângulos internos será sempre igual, de 180° graus – apesar de ser provada matematicamente sua essência, não há provas que se exista alguma no mundo e, desta mesma forma, a existência também era uma propriedade do ser perfeito. Uma garantia vinda do intelecto, não dos sentidos.

“Mas o que leva muitas pessoas a se convencerem de que é difícil conhece-lo, e também em conhecer o que é sua alma, é o fato de nunca alçarem o espirito além das coisas sensíveis e de tal forma habituadas a nada considerar além da imaginação, que é uma maneira de pensar particular às coisas materiais (...)”. Discurso do método, p. 66.

E como a natureza de deus não manifesta-se em matéria, mas sim o contrario, não se é possível de ser vislumbrada através da imaginação ou dos sentidos; “da mesma maneira que se, para ouvir os sons ou sentir os odores, quisessem utilizar-se dos olhos”. Mesmo que, a existência de deus não se de por esses meios, sua certeza não seria menor do que a que qualquer outra coisa exista, ainda mais algo material com toda a sua possibilidade de erro já afirmada pelo autor. “se não soubéssemos de maneira alguma que tudo quanto existe em nós de real e verdadeiro provém de um ser perfeito e infinito, por claras e distintas que fossem nossas idéias, não teríamos razão alguma que nos garantisse que elas possuem a perfeição de serem verdadeiras[14]”.

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Bibliografia

Descartes, René. Descartes. Editora Nova Cultura- BRASIL, 2004.

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