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Livro Kelsen

Por:   •  8/11/2018  •  2.539 Palavras (11 Páginas)  •  240 Visualizações

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No século XVIII, Rousseau situou duas etapas determinantes do processo de transição do estado de natureza para o estado civil: primeiro, o início da sociedade civil com a instituição da propriedade privada e, segundo, como simultâneo ao aparecimento das desigualdades. “O verdadeiro fundador da sociedade foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer ‘isto é meu’, encontrou pessoas simples e humildes o suficiente para acreditá-lo”. Rousseau exemplifica dessa forma a instituição da propriedade privada e a hipótese da desigualdade humana para o principal problema da organização política. Divisão do trabalho, agricultura, metalurgia, tudo levando à descoberta da propriedade e dela à desigualdade e opressão. A propriedade determina o que é "meu" e o que é "seu" e, como há capacidades diferentes, fatalmente uns terão mais do que outros e quererão manter sua posse e transformá-la em propriedade.

Além do fato de o homem ser considerado um animal social e falarmos um pouco sobre o conceito de sociedade e das relações de convívio, temos a referência ao humano como um adjetivo com o significado de bondoso ou generoso, compreensivo ou tolerante. Podemos citar um exemplo da área de saúde, quando usamos o termo ”humano” para caracterizar médicos e a sua relação com os pacientes são aqueles que tratam os seus pacientes com especial cuidado, que procuram ouvi-los atentamente e orientam o tratamento da forma mais agradável. Aqui trago Sartre que acreditava que o ponto pelo qual o pensamento filosófico deveria partir é a intencionalidade e não a realidade humana. Fiel que era ao pensamento de Husserl, utilizou a fenomenologia para atingir a sua meta. Sartre, tinha como meta examinar a consciência no mundo. A consciência é engajada no mundo de tal forma que o para si não existe sem mundo, mas apenas, como o diz Sartre, “uma plenitude diferenciada do ser”. Para a consciência atingir as coisas, precisa conter o nada, o não-ser. Nós só podemos negar as coisas, nadifica-las, porque carregamos conosco uma espécie de nada. Para Sartre o nada tem como fundo o próprio ser. É o ser que faz surgir o nada pela imaginação. Esta forma de ser da consciência cria uma totalidade que não existe.

Ainda para ele, o homem é aquilo que faz de si próprio. Ele transforma esse subjetivismo em ética, na medida em que a construção do próprio indivíduo constitui o espaço da dignidade. A liberdade não é algo construído de qualquer maneira, a não ser que exista uma responsabilidade absoluta pelo que se cria. Se a natureza humana fosse um molde rígido ou mesmo maleável, como propõem os psicanalistas, porém passivo, como afirmam os behavioristas, ou seja, pelo comportamento, o homem não poderia ser responsável por si mesmo. O homem é aquilo que se projeta ser e não existe antes desse projeto. O que importa primeiramente é que ele surge no mundo e só depois se define. A opção por este ou aquele projeto está vinculada a essa valorização, que faz da consciência reflexiva uma consciência moral; uma vez que para valorizar, reflito e julgo. O valor é a própria expressão da liberdade. Sartre denomina “projeto original” à escolha que o indivíduo faz sobre si próprio. Esse é uma fonte dos demais projetos, determina as ações, sentimentos de cada um.

No ano de 1946, Sartre escreveu um texto chamado "O existencialismo é um humanismo", que tinha objetivo de esclarecer o pensamento existencialista e principalmente defendê-lo de uma série de criticas. Nele, Sartre começa relatando as críticas dos comunistas, que acusavam o existencialismo de incitar as pessoas a permanecerem no imobilismo do desespero, de ser uma filosofia contemplativa, o que necessariamente o reconduziria a uma filosofia burguesa. Sartre ainda dá destaque para as críticas cristãs, que os acusavam de negar a realidade e seriedade dos empreendimentos humanos, já que suprimindo os mandamentos de Deus, restaria o livre arbítrio, onde cada qual poderia então fazer o que quiser, sendo impossível a partir de um ponto de vista pessoal condenar os pontos de vistas alheios tal qual os seus atos.

Neste sentido, Sartre afirma que o homem não é apenas responsável unicamente por si, mas que também é responsável por todos os homens. Ele afirma ainda que a palavra "subjetivismo" possui dois significado: Escolha do sujeito individual por si próprio e impossibilidade em que o homem se encontra de transpor os limites da subjetividade humana. E é nesse segundo sentido, segundo Sartre, que se constitui o sentido profundo do existencialismo: "Ao afirmamos que homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas, queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os homens". Desse modo, todos os nossos atos que criam o homem que queremos ser, estão simultaneamente criando a imagem do homem tal como julgamos que ele deva ser. Escolher ser isto ou aquilo é afirmar, concomitantemente, o valor do que estamos escolhendo, pois não podemos nunca escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem e nada pode ser bom para nós sem o ser para todos. Se, por outro lado, a existência precede a essência, e se nós queremos existir ao mesmo tempo em que moldamos nossa imagem, essa imagem é valida para todos e para toda nossa época. Portanto, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, pois ela engloba a humanidade inteira.

Diante disso, podemos partir para analisar a formação de uma entidade que será particular de cada indivíduo, formada não somente por suas escolhas, mas pela complexa dinâmica que é o relacionamento entre pais, amigos e pessoas de convívio geral, além de sua própria experiência e desenvolvimento próprio. O conceito de identidade pessoal pode ser representado através de um exemplo. Imagine que o professor Leonardo, está muito determinado em saber seu futuro e um dia encontra Deus que o promete voltar à vida quinhentos anos após a sua morte, para que tenha a experiência do futuro. Após ficar animado com a notícia de voltar à vida, começa a se questionar sobre como Deus irá garantir que será próprio Leonardo a existir no futuro, uma vez que seu corpo terá morrido e descomposto, não mais existindo no plano físico. Deus poderia facilmente criar uma nova pessoa que se assemelhe a si, mas isso não o conforta. Leonardo quer ser o próprio a existir no futuro, uma vez que outro corpo, mesmo que parecido, não seria identicamente ao mesmo. Que essência seria essa que representaria Leonardo fora de seu corpo físico e suas características corporais mas que ainda assim represente o Leonardo em pessoa? Para responder essa pergunta trazemos a ideia da alma de uma pessoa. Ela seria a sua essência

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