Filosofia Para Crianças
Por: Evandro.2016 • 21/1/2018 • 15.429 Palavras (62 Páginas) • 282 Visualizações
...
Palavras-chave: Filosofia. Educação. Comunidade de Investigação. Pensamento Superior. Moral. Democracia.
ABSTRACT
This paper research the existing theoretical thinking in the philosophy program for children Matthew Lipman. Seeks to present the key concepts of the Lipman program. First we examine and research the philosophy of why to understand which sources underpinning this whole project. To understand clearly what the roots and what influences have shaped the thinking of Lipman. In the second part we analyze the theoretical and methodological assumptions of the philosophy program for children raising the elements of its structure, its legitimacy and why Lipman have chosen philosophy as the main agent of an education to think. We investigated the foundations of philosophy for children, we try to perform an anatomical dissecagem of the most important concepts of the program. We inquired, through this research, a better understanding of the key concepts of the project: Community Research and education a catalyst, the questioning, the Philosophical Dialogue, Philosophy in Community Research, Development of thinking of higher order and critical thinking. And in the third part we address the Philosophy of Education Importance for Children, Education and the Philosophy for Children and Democracy and the Philosophy for Children, trying to point out the challenges and possibilities for the implementation of the Philosophy for Children Program.
Keywords: Philosophy. Education. Community Research. Higher thinking. Moral. Democracy.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------------ 9
2. O PORQUÊ DA FILOSOFIA ----------------------------------------------------------------- 14
2.1. Filosofia na Infância?----------------------------------------------------------------------- 19
3. O QUE É A FILOSOFIA PARA CRIANÇAS: PROGRAMA DE MATTHEW LIPMAN ----------------------------------------------------------------------------------------------- 22
3.1. Comunidade de Investigação ----------------------------------------------------------- 23
3.2. O questionamento -------------------------------------------------------------------------- 25
3.3. O diálogo na comunidade de investigação ---------------------------------------- 26
3.4. A filosofia na comunidade de investigação ---------------------------------------- 28
3.5. O desenvolvimento de um pensar de ordem superior ------------------------- 31
3.6. O Pensamento Crítico -------------------------------------------------------------------- 34
4. A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DE FILOSOFIA PARA CRIANÇAS ------------- 39
4.1. Educação para a Cidadania ------------------------------------------------------------- 42
4.2. A Educação e a Filosofia para Crianças -------------------------------------------- 44
4.3. Democracia e a Filosofia para Crianças -------------------------------------------- 48
5. REFLEXÃO FINAL ----------------------------------------------------------------------------- 54
REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------------- 57
- INTRODUÇÃO
A filosofia sempre deteve algo de desassossegador, mesmo quando com o passar dos anos parece que nada pode perturbar o letárgico sono racional dentro do qual mergulha, por vezes, profundamente. A filosofia, felizmente, não é estática, por vezes é um motor algo pesado e lento, mas sempre dinâmico, por vez parece estagnar, mas é uma pura ilusão de óptica. Matthew Lipman encarrega-se, com a filosofia para crianças, de sacudir o pó letárgico que cobre a mente de inúmeros filósofos e intelectuais. A esse propósito Lipman traz uma saudável ruptura, que podemos chamar cinética – a reconstrução dos fundamentos filosóficos induzida pela filosofia para crianças desaloja a filosofia e os filósofos das suas torres de marfim e alarga-a a parte prática da vida. Verdadeira cisão paradigmática, a filosofia desce a terra e rompe com a aprendizagem tradicional pura e simples, transformando-a, chamando para si um papel socialmente ativo e significativo.
O desbravar de novos caminhos é sempre difícil e árduo, os pioneiros sofrem sempre a incompreensão das sociedades. O novo cria sempre resistência e medo, ele agita os nossos alicerces profundamente enraizados e na sua generalidade os homens acomodados não gostam de novos paradigmas. A Filosofia para crianças cria, desde logo, uma forte resistência por parte dos académicos e pedagogos. Essa junção, da filosofia com as crianças, parece deixar as pessoas perplexas, como se esses dois componentes possuíssem semelhanças análogas ao da água e do azeite que se repelem mutuamente. Mas por outro lado o programa de filosofia para crianças de Lipman tem conseguido um saudável contágio epidémico, no início com epicentro nos Estados Unidos e depois, num ritmo acelerado, um pouco por todo o mundo.
O programa de Lipman produz uma mudança radical na forma como ele aborda a filosofia: trata-se, em primeiro lugar, de fazer filosofia com crianças, mais do que ensiná-la. Neste ponto há uma recuperação criativa da forma como Sócrates e outros a patentearam no passado, mas com uma diferença substancial aqui, a filosofia é praticada com crianças. A Filosofia para Crianças inicia as crianças no mundo da filosofia, e trata-se bem de uma iniciação, a partir dos quatro anos. Claro, e desde logo, não se trata de ensinar Hegel ou Descartes às crianças mal elas acabem de aprender a andar, isso seria destruir ou adulterar a filosofia. Nesta perspectiva a Filosofia para Crianças muito longe de querer adulterar a filosofia, a filosofia guarda muito bem a sua integridade, mesmo tendo de reformular os seus conteúdos e a tornar mais acessível aos mais novos. Aliás, essa atração entre filosofia e crianças é de certa forma natural. As crianças desde a sua mais tenra idade, quando já possuem um certo domínio da linguagem, manifestam
...