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DECISÕES FILOSÓFICAS SÃO APENAS REFLEXÕES DA VIDA COMUM METODIZADAS E CORRIGIDAS

Por:   •  26/12/2017  •  1.196 Palavras (5 Páginas)  •  309 Visualizações

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Sendo assim, fazendo uso dos demasiados argumentos já citados e os demais utilizados por Hume, vemos que tudo se inicia na experiência, pois somente através desta podemos predizer um efeito que segue uma causa, porém não é a razão que nos permite dizer este efeito, mas sim o hábito.

É sabido que na relação de causa e efeito é necessária alguma característica da causa que a torne capaz de gerar seu efeito, porém não temos ideia de uma característica na causa pela qual seria possível inferirmos racionalmente, a partir dela, seu efeito (BALIEIRO, M.).

O conhecimento se inicia na impressão sensível. No processo de conhecimento, as percepções da natureza humana conectam uma ideia à outra a partir da imaginação, que associa uma à outra usando como referência uma lógica de causa e efeito. Uma percepção provoca a outra, de modo que impressões geram ideias simples, as quais se tornam ideias complexas na medida em que se afastam das impressões sensíveis e se unem a outras ideias pelo princípio da causalidade.

Hume fornece uma descrição do processo de conhecimento da natureza humana, explicando o modo segundo o qual o ser humano é levado, por sua própria natureza, a extrair consequências e conclusões de uma determinada causa. Analisa, mais especificamente, a inferência causal nas questões de fato, quando a mente raciocina sobre os fenômenos naturais, generalizando os fatos observados. Assim, numa relação entre os fenômenos A e B, verifica-se uma “conjunção constante”, mas não propriamente uma “conexão necessária”. Não há uma relação de necessidade entre a causa e o efeito, mas uma relação muito ou pouco provável, pela qual não se podem extrair verdades dos fatos.

A crença é essencial à subsistência humana, e a mesma não é fruto da nossa razão, mas das conexões que nos são possíveis realizarem.

“Assim como a natureza ensinou-nos o uso de nossos membros sem nos dar o conhecimento dos músculos e nervos que os comandam, do mesmo modo ela implantou em nós um instinto que leva adiante o pensamento em um curso correspondente ao que ela estabeleceu pra os objetos externos, embora ignoremos os poderes e as forças dos quais esse curso e sucessão regulares de objetos totalmente depende.”

A “tradução” para a afirmação se dá ao percebermos que aquilo que podemos conhecer é, em parte, dado pelas questões de fato e por “instintos”, quando utilizamos o processo do hábito.

REFERÊNCIA

Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral / David Hume; tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo. Editora UNESP, 2004.

BALIEIRO, M., Essa mistura terrena grosseira: filosofia e vida comum em David Hume. 2009. 200 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Departamento de Filosofia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

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