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A República e sua Teoria da Justiça – Capítulo VIII - Resumo

Por:   •  1/11/2018  •  1.481 Palavras (6 Páginas)  •  253 Visualizações

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para explicar a relação entre o Estado e o indivíduo, estabelecendo um paralelo entra a consciência individual, agindo de forma integrada ou em qualquer uma das suas capacidades (apetite, razão), e a consciência do Estado, manifestada na mente coletiva da comunidade. O filosofo procura desvelar a necessidade que a alma tem de justiça para o seu bem-estar, acredita que todos os fenômenos sociais provêm dela: “Os estados não nascem dos carvalhos ou das pedras, mas do caráter dos homens que o integram”.

Platão ao construir o Estado ideal pressupõe certos dados da psicologia, trazendo para o estudo as três partes da alma: a razão, o espírito e o apetite. O desenvolvimento do Estado toma cada um dos três elementos da mente, começando pelo inferior e terminado pelo mais elevado, e mostra como cada um contribui para criação do Estado. Platão desce gradualmente até a pior forma de Estado, que resulta das piores condições psicológicas, como forma de demonstrar que a composição equilibrada da alma corresponde a um Estado autêntico, e que a alteração desta composição vai corresponder a uma corrupção do Estado.

3.1. O Fator Econômico.

O filosofo quando aborda a estrutura econômica necessária para sustentara sociedade ele utiliza a doutrina de que cada um deve fazer ou que lhe é próprio, correspondendo a cada um uma única função específica. Platão justifica que esta especialização assegura maior facilidade e volume de produção, bem como a melhoria da sua qualidade. A especialização conduz, em toda parte, à unidade que eliminará a competição desenfreada em todas as esferas.

3.2. O Fator Militar.

Para Platão os homens não se contentam com o atendimento das suas necessidades fundamentais, mas precisam satisfazer certos desejos mais refinados e para isso exige-se um certo território adicional, assim, o Estado por meio da guerra objetiva a aquisição e a defesa desses novos territórios. O Estado platônico mostra uma estrutura militar no “espírito”, e não mais como uma organização econômica fundada no apetite. Platão defende que essa estrutura militar deve ser especializada, eficiente, onde os soldados devem dedicar-se exclusivamente à guerra e serem escolhidos pela sua aptidão (espírito).

3.3. O Fator Filosófico.

A fim de concluir a construção do Estado, resta-nos falar sobre o papel desempenhado pela “razão”. Este é o elemento que mantém a “unidade” do Estado. A razão se alia ao espírito para fazer com que o soldado conheça e ame os cidadãos que lhe cabe defender, mas é a razão pura que leva o governante a compreender, amar e servir o Estado que governa. Os cidadãos que demonstram possuir o elemento razão (filosófico) devem ser selecionados por um processo elaborado de provas morais. Assim, um verdadeiro governante deve ser guiado pelo poder da razão filosófica. A síntese do Estado leva a uma concepção que não é apenas econômica, ou militar, mas também racional. Desta concepção, devemos selecionar pela aferição da capacidade filosófica os que podem ter melhor desempenho no governo à luz de uma visão mais profunda.

4. As Classes do Estado Platônico

O Estado platônico é uma comunidade baseada na divisão do trabalho entre três classes especializadas: os governantes, os militares e a classe produtora. Os três elementos distintos da alma (apetite, espírito e razão) tem relevância especial para determinados indivíduos ou grupos. Platão faz uma associação entre os elementos psíquicos e as classes sociais, atribuindo o direito de governar a uma destas classes, falando, ainda, na fusão dos três elementos da mente numa harmonia perfeitamente ajustada. Platão acredita que o desenvolvimento pessoal não será sacrificado pela divisão de classes que propõe, ao contrário, é esta divisão que abre oportunidade para o pleno desenvolvimento de todas as faculdades do indivíduo, podendo assegurar a especialização e como consequência a excelência.

5. A Justiça Platônica

A natureza da justiça de Platão está calcada na separação e especialização das classes. Desta forma, a sabedoria é a virtude dos governantes, que dirigem o Estado com a razão; a coragem é a virtude dos soldados; o autocontrole, a dos trabalhadores. Assim, a justiça seria a vontade de cumprir o destino que nos impõe nossa situação social, onde teremos uma sociedade composta por diferentes categorias de cidadãos que se organizaram movidos pelo impulso da dependência mútua, concentrados cada um em uma atividade diferente.

Esta concepção platônica de justiça, pode ser criticada sob vários ângulos, entretanto, ela não pretende ser “legal” ou “jurídica”, e sim ter uma concepção de moralidade social, onde o filosofo tem uma visão de sociedade baseada no dever

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