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O exercicio do poder e as lutas sociais no e com o espaço

Por:   •  30/10/2018  •  2.301 Palavras (10 Páginas)  •  284 Visualizações

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Limites do Poder – quando um Estado datado de um grande poder tem como objectivo último o poder total, estamos perante o risco de uma guerra total. (2012:70).

A irracionalidade de conceber o poder como um fim não se confia ao facto de pôr em causa importante na lógica do poder, é que pode pôr em risco a sobrevivência do próprio Estado agressor.

O exercício do poder está ainda intimamente ligado à questão do prestígio. Pois um Estado poder dar extremamente a imagem de deter um grande poder, o qual não corresponde a realidade.

Factores do poder

Geográfico

Apesar da controvérsia em torno do grau de influência que o meio físico exerce sobre o poder de um Estado, um facto irrefutável é que desde sempre o homem procurou adaptar-se a esse meio e adaptá-lo às suas necessidades.

Qualidade e os recursos do território: clima (influencia na saúde, no modo de vida e nos temperamentos do individuo). Relevo (determina o grau de dificuldade das comunicações do povoamento e do comercio com o exterior). Hidrografia (os rios facilitam a circulação no seio de um Estado, o desenvolvimento das trocas comerciais e os contactos entre povos). Qualidade do solo e do subsolo (desempenha um papel decisivo no desenvolvimento das sociedades, particularmente nos domínios da agrícola e industrial).

Posição

O papel que um estado pode desempenhar nas relações internacionais é amplamente determinado pela posição que ocupa no mapa mundial:

- O acesso ao mar – permite desde logo, dispor de vias de transporte mais baratas.

- Controlo das vias de passagem – cobrar taxas exercer pressões políticas e dispor de pontos de alto interesse estratégico.

- Insularidade – contém várias vantagens sobretudo se as ilhas localizarem-se no meio de um oceano, onde se podem construir importantes pontos de apoio.

A semelhança do poder social das sociedades primárias, o poder político dos estados, é fundamentalmente funcional, ou seja, um conjunto de meios destinados a coagir os outros a executarem determinados comportamentos e é em si polivalente.

Para perceber este assunto, vamos partir do pressuposto que a política não resulta de uma necessidade da natureza humana, como a fome ou o amor, nem sequer é uma instituição indispensável para a comunidade humana. Mas sim, é uma realidade cultural. HANNAH ARENDT (1995) apud BARRACHO (2011:27-29).

No entanto, para MALTEZ (1996) apud BARRACHO (2011:29), na política há sempre uma distribuição de valores ou de recursos que é feita com autoridade, enquanto força é usada com legitimidade.

No entanto, segundo SANTOS (2002:82), afirma que “para garantir o poder é necessário exercê-lo e, se ele se justifica pela presença ou convivência divina ou da própria sociedade, é o que menos importa.” O poder existe e há os que querem dele fazer uso. Porém, é preciso descobrir a melhor maneira – a forma mais eficiente de atingir tal objectivo.

No entanto, Santos na sua obra cita a necessidade do conhecimento geográfico para o exercício do poder.

Para ele, “a grande questão é admitir que as fronteiras são efectivamente móveis, virtuais, conjunturais e que sua construção dependerá da capacidade de defesa ou de conquista de quem quer exercer o poder e, para isso, deve-se fazer uso do conhecimento sistemático, além da fé.” SANTOS (2002:82).

Pois, o espaço para SILVA (2012:74), não existe efectivamente uma correspondência directa entre as dimensões de um Estado e os recursos por ele controlados.” Assim, as grandes dimensões territoriais de um Estado não implicam necessariamente a disponibilidade de um elevado número de recursos, assim dependendo fundamentalmente de outros factores, como o clima ou a qualidade do solo e do subsolo.

O Estado, visto por Maquiavel, é efectivamente o Estado burguês nascente e contém, enquanto prática, a violência das forças sociais emergentes. Seu texto deve destruir mais que um ou outro príncipe, já que ele quer atingir um comportamento decadente para, sobre ele, construir a racionalidade de uma prática específica.

É nesse ponto que Maquiavel se funde a Copérnico. Além da contemporaneidade, ambos lutam o mundo feudal e da mesma maneira que o primeiro rompe com as determinações divinas na constituição do poder, fluidificando as fronteiras para permitir a própria guerra, conquistas e perdas que se expressam no jogo de conjunturas efectivas, o segundo dá fluidez ao planeta, obriga-nos a um deslocamento na leitura, à geração de uma concepção de espaço matemático e, portanto, idelam para o entendimento do fenómeno.

SANTOS (2002:80), uma primeira reflexão a ser feita é que o desejo de Maquiavel em superar o idealismo de seus predecessores e contemporâneos de forma alguma poderá nos levar a afirmar que Platão, ao discorrer sobre o estado em a República, não estivesse se fundamentando na realidade por ele vivida, isto é, não é Maquiavel mais realista que Platão. O que os diferencia, em primeiro lugar, é o momento histórico em que cada um vive. Para Maquiavel “o Estado desejável exige a construção de respostas ou técnicas.”

Por exemplo:

Quanto à acção, além de manter os soldados disciplinados e constantemente em exercício, deve estar sempre em grandes caçadas, onde deverá habituar o corpo aos incómodos naturais da vida em campanha e aprender a natureza dos lugares, saber como surgem os montes, como afundam os vales, como jazem as planícies, e saber da natureza dos rios e dos pântanos, empregando nesse trabalho os melhores cuidados. Esses conhecimentos são úteis sob dois aspectos principais: primeiro, aprende o príncipe a conhecer bem o seu país e ficará conhecendo melhor os seus meios de defesa; segundo pelo conhecimento e prática daqueles sítios, conhecerá facilmente qualquer outro, novo, que lhe seja necessário especular, pois que os montes, os vales as planícies, os rios e os pântanos que existem na Toscana, por exemplo, apresentam certas semelhanças com os de outras províncias. Assim, pelo conhecimento da geografia de uma província, pode-se facilmente chegar ao conhecimento de outra. E o príncipe que falha nesse particular falha na primeira qualidade que deve ter um capitão, porque é esta que ensina a entrar em contacto com o inimigo, acampar, conduzir os exercícios, traçar os planos de batalha, e assediar ou

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